domingo, 30 de junho de 2019

O crochê da avó


       
a Itália lutava na Primeira Guerra Mundial
a guerra açoita a fé,
a guerra fere a esperança
a guerra deixa marcas na área emocional

com a agulha de crochê
a avó bordava tristezas
era o trabalho da avó a obra de uma artista
- delicado e sem asperezas

a avó tinha um enorme coração
seu amor era correnteza
que inundava os bordados
seu crochê era alagado
pelo seu profundo amor.

Isabel Furini
 







quarta-feira, 26 de junho de 2019

Os abismos da caneta - Poema de Isabel Furini


OS ABISMOS DA CANETA

enquanto o poeta pensa na  dualidade filosófica
finito-infinito
a caneta invade oceanos de palavras
mergulha em poços de conceitos
avança sobre abismos de metáforas

 a caneta confessa:
“onde eu habito os opostos estão unidos
todos os poemas
de algum modo são sagrados
e são impulsionados pelo alento do infinito”.

Isabel Furini


Arte digital de Isabel Furini



segunda-feira, 17 de junho de 2019

Poetisa I - II - III e IV





POETISA I

acorda de madrugada
e espalha
ódios e ternuras
(eternos)
nas páginas do caderno.

Isabel Furini

POETISA II

Olha a linha do horizonte e sonha
amores esquecidos retornam
voa entre nuvens e pergunta
:
será a vida uma linha curva
avançando entre águas turvas?

Isabel Furini





POETISA III

tece
palavras
e mais palavras
alterando a essência do mundo.

Isabel Furini 


POETISA IV

cinzela seus poemas nas rochas
entre as rosas e a noite
para que sejam amados ou dissecados
pelas poetisas
prisioneiras dos preconceitos sociais
porque a poesia liberta a alma
e torna mais leve a jornada

Isabel Furini

domingo, 16 de junho de 2019

Seguir uma estrela - poema de Isabel Furini



SEGUIR UMA ESTRELA


É preciso escolher uma estrela
porque
um ser humano sem  um objetivo
perde-se nas estradas da vida
e diminui o seu poder criativo

é preciso escolher a estrela
que guie e inspire...
uma estrela cuja luz ilumine
nosso mundo subjetivo.


Isabel Furini
Presidente da AVIPAF


sábado, 15 de junho de 2019

A rosa vaidosa - poema de Isabel Furini para público infantil





A ROSA VAIDOSA

A rosa falou:
- Pode me admirar,
amiga borboleta.
Eu sou bela,
eu sou a inspiração dos poetas

A borboleta disse:
- Rosa, você é bela,
pode enfeitar as janelas
e os jardins.
Triste o seu destino, rosa!
Você é formosa,
mas não pode voar.
Você ficará no jardim,
enquanto eu posso voar
como um querubim.

A rosa pensou
na perfeição de Deus.
Ele deu a cada ser, um dom.

Isabel Furini

domingo, 9 de junho de 2019

O vestido da avó - poema de Isabel Furini


O VESTIDO DA AVÓ

Caminhei até o quarto de despejos
abri o baú de madeira
e observei
o vestido de festa da avó

um vestido antigo - belo além da poeira

um vestido
destruído pelas traças e pela umidade
mas iluminado pelas lembranças
e pelo fulgor da saudade.

Isabel Furini


segunda-feira, 3 de junho de 2019

O cachorro Guloso - Poema infantil de Isabel Furini


O CACHORRO GULOSO

Pompão  era um cachorro
Muito alegre e engraçado,
Mas ele mudou de humor
Quando seu dono se fez vegano.

O cachorro guloso
Só queria comer ossos.
Esse cachorro achava
Que o churrasco era gostoso.

Auauauau - gritou Pompão.
Que gosto ruim - de sapato
Tem essa comida vegana
Que meu dono colocou no prato.

Demorou, mas o dono do cachorro
Entendeu que cada ser
Gosta de algo diferente,
E todos têm o direito de escolher.


Isabel Furini

Fragmento da alma (Poema de Isabel Furini)


Fragmento da alma

Quando as flores atingem as pupilas
uma parte de nossa alma canta

é um fragmento dormido
que acorda com a beleza
e se espreguiça
e logo cala
e novamente se esconde
mas permanece uma profunda sensação de alegria
e nos cantos da alma deixa um rastro de pureza
- pureza oculta pelas névoas da vida.

Isabel Furini
Presidente da AVIPAF
Cadeira 1

Arte digital de Isabel Furini

Acossada (Poema de Isabel Furini)

Arte digital de Isabel Furini

ACOSSADA

Cercada pelos espíritos
acossada pela culpa...
pobre Sarah! ela nunca
desejou matar ninguém
mas eram poderosas
e feriam e matavam as armas
que Winchester fabricava

pobre Sarah!
o destino traiçoeiro
lhe deu infortúnio e fortuna
e sua vida foi arrassada
pela força dos ventos
como uma fruta madura

pobre Sarah, solitária
ouviu de boca de um médium
que os espíritos a acossavam
e para as almas em pena
era construiu uma casa

durante 38 anos
a casa em construção
era quase uma oração
feita de salas e escadas
essa era uma maneira
de Sarah pedir perdão.

Isabel Furini
Acadêmica da AVIPAF

Fotografia de Isabel Furini

Um lar para os mortos (poema de Isabel Furini)




UM LAR PARA OS MORTOS

É  noite na alma
e Sarah navega sobre o mar profundo
de dúvidas e culpas

sua alma volta os olhos para o próprio rosto
ela pensa que a morte é um exílio involuntário
no qual as almas refletem as armas Winchester

Sarah ouve os gritos de mortos e feridos
e um médium sustenta que o único auxílio
está estruturado na esfera do bem realizado

para esses espíritos sem luz, derrotados
Sarah oferece uma casa: a mansão Winchester.

Isabel Furini
AVIPAF - Cadeira 1

A misteriosa Mansão Winchester (texto de Isabel Furini)


A Misteriosa Casa Winchester é uma mansão localizada na cidade de San José, California.  Sarah Winchester, viúva de William Winchester, um fabricante de armas, construiu essa casa durante 38 anos.

Em 2017, visitei o local, que fica na parte norte da Califórnia. Eu pensava que a casa estaria longe da parte movimentada da cidade, mas está em um local movimentado.  É enorme, e, de longe, pode-se enxergar a parte superior da mansão.

A história da construção dessa mansão faz referência aos fantasmas das vítimas de armas fabricadas pela fábrica Winchester. Alguns afirmam que Sarah se sentia responsável pelo enriquecimento com armas. Sentia-se culpada. Sua filha morreu ainda criança. Anos mais tarde faleceu seu sogro e seu marido. Um medium falou que a maldição da família Winchester tinha a sua origem na venda de armas. Sarah acreditava ver os mortos andando pela casa.

A construção começou em 1884 e continuou até a morte de Sarah, em 5 de setembro de 1922. Os trabalhos eram realizados dia e noite, sem parar. A construção tinha como finalidade sossegar a ira dos espíritos. Sarah mandou  construir escadas que não levavam a nenhum lugar. Também havia salas construídas sem nenhuma finalidade. O objetivo não era construir uma casa para morar bem, o objetivo era construir uma casa para acalmar os espíritos.

A história dessa casa é de arrepiar, e é verdadeira. Eu não acredito que a vida imite a Arte - é sempre a Arte que imita a vida. E o drama de Sarah Winchester é o drama de uma vida.

Isabel Furini
Presidente da AVIPAF
Cadeira 1

Arte digital de Isabel Furini


domingo, 2 de junho de 2019

A Lua - poema de Isabel Furini



A LUA

passeia pelos jardins
da tristeza e da alegria

e ao chegar ao mar
a Lua decide mergulhar
no oceano da Poesia.

Isabel Furini

Brincalhona Lua - poema de Isabel Furini


BRINCALHONA LUA

O poeta caminha pela rua
enquanto a brincalhona Lua
anda entre as nuvens - nua
faz acrobacias
e transforma
a noite em poesia.

Isabel Furini

sábado, 1 de junho de 2019

5 - A Poesia é...




5 - Poesia é...

ter estrelas nos olhos
e sonhos nas mãos
quebrar as algemas do medo
superar dilemas
e sobre linha do horizonte
escrever novos poemas.

Isabel Furini



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