domingo, 8 de dezembro de 2019

Negra - Poema de Isabel Furini



NEGRA

Bordou uma cruz
em ponto cruz
e sentiu
que era ela
a eternamente crucificada
por essa estupidez humana
denominada preconceito.

Isabel Furini
Acadêmica da AVIPAF







quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Namida Taiko


No mês de dezembro, os romancistas Franccis Yoshi Kawa e Helena Douthe lançarão seu novo livro "Namida Taiko.

Está no prelo o novo livro dos romancistas Helena Douthe e Franccis Yoshi Kawa, que será publicado pela editora Insight de Curitiba.
Nas palavras de Helena: O livro "Namida Taiko” tem um fundo histórico, conta um pouco sobre a geada de 1975, onde foi devastada a plantação de café da colônia em uma noite apenas, modificando assim o futuro duma porção da população que ali habitava. Tentamos passar o que era viver num ambiente dentro de uma colônia japonesa. Os elementos de ficção compõem a obra para deixa-la mais suave e bem humorada."


sábado, 9 de novembro de 2019

Origami - Isabel Furini




ORIGAMI

Todos os caminhos contornam abismos
a natureza tem flores e tsunamis
e a vida humana
(mística ou profana)
lembra um origami

qualquer origami tem dobraduras profundas
por onde escorrem o ódio e o amor

os seres humanos ocultam com artifícios
o lado tóxico (mesquinho, pequeno)
- o rosto pode ser simétrico
mas o rosto da almas
possui  dobraduras que desenham triângulos escalenos.

Isabel Furini

O poema Origami foi publicado no JP Literário, de Cachoeira do Sul, pelo colunista Tiago Vargas.


sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Transformação (Poema de Isabel Furini)




Transformação

critica os trabalhos dos alunos
ela desconhece a mágica cartola da criatividade
(preconceitos aparte)
a criatividade transforma lixo em ARTE.

Isabel Furini


Árvore feito de garrafas - Fotografia de Isabel Furini



terça-feira, 5 de novembro de 2019

Tempo paralelo (Poema Isabeltino)



 TEMPO PARALELO

(Poema Isabeltino)


tempo
é um buraco negro
intenso
o seu campo gravitacional


arrasta
os homens infinitos
mundos paralelos
onde as palavras imperam.

Isabel Furini

Arte digital de Isbel Furini


segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Moça com brinco de Pérola (poema de Isabel Furini)




Quadro de Johannes Vermeer - Domínio Público - Wikipédia


MOÇA COM BRINCO DE PÉROLA

brilham
sobre o fundo escuro
do quadro de Vermeer
a pérola do brinco
que está na orelha
e as outras duas pérolas

encantados
com o brilho da pérola do brinco
poucos percebem
que Vermeer desafia gerações
com o conteúdo metafísico
das pérolas dos olhos

ele pintou a inocência aparente
sob a profundidade
de um olhar feito de mistérios
tal vez de lembranças
tal vez de presságios
tal vez...

Isabel Furini


sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Indubitavelmente - Poema de Isabel Furini



A Filosofia afirma
que a arrogância de qualquer criatura
(indubitavelmente) se desfaz
na sepultura.

Isabel Furini


quinta-feira, 31 de outubro de 2019

A vassoura da bruxinha (COM CRUZADINHA) - por Isabel Furini


Arte digital de Isabel Furini

A VASSOURA DA BRUXINHA

Era uma bruxinha linda,
com cabelos cor da noite.
A bruxinha era querida,
mas, havia uma coisa esquisita
(que os vizinhos criticavam)
pois a bruxinha falava
com uma velha vassoura.

Os vizinhos não sabiam,
mas a vassoura respondia.
E não era muito educada.
- Vamos voar? - perguntava
a bruxinha suavemente.
E a vassoura respondia:
Voar agora. Você é demente?

Cansada de ficar falando
com uma vassoura irritada,
a bruxinha decidiu guardar
a vassoura em um armário.
E a vassoura chorava.
Gritava: - Aqui dentro é escuro.
Quero voar sobre os muros
e visitar outras terras.

Até que um dia chegou um mago
e depois de ouvir a história,
disse com voz peremptória*:
- A raiva de sua vassoura
não é real, é ilusória.
Ela precisa de um amigo.
O mago abriu uma caixa
enfeitada com espigas de trigo.

Dentro havia um esfregão.
A bruxinha abriu o armário.
A vassoura e o esfregão
ficaram um tempo se olhando...
por fim, começaram a falar
e também a namorar.
E assim termina a história
da vassoura tagarela.

Isabel Furini

*Significado de "peremptória": firme, categórico, definitivo.


CRUZADINHA

 HORIZONTAL:
1. Quem é a dona da vassoura?
2. Onde a bruxinha colocou a vassoura?
3. como estava o armário?
4. Quem chegou?
5. O que ele trazia?
6. Enfeitada com espigas de...?
7. Como era a voz do mago?
8. O que tinha na caixa?
9. Os dois começaram a...





quarta-feira, 30 de outubro de 2019

O PEQUENO SAPO (Poema contra o bullying - por Isabel Furini)


Fotografia de Isabel Furini

O PEQUENO SAPO

Era um sapo pequenino,
Cabia em uma caneca.

Ele tinha três amigos,
O cauré, a tartaruga e a marreca.

O sapo morava no pântano,
E o velho urubu ria dele.

Todos os dias gritava:
- Sapo, você é careca!

A tartaruga falou:
- Ele não tem pelo, não.

Mas você velho urubu
É o verdadeiro careca.

O Urubu pegou uma cueca
E a colocou na cabeça.

A marroca perguntou rindo:
- Essa cueca é um troféu?

Por que, amigo urubu,
Usa uma cueca como chapéu?

O urubu ficou calado,
Mas ele entedeu o recado:

"Ninguém gosta de ser caçoado."

Isabel Furini
Contato: isabelfurini@hotmail.com





terça-feira, 29 de outubro de 2019

Antípodas - poema de Isabel Furini


ANTÍPODAS

este mundo é hostil
como o tigre a a hiena
e fazer a promessa de ser luz
e de ficar longe da arena
proporciona à mente
a sensação de paz

mas, o momento é fugaz
como as ondas do rio
e todos nós temos
um lado sombrio
e isso nos incomoda
pois é terrível saber que somos
antípodas de nós mesmos
- nossos próprios carrascos.

Isabel Furini

sábado, 26 de outubro de 2019

Alimentos (Poema Infanti de Isabel Furini)



O macaco come bananas
e também amendoim,
a macaca prefere torta
com sementes de gergelim.


O elefante come folhas
o urso toma o mel
e meu irmãozhinho Miguel
gosta de comer pastel.

Isabel Furini






sexta-feira, 25 de outubro de 2019

O poeta e o místico (poema de Isabel Furini)





O POETA E  O MÍSTICO

o velho poeta vomita um poema
escuro como o rio de Heráclito
um poema com a aspereza das rochas
para expressar suas dúvidas: quem sou?
de onde venho? para onde vou?

enquanto o sábio sem preocupações e sem pressa
dedica as suas horas à busca celestial
e sentado perto da janela contempla o pôr do Sol
e murmura uma oração mística
para purificar o seu corpo astral.

Isabel Furini

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Ambivalente (poema de Isabel Furini)





AMBIVALENTE

Com um pé na cova rasa
e outro na barcaça de Caronte
o velho poeta descobre
(olhando a linha do horizonte)
que a vida é uma onda do mar das dúvidas

e a Poesia?
ela semeia metáforas e vertigem
mas também pode outorgar a paz

a Poesia é ambivalente
pode descrever o sol nascente
ou deleitar-se no ninho das serpentes.

Isabel Furini

Exposição de Poesia de Isabel Furini e Neyd Montingelli



A inauguração da exposição de Poesias "Ranhuras Poéticas", acontecerá em 10 de novembro, a partir de 11h55m, na Feira do Poeta de Curitiba, rua  Cnel. Enéas, 30, Largo da Ordem, Curitiba.
A exposição contará com poemas de Isabel Furini e Neyd Montingelli, e quadros de Ivani Silva.

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

O Fogo das Letras (Poema de Isabel Furini



O FOGO DAS LETRAS

O fogo de Prometeu
despertou as almas

as almas escolheram palavras
para fazer acrobacias
e acenderam o fogo poético das Academias
eternizando a chama das letras

as Academias de Letras
são mestras do mundo
inspiram, orientam, motivam
e incentivam a busca do saber profundo
divulgam os livros
convocam leitores
alimentam os sonhos
dos literatos e dos poetas
engrandecem as almas
e aumentam o encanto
semeando a cultura, o amor e o espanto.

Isabel Furini


terça-feira, 1 de outubro de 2019

A dança dos vampiros - poema infantil de Isabel Furini



A DANÇA DOS VAMPIROS

A vampira quer ensinar
O Drácula a dançar.
Um passo e outro passo,
Para frente e na diagonal.

Drácula é muito rígido,
Ele tem que relaxar.
Relaxar é o segredo
Para aprender a dançar.

Isabel Furini


segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Maria Fumaça - poema infantil de Isabel Furini

https://www.youtube.com/watch?v=wyPwwOIAnlY


Maria fumaça
Quer sair de sua casa.
Maria fumaça
Quer andar e correr.

A Maria Fumaça
Quer sair de dia,
Conhecer o mundo,
Comer melancia.

Ela quer tomar
Suco de maça
Numa cabaça,
Fazer fumaça,
Andar pelo rio
Numa barcaça

A Maria Fumaça
Quer gritar
piiiuuuuuuiiiiiiiiiiiiii
piiiuuuuuuiiiiiiiiiiii.

Isabel Furini

Desenho de Marco Teixeira do Estúdio Teix
Este poema foi publicado no blog Bondinho dos Livros, do Portal Bonde, em 18/09/2011.

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

O Corvo Cantor (Poema infantil de Isabel Furini)



O CORVO CANTOR

O corvo gostava de música,
Ele adorava cantar.
O sabiá sempre reclamava:
- Crocitar não é cantar.

O corvo era muito esperto
E não se deixou afetar.
Ele contestou com firmeza:
- Você não deve julgar.

Um padre sentiu compaixão,
Deixou o corvo cantar na igreja.
Muitas pessoas falaram:
- A voz desse corvo é uma beleza.

O corvo deu um concerto
De música sertaneja.
Ele ficou famoso, e se apaixonou
por uma linda camponesa.

Os dois bichinhos se amavam
e alegres crocitavam,
quando comiam o milho
que estava sobre a mesa.

Isabel Furini





sexta-feira, 20 de setembro de 2019

A dança do tempo (poema de Isabel Furini)


A vida que andava lentamente
de repente apressada
assoma na janela

um Sátiro me convida
a dançar sobre a areia
ouvindo o som das ondas

entre ondas de lembranças
os Anjos sorridentes
com fina acuidade
cantam ao Sol nascente
e um raio da esperança
ilumina à humanidade.

Isabel Furini

terça-feira, 17 de setembro de 2019

O Âmago dos sonhos - poema de Isabel Furini



O ÂMAGO DOS SONHOS

As vezes,
nossos sonhos são transformados
em enormes sequoias
e viram paixão ou paranoia.

Outras vezes,
nossos sonhos permanecem delicados bonsais.
Pequenos e ternos,
mas guardam a coragem dos samurais.

Os sábios afirmam que o verdadeiro poder dos sonhos
é impulsionar a nave da vida
até as estrelas mais longínquas.

Isabel Furini

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Acordar... (Poema de Isabel Furini)



ACORDAR...

alguns dias acordo freudiana
e percebo que são eróticas
as pequenas xícaras de porcelana
que enfeitam o criado mudo

outros dias acordo junguiana
e observo
obscuros símbolos místicos
nas xícaras de porcelana

de repente, um dia mudo a ótica
e acordo com questões filosóficas
cercando a minha cabeça
e deixo que o pensar resplandeça
nas palavras

as vezes acordo pensando
em um poema áspero e tortuoso
que eu arremessei (há alguns anos)
do topo de um terreno vertical e rochoso

quando acordo poeta
percebo que as xícaras de porcelana
são estrelas da Constelação do Corvo
e não tem asas de borboletas
mas conseguem voar.

Isabel Furini

Arte digital de Isabel Furini



sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Atingidos - Poema de Isabel Furini



ATINGIDOS

Nem sempre as palavras nos alcancam
às vezes
ficamos surdos aos apelos
e o carinho foge entre os dedos

mas quando o Amor se manifesta
e dança entre nossos cílios
de repente
percebemos
que fomos atingidos pelo silêncio do Amor
- um silencio profundo
ocêanico
poderoso
como o veneno do escorpião.

Isabel Furini

Quadro de Carlos Zemek

segunda-feira, 22 de julho de 2019

Alma de leão - poema de Isabel Furini



Para viver no mundo de hoje
(onde pululam a indiferença e a agressão)
é preciso construir uma ponte levadiça
para proteger o próprio coração

é imperioso construir uma torre de vigilância
onde a alma alerta e cautelosa
possa treinar
a estratégia dos arqueiros
que protegiam os muros dos castelos

a flecha é o pensamento
e ela não deve ser desviada pelo vento
para vencer é preciso ter
o coração poderoso de um leão.


Isabel Furini

Fotografia de Isabel Furini

segunda-feira, 15 de julho de 2019

Época de infância - poema de Isabel Furini


ÉPOCA DE INFÂNCIA

Somente lembro de seu olhar
de desprezo
era uma chuva constante
que molhava
e apodrecia as raízes de meus sentimentos

anos mais tarde
mamãe reclamou das raízes mortas
que fechavam as portas de minha alma

mamãe - essa Medusa de coração de granito
sempre assinalava alguma fragilidade
de meu temperamento

ela foi um vento que humilhava
e arrasava
mas para amigos, familiares e vizinhos
ela tinha palavras suaves como flores

por isso vivo poetizando as flores
para não morrer carregando nas mãos
a cesta da infância completamente vazia – sem afeto.

Isabel Furini

Pétalas Poéticas - de Isabel Furini


PÉTALAS POÉTICAS

as pétalas das rosas
são versos expressivos

belas e viçosas
as rosas
sentem-se sempre orgulhosas
pois suas pétalas-versos
o bom Deus escreveu
no livro do universo.

Isabel Furini


sexta-feira, 12 de julho de 2019

Homenageados do Projeto Poetizar o Mundo


Um dos objetivos do Projeto Poetizar o Mundo é homenagear as pessoas que se destacam pelo trabalho em prol da Literatura e das Artes. No segundo semestre/2019, receberão Medalha de Mérito Cultural os poetas: Eliane Hüning Corona(de Chapecó, SC), Conceição Gomes (de Curitiba), Jaime Vieira e José Feldman (de Maringá). Também receberá Troféu o jornalista Willy Schumann.

 

sábado, 6 de julho de 2019

Menino trabalhador


O MENINO TRABALHADOR

ao falar desce o olhar
a vida triturou os seus sonhos
e envelheceu o seu coração

ouve os gritos do patrão:
- crianças não podem brincar!
todos devem trabalhar!

coloca a cabeça no travesseiro
e os terríveis pesadelos
batem e machucam a sua alma

de dia é fatigante o labor
tão amargo quanto a cicuta
gera traumas e dor.

Isabel Furini


quinta-feira, 4 de julho de 2019

Ao amanhecer - Poema de Isabel Furini













AO AMANHECER

Sombras tóxicas recuam
gritos de terror
escondem-se nas gargantas
- em alguma geografia remota
a guerra continua

amanhece
as rosas abrem suas pétalas
esperando
o contato com os raios do Sol

silenciam os grilos
escondem-se as cobras do deserto
as gaivotas voam sobre o mar

os Anjos sorriem ao amanhecer
esperando
que o amor possa renascer
na alegria de um beijo

Isabel Furini

segunda-feira, 1 de julho de 2019

ESSE BÊBADO!!!




Maria foi visitar sua prima Cláudia, que morava em um prédio de esquina de uma avenida movimentada. Na porta do prédio havia um bêbado sentado nos degraus. Maria sentiu medo dele e voltou para sua casa.

À tarde, foi ministrar aulas de pintura. Na saída falou sobre o bêbado com Cidinha, a mulher da limpeza, que estava passando o esfregão pela escada. Cidinha disse:

– Meu pai era bêbado...lembro-me de que chegava em casa cambaleando.... falando sozinho, sem nexo. Minha mãe gritava. Tenho trauma da época de infância.

– Entendo – compadeceu-se Maria – deve ser terrível ter um pai bêbado. Você deve guardar recordações terríveis dele.

 Recordações ruins de meu pai? Não! Você não está entendendo, Maria, meu pai era maravilhoso... Eu tenho recordações ruins é de minha mãe.

Maria, com os olhos esbugalhados, ficou olhando a mulher da limpeza.

– Sim, meu pai era bêbado, falava demais... só isso. Eu tenho recordações terríveis de minha mãe. Ela gritava, xingava, reclamava. Era uma mulher insuportável...

Maria chegou à sua casa um pouco confusa. Era uma mulher preconceituosa e sempre havia odiado bêbados. Mas, e agora?...

Isabel Furini é escritora, poeta e palestrante.
Contato: isabelfurini@hotmail.com

Demais - Poema de Isabel Furini



DEMAIS?

poeta de alma gosta de contar estrelas
e de escutar as águas do rio

louco demais é o poeta que fala com a Lua Cheia
anda pelas ruas cantando às estrelas
e escreve poemas sobre os muros e sobre as pedras

esse poeta é assustador
porque tem a alma nua
o olhar de um anjo ingênuo
e gárgulas no coração.


Isabel Furini


domingo, 30 de junho de 2019

O crochê da avó


       
a Itália lutava na Primeira Guerra Mundial
a guerra açoita a fé,
a guerra fere a esperança
a guerra deixa marcas na área emocional

com a agulha de crochê
a avó bordava tristezas
era o trabalho da avó a obra de uma artista
- delicado e sem asperezas

a avó tinha um enorme coração
seu amor era correnteza
que inundava os bordados
seu crochê era alagado
pelo seu profundo amor.

Isabel Furini
 







quarta-feira, 26 de junho de 2019

Os abismos da caneta - Poema de Isabel Furini


OS ABISMOS DA CANETA

enquanto o poeta pensa na  dualidade filosófica
finito-infinito
a caneta invade oceanos de palavras
mergulha em poços de conceitos
avança sobre abismos de metáforas

 a caneta confessa:
“onde eu habito os opostos estão unidos
todos os poemas
de algum modo são sagrados
e são impulsionados pelo alento do infinito”.

Isabel Furini


Arte digital de Isabel Furini



segunda-feira, 17 de junho de 2019

Poetisa I - II - III e IV





POETISA I

acorda de madrugada
e espalha
ódios e ternuras
(eternos)
nas páginas do caderno.

Isabel Furini

POETISA II

Olha a linha do horizonte e sonha
amores esquecidos retornam
voa entre nuvens e pergunta
:
será a vida uma linha curva
avançando entre águas turvas?

Isabel Furini





POETISA III

tece
palavras
e mais palavras
alterando a essência do mundo.

Isabel Furini 


POETISA IV

cinzela seus poemas nas rochas
entre as rosas e a noite
para que sejam amados ou dissecados
pelas poetisas
prisioneiras dos preconceitos sociais
porque a poesia liberta a alma
e torna mais leve a jornada

Isabel Furini

domingo, 16 de junho de 2019

Seguir uma estrela - poema de Isabel Furini



SEGUIR UMA ESTRELA


É preciso escolher uma estrela
porque
um ser humano sem  um objetivo
perde-se nas estradas da vida
e diminui o seu poder criativo

é preciso escolher a estrela
que guie e inspire...
uma estrela cuja luz ilumine
nosso mundo subjetivo.


Isabel Furini
Presidente da AVIPAF


sábado, 15 de junho de 2019

A rosa vaidosa - poema de Isabel Furini para público infantil





A ROSA VAIDOSA

A rosa falou:
- Pode me admirar,
amiga borboleta.
Eu sou bela,
eu sou a inspiração dos poetas

A borboleta disse:
- Rosa, você é bela,
pode enfeitar as janelas
e os jardins.
Triste o seu destino, rosa!
Você é formosa,
mas não pode voar.
Você ficará no jardim,
enquanto eu posso voar
como um querubim.

A rosa pensou
na perfeição de Deus.
Ele deu a cada ser, um dom.

Isabel Furini

domingo, 9 de junho de 2019

O vestido da avó - poema de Isabel Furini


O VESTIDO DA AVÓ

Caminhei até o quarto de despejos
abri o baú de madeira
e observei
o vestido de festa da avó

um vestido antigo - belo além da poeira

um vestido
destruído pelas traças e pela umidade
mas iluminado pelas lembranças
e pelo fulgor da saudade.

Isabel Furini


segunda-feira, 3 de junho de 2019

O cachorro Guloso - Poema infantil de Isabel Furini


O CACHORRO GULOSO

Pompão  era um cachorro
Muito alegre e engraçado,
Mas ele mudou de humor
Quando seu dono se fez vegano.

O cachorro guloso
Só queria comer ossos.
Esse cachorro achava
Que o churrasco era gostoso.

Auauauau - gritou Pompão.
Que gosto ruim - de sapato
Tem essa comida vegana
Que meu dono colocou no prato.

Demorou, mas o dono do cachorro
Entendeu que cada ser
Gosta de algo diferente,
E todos têm o direito de escolher.


Isabel Furini

Fragmento da alma (Poema de Isabel Furini)


Fragmento da alma

Quando as flores atingem as pupilas
uma parte de nossa alma canta

é um fragmento dormido
que acorda com a beleza
e se espreguiça
e logo cala
e novamente se esconde
mas permanece uma profunda sensação de alegria
e nos cantos da alma deixa um rastro de pureza
- pureza oculta pelas névoas da vida.

Isabel Furini
Presidente da AVIPAF
Cadeira 1

Arte digital de Isabel Furini

Acossada (Poema de Isabel Furini)

Arte digital de Isabel Furini

ACOSSADA

Cercada pelos espíritos
acossada pela culpa...
pobre Sarah! ela nunca
desejou matar ninguém
mas eram poderosas
e feriam e matavam as armas
que Winchester fabricava

pobre Sarah!
o destino traiçoeiro
lhe deu infortúnio e fortuna
e sua vida foi arrassada
pela força dos ventos
como uma fruta madura

pobre Sarah, solitária
ouviu de boca de um médium
que os espíritos a acossavam
e para as almas em pena
era construiu uma casa

durante 38 anos
a casa em construção
era quase uma oração
feita de salas e escadas
essa era uma maneira
de Sarah pedir perdão.

Isabel Furini
Acadêmica da AVIPAF

Fotografia de Isabel Furini

Um lar para os mortos (poema de Isabel Furini)




UM LAR PARA OS MORTOS

É  noite na alma
e Sarah navega sobre o mar profundo
de dúvidas e culpas

sua alma volta os olhos para o próprio rosto
ela pensa que a morte é um exílio involuntário
no qual as almas refletem as armas Winchester

Sarah ouve os gritos de mortos e feridos
e um médium sustenta que o único auxílio
está estruturado na esfera do bem realizado

para esses espíritos sem luz, derrotados
Sarah oferece uma casa: a mansão Winchester.

Isabel Furini
AVIPAF - Cadeira 1

A misteriosa Mansão Winchester (texto de Isabel Furini)


A Misteriosa Casa Winchester é uma mansão localizada na cidade de San José, California.  Sarah Winchester, viúva de William Winchester, um fabricante de armas, construiu essa casa durante 38 anos.

Em 2017, visitei o local, que fica na parte norte da Califórnia. Eu pensava que a casa estaria longe da parte movimentada da cidade, mas está em um local movimentado.  É enorme, e, de longe, pode-se enxergar a parte superior da mansão.

A história da construção dessa mansão faz referência aos fantasmas das vítimas de armas fabricadas pela fábrica Winchester. Alguns afirmam que Sarah se sentia responsável pelo enriquecimento com armas. Sentia-se culpada. Sua filha morreu ainda criança. Anos mais tarde faleceu seu sogro e seu marido. Um medium falou que a maldição da família Winchester tinha a sua origem na venda de armas. Sarah acreditava ver os mortos andando pela casa.

A construção começou em 1884 e continuou até a morte de Sarah, em 5 de setembro de 1922. Os trabalhos eram realizados dia e noite, sem parar. A construção tinha como finalidade sossegar a ira dos espíritos. Sarah mandou  construir escadas que não levavam a nenhum lugar. Também havia salas construídas sem nenhuma finalidade. O objetivo não era construir uma casa para morar bem, o objetivo era construir uma casa para acalmar os espíritos.

A história dessa casa é de arrepiar, e é verdadeira. Eu não acredito que a vida imite a Arte - é sempre a Arte que imita a vida. E o drama de Sarah Winchester é o drama de uma vida.

Isabel Furini
Presidente da AVIPAF
Cadeira 1

Arte digital de Isabel Furini


domingo, 2 de junho de 2019

A Lua - poema de Isabel Furini



A LUA

passeia pelos jardins
da tristeza e da alegria

e ao chegar ao mar
a Lua decide mergulhar
no oceano da Poesia.

Isabel Furini

Brincalhona Lua - poema de Isabel Furini


BRINCALHONA LUA

O poeta caminha pela rua
enquanto a brincalhona Lua
anda entre as nuvens - nua
faz acrobacias
e transforma
a noite em poesia.

Isabel Furini

sábado, 1 de junho de 2019

5 - A Poesia é...




5 - Poesia é...

ter estrelas nos olhos
e sonhos nas mãos
quebrar as algemas do medo
superar dilemas
e sobre linha do horizonte
escrever novos poemas.

Isabel Furini



sexta-feira, 31 de maio de 2019

ESPIRITUALIDADE? (Miniconto

ESPIRITUALIDADE? (Miniconto)
Maria! – disse a patroa. – Este é João, meu professor de yoga. Ele é meu namorado e vai morar nesta casa.
Maria olhou para o homem jovem de olhos claros e sorriso suave. Bonitão o magricela, pensou.
Você vai notar a diferença, Maria. Lembra de meu marido? Materialista, come carne, só pensa em dinheiro. João é espiritualista e vegetariano. Ele é conselheiro naturalista e professor de yoga. Já foi cinco vezes para Índia. Ele só gosta de meditar e de ensinar técnicas de meditação.
Eu quero saber... Quanto dinheiro ele consegue com a meditação? – perguntou Maria.
Dinheiro não é objetivo, o objetivo é a saúde e a paz. – respondeu João.
Serei mandada embora?
Não, Maria – disse o rapaz – minha mãe paga todas minhas contas. Ela pagará o seu salário.
Gostei do magricela! – exclamou Maria.



Isabel Furini é escritora e poeta premiada

Ao amor (Poema de Isabel Furini)





AO AMOR



Se o amor me esperasse no meio do caminho
ou apressasse o seu passo para marchar comigo,
tangeriam os sinos das igrejas antigas,
entonariam hinos de amor as confrarias
e preencheriam o ar com poderosas cantigas...

Se o amor me esperasse no meio da senda
Eros (essa criança com a aljava dourada
e a flecha apontada) gritaria em meu ouvido
que o amor é a estrada e o fim do caminho.
.
O amor? O que é o amor?
O amor é o encontro da canção esquecida,
o minotauro rústico que foge do labirinto,
o amor é a rosa do arcos íris e é o sabor de absinto
e o doce mel de abelhas que zumbem nos ouvidos.

O amor é a fragrância que espalha luar e Sol,
é a união do deserto com as água do rio,
é a pedreira que explode para derramar ouro,
é o minotauro solto, correndo pelos campos,
livre... cheio de Sol.

O caminho do amor é de espaço cálido,
do beijo, da carícia, do abraço que abriga.
O fim do desamparo que elimina a briga,
o encontro quase místico de alma com alma,
reflexo de um reflexo,
gotas de água unidas no amplo mar do infinito.

Compartilhar o ar, o sussurro, o riso e o espanto,
rir a toa... chorar...
Saber que não está só nas estradas do mundo.
Saber... saber...
O momento do beijo, não será esquecido.
O momento do abraço, não será traído.
O momento do olhar, não será esquivado.
O momento do amor, é o momento supremo
onde toda alegria é transmudada em vinho
e se transforma em verso e se transforma em rima.

É a hora azul e dourada, da doação e da entrega.
O fim do egoísmo.
É a hora cor de rosa e cor malva, quando a alma reclama
as benções que os céus derramam nas estrelas

São olhares, são beijos, é a mão que aperta
E sente que a solidão para sempre foi morta.
 Não estou sozinho, não! É o grito primitivo
do verdadeiro amante que volta do passado
e encontra na mão amiga o bálsamo constante
para acalmar seu anseio, sua carência e sua dor.

Os amantes se encontram!
Luz de pirilampos a iluminar a noite...
As estrelas titilam ao mais breve toque
e se os corpos se enlaçam com paixão e veemência,
o orvalho da manhã cobre de amor as praças
e os pássaros cantam e levantam as asas
em vôos fortes e rápidos, de poderosas águias.

E tudo se transforma.
O cálice transborda, a Lua é mais potente,
o vinho antigo e seco, as marés são silentes...
As estrelas brilham com fulgores agrestes,
o vento sopra alegre entre flores e ciprestes.
 

Tudo canta.
A fonte de água clara, o deserto, a montanha,
as árvores do campo e a chuva na vidraça.
O tamborilar dos dedos é uma sinfonia.
Tudo muda.
O mago amor transforma o mundo em poesia!

Isabel Furini



Escultura de Kirkland, EUA

 


sábado, 18 de maio de 2019

Wesak - Poema de Isabel Furini



WESAK

flores de lótus em volta do coração
provocam o fluxo e refluxo das águas e da emoção
 a Lua Cheia de Touro sobre o mar
e sobre a raça humana

e novamente é realizada a pergunta ao Sanat Kumara
- está preparado o homem para entrar no Nirvana?

ano após ano a resposta não muda
(esse “não” que trucida esperanças)


o Mestre fala: quando o homem superar a alienação

quando o homem atingir seus semelhante
com a zarabatana da compaixão
ele será um semeador qualificado
para percorrer o caminho do Amor

Isabel Furini





Wesak - o Dia do Lótus Branco - é festejado no Oriente na Lua Cheia de Touro.
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