quarta-feira, 31 de agosto de 2011

MARIETA, A GAIVOTA (poema com fotos)

Conto e fotografias de Isabel Furini
Edição de Carlos Zemek da www.conectou.net






Marieta estava sozinha olhando o mar.
Ter amigos deve ser bom - Pensou.

-Eiii! Posso voar com você?
Gritou, olhando para uma gaivota que estava voando.


-Olá, Gaivotas! Querem brincar?
Perguntou para um grupo de gaivotas.




- Fora! Você é muito desengonçada.
Parece até um urubu voando. Hahahaha.
Falou uma gaivota do grupo.


- Ninguém gosta de mim!
Estou tão triste - disse Marieta.

 
- Por que ninguém gosta de mim?



Marieta ouviu uma voz:
- Olá, eu sou Roberto. Você quer ser minha amiga?
Era um carangeujo.



- Ola! Eu sou Joanita, vamos brincar?
Alguém voa mais alto do que eu?



- Eu não posso voar, não tenho asas!
- Então, vamos brincar na água - Disse Marieta.

Marieta, Roberto e Joanita brincaram juntos.
E assim começou uma grande amizade.

Conto de Isabel Furini

sábado, 27 de agosto de 2011

Jornal MEMAI aborda terror nuclear



JORNAL MEMAI – Letras e Artes Japonesas lança sua sétima edição, tendo como tema de capa o pesadelo nuclear, que tem atormentado o imaginário japonês desde a 2ª. Guerra Mundial. Godzila, Akira Kurosawa, Masuji Ibuse são algumas obras da ficção japonesa que abordaram o tema.

O jornal também traz a homenagem da França ao Japão, com a instalação da Casa de Chá criada pela designer Charlotte Perriand; entrevista com o escritor Oscar Nakasato, que recebeu o premio Benvirá de Literatura pelo romance Nihonjin; e uma matéria sobre haicai, ilustrada com haicais de imigrantes e pelo o sumi-ê de Lucia Hiratsuka.

O JORNAL MEMAI é publicado trimestralmente e tem distribuição gratuita em Curitiba, Londrina, Maringá e São Paulo. Quem tiver curiosidade em conhecer a versão impressa pode pedir pelo email contato@jornalmemai.com.br.
O site, que está sendo atualizado, traz até a edição 05 do jornal.

sábado, 20 de agosto de 2011

Anjos (poema de Isabel Furini)

Réplica de quadro do Arcanjo Rafael da Escola Cusquenha -Perú

ANJOS
Formas imaginárias dançam com o vento.
No silêncio do quarto faço uma oração
para dissolver as mágoas
-depois durmo.

Meus sonhos invadem obscuros arquétipos.
Inventam metáforas, sinais simbólicos,
signo alegóricos
e desperto com anjos nos olhos.
Isabel Furini


Lembranças - poema de Isabel Furini




quinta-feira, 18 de agosto de 2011

QUEM É JOVEM E QUEM É IDOSO?


Algumas vezes ficamos confusos diante de conceitos tão simples quanto jovem ou idoso. Há pouco tempo recebi um e-mail de um senhor aposentado, começava dizendo que era um homem muito idoso e que precisava de orientações para escrever a sua autobiografia. Tinha passagens de sua vida que ninguém conhecia, e agora que estava no fim da vida queria contá-la em detalhes para seus filhos e netos.

Trocamos e-mails, eu o aconselhei a organizar os capítulos, pensar no início, se queria começar contando os primeiros anos ou contar algo bem inusitado e depois narrar fatos de sua infância, e perguntei quando anos ele tinha. Você imagina quantos? 85, 90, 95, 100 anos?

Quando ele falou o ano em que nasceu, eu pensei que ele tinha errado ao digitar. Eu lhe enviei um e-mail perguntando: Você acaba de completar 62 anos? Sim, respondeu. Sou aposentado e idoso. Idoso de cabeça! Tive desejos de retrucar. Mas não disse nada, cada pessoa tem o direito de ter a idade mental que deseja.

O contrário aconteceu com dom Elías, meu mestre de Jhorei. Interessante quando me falaram dele, eu pensei que era um mestre israelita dedicado à kablaha, quando fui vê-lo fiquei surpresa, era um velhinho japonês. Depois ele me contou que nascera no Japão e tinha pouco mais de 20 anos quando veio para o Brasil. Como seu nome era muito complicado, não conseguiram traduzi-lo, e ao fazer os documentos um funcionário achou que era parecido com Elías, e assim ficou. Quando o conheci, tinha 84 anos.

Aos 85 anos um dia me disse: Ontem levei meu neto ao parque, comecei a correr com ele, mas fiquei muito cansado, não consegui correr, acho que estou começando a ficar velho... Ele morreu meses depois, mas não chegou a ficar velho, morreu quando sentiu que “estava começando a ficar velho”.

Penso que nós temos duas idades, a idade do corpo, aquele que está registrada na certidão de nascimento, e a idade da mente, essa não depende da folhinha, mas da atitude que temos diante da vida, da força interior.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Resultado 2º Concurso Poetizar o Mundo

Agradecemos a participação de todos os poetas que enviaram os seus trabalhos.

Os ganhadores do 2° Concurso Poetizar o Mundo, modalidade Indriso foram:

1º CIRCUMAMBULATIO, Jorge Xerxes; 2º A OUTRA MONTANHA João Elias Antunes de Olivei; 3 NO TEU CORPO, de Antonio Rodrigues Belon
Menções Honrosas: ARS POÉTICA de Rogério Luz e CABIDELA HUMANA de Geraldo Trombin.

Foram jurados o escritor Dr. Marco Antônio de Araújo Bueno e o poeta Vítor Queiroz.

1º lugar circumambulatio de Jorge Xerxes – o poema ganhador será publicado gratuitamente no livro de indrisos que será editado por Isidro Iturat e todos os poemas publicados nesse livro são inéditos e não poderia ser publicado no blog. Mas recebemos autorização de Isidro para publicar o poema.

circumambulatio

gárgula de ímpetos imanentes
o mais astuto dos segréis calar-se-ia
ante um torvelino de queixas tão obtusas

mas acolhe: afaga-lhes as faces rombudas
abre-lhes as palmas feridas de pedras
para que delas abandonem sorridentes flores

os embates não nutrem pérolas em ostras

é a síntese a erigir-lhes sentido

Autor: Jorge Xerxes é natural de São João da Boa Vista, SP. Mantém o sítio www.jorgexerxes.wordpress.com - "Palavras Órfãs de Poesia: O que Restou". Publicou "As Cinquenta Primeiras Criaturas", Livro de Contos e Poesias, 150 pp, Editora Multifoco, (2010).

2° Lugar
A OUTRA MONTANHA de João Elias Antunes de Oliveira

Menino apascentando cabras na montanha.
O tempo badala no pescoço.
A longa vara indica a superação da sede.

O cajado ampara o medo.
Duas bocas compreendem o sol da manhã.
Apascenta os sonhos.

A montanha projetava seus ecos no vazio.

Menino apascentando seu rebanho de pedras na montanha.

Elias Antunes é professor, servidor público e escritor, publicou vários livros.


3º Lugar.
NO TEU CORPO

Arquitetura!
Arquibundura!
Arquimedes

Não me deu
(eureca)
Nem o grito nem o achado.

Teus seios...

Teus quadris.


Professor de Literatura Brasileira aposentado na UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Atua no Programa de Pós-Graduação, Mestrado em Letras, do campus de Três Lagoas, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e realiza estágio pós-doutoral e outras atividades no Programa de Pós-Graduação em Literatura na UNB – Universidade de Brasília.


MENÇÃO HONROSA

Ars Poética de Rogerio Luz

Nada saber não é um privilégio
da pedra ou do animal: o pensamento
se perde na palavra, nos intentos.

Nada pensar entre paixão e tédio
nada dizer acerca da montanha –
toda palavra dita soa estranha.

Emudecer a voz – tristonha ou álacre.

Vocábulos de júbilo dos pássaros.



Rogerio Luz (Rio de Janeiro, 1936) é professor aposentado da ECO-UFRJ. Poeta, ensaísta e artista plástico, publicou diversos artigos e livros na área de estética, psicanálise e crítica de arte. Tem três livros de poesia: Diverso entre contrários. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2004, Correio Sentimental. S.Paulo: Giz Editorial, 2006, e Escritas. Goiânia: Editora UFG, Coleção Vertentes, 2011.


MENÇÃO HONROSA
CABIDELA HUMANA de Geraldo Trombin


Meu sangue avinagrado já está fervendo na panela.
Minhas partes – cabeça, pescoço, pés, asas criativas sem adejo –
Todas decepadas, prontas para serem refogadas.

O coração prestes a ser afogado na sua hemoliquidez;
O fígado embebido na sua lânguida embriaguez.
Sinto-me miúdo.

Sinto-me aos pedaços.

Prato a ser devorado.


Geraldo Trombin é publicitário, membro do "Espaço Literário Nelly Rocha Galassi" – de Americana/SP (desde 2004) e da CL (Concursos Literários)
Lançou em 1981 "Transparecer a Escuridão", produção independente de poesias e crônicas, e em 2010 "Só Concursados - diVersos poemas, crônicas e contos premiados". Com mais de 190 classificações conquistadas em inúmeros concursos realizados em várias partes do país, tem trabalhos editados em mais de 70 publicações.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

DE DOZE EM DOZE HORAS (RESENHA)


Esse livro de poemas de Alexandre França (editora 1801, 2010, 120 páginas) nos convida para observar a passagem das horas com os olhos do poeta. A subjetividade nos permite ver ambientes, pessoas, a própria cidade de um ponto de vista diferente: “ à noite mergulhar no fim mudo da linguagem, /modelar ruma raça...”.

A poesia de Alexandre França é moderna e imprevisível. Foge dos moldes, dos padrões. França nos leva por caminhos desconhecidos, abre diante de nossos olhos um mundo ignorado, uma dimensão poética que seduz pela beleza e assusta pela crueldade de alguns assuntos que aborda com singularidade. Vejamos o poema Moradia:

há uma cidade
no meu travesseiro,
um estado
embaixo da cama,
um país
entre a janela e a veneziana,
um mundo
num porta-retratos.
e você,
onde mora
aqui dentro
de casa?


Márcio Mattana enfatiza: “Embora Alexandre França nos ofereça um ciclo completo de manhã, tarde e noite, há sempre uma sensação meio noturna a brotar de seus versos. A manhã se mistura à madrugada e quase tudo é vivido dentro de quartos e salas, oscilando entre o sono e a insônia: “Há sempre alguém acordado por você”.
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