sábado, 20 de dezembro de 2014

O Natal dos bichos (Poema infantil de Isabel Furini)



Em uma linda floresta
aconteceu uma linda festa.

Uma festa de Natal
e os bichos não se cansavam de dançar.

O jacaré dançava com a sucuri,
e a sucuri beijou o seu nariz.

O gato do mato dançou com a pantera,
dançou e dançou a noite inteira.

O panda comeu os bolinhos de mel,
feitos com carinho pela papa-mel.

A onça estava contente
e até dançou com uma serpente.

E quem tocava piano?
Era um alegre tucano.

O lobo dançou com uma hiena,
e a hiena ficou rindo da baleia.

Muito zangada gritou a baleia:
- Já cansei do riso da hiena.

O lobo deixou a hiena rindo sozinha
e foi a dançar com uma linda doninha.

E o que ninguém sabia,
era que nessa floresta havia uma águia escondida.

Poema de Isabel Furini
Procure a águia da floresta azul.






Quadro de Carlos Zemek -






Onça - Quadro de Celia Dunker.







quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

A ÁRVORE (Poema de Isabel Furini - Arte digital de Carlos Zemek)

A ÁRVORE


A árvore sozinha
chorava e chorava.
De repente enxergou uma minhoca
que se arrastava sobre a grama
e a árvore murmurou:
- Eu achava que meu destino não era bom,
mas agora percebo
são muito bonitos meus ramos
mexendo-se ao vento
e recebendo os raios do Sol.

Isabel Furini

A blusa de crochê - de Isabel Furini

A BLUSA DE CROCHÊ



Meu branco é muito brilhante,
eu sou uma blusa elegante.
Eu sou uma blusa de crochê
e durmo perto de um buquê
lindo, de flores vermelhas.

Gosto de jantares e de festas,
e quando escuto elogios,
eu falo com humildade:
"Eu fui tecida com fio,
um fio branco e macio".

Poema de Isabel Furini - Inspirado no trabalho de crochê de Sonia Andrea Mazza.

POEMAS PREMIADOS DE ISABEL FURINI



Recebi e-mail de uma leitora que gostaria de conhecer meus poemas premiados. Obrigada, Lúcia, pelo e-mail. Esses poemas já foram divulgados na internet, mas vou reunir os que ganharam 1º, 2º e 3º lugares, e deixarei os 8 poemas que receberam Menção Honrosa para outra oportunidade. Como dizia muito bem o escritor uruguaio Horacio Quiroga: "Não abuse do leitor". Na continuação meus poemas premiados seguindo ordem cronológica:


O POETA

Sonha com poemas
e acorda na noite,
escrevendo com os dedos
versos no ar.

Adora
navegar sobre ondas de folhas em branco,
velejar nos cadernos novos,
pular sobre areias de palavras,
correr na praia procurando o Verbo.
Livros, cadernos, papéis e mais papéis...

Continua a lutar com ondas indomáveis,
organiza os termos,
mas só ancora no oceano dos sentimentos.
Nesse instante,
o poeta compreende o poder do caos primordial.
Isabel Furini

1º lugar no Concurso de Poesia de São José dos Pinhais, PR, em 2002. Escolhido para o Projeto Leitura no Metro de Belo Horizonte (MG) parceria entre o Programa da A tela e o texto da UFMG e a CBTU - Companhia Brasileira de Trens Urbanos.

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EL GRITO

Yo conozco una calle
que se alarga y se aleja.

Una calle desierta,
con ventanas cerradas,

donde tu amor murió
y el recuerdo se agranda.

Tu amor se tornó viento,
huyó al anochecer

recorrió las ciudades
y se fue a esconder

em uma cueva oscura
de uma montaña olvidada.

Un grito dió mi alma
solitária y antigua...

Un grito silencioso,
sin bemoles, sin rima...

fue un grito de angustia
desesperado y triste.

Agonizante grito,
que estremeció la penumbra
Isabel Furini

1º Lugar Poesia Concurso Internacional Missões, Roque Gonçalo/RS - 2005


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QUARTO SEM SOMBRA

Esquecido do mundo, Van Gogh pinta.
Seus quadros são cartografia de subterrâneos traumas
tatuados no corpo e nas mãos.

O eu instintivo
(adolescente)
extravasa emoções,
extasia-se nas cores dos trigais,
no voo dos corvos,
nas expressões dos rostos operários,
nas luzes de Arles.

Pinta em um ritmo alucinante,
pinceladas justapostas ganham vida.
Obsessivamente
retrata seu quarto com movimentos compulsivos.
Seu quarto não tem sombras,
ignora-as,
(elas o aterrorizam com suas histórias).

Mas as sombras
tentam entrar pela janela entreaberta.
Espreitam
(invisíveis)
desde as paredes do quarto do quadro do artista.

A loucura perambula pela casa amarela.
Isabel Furini

1° LUGAR - Academia Itapemense de Letras/SC - 2011.

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FOME DE FORMIGA - de Isabel Furini
Esses relógios têm umidade de raízes,
insondáveis como fantasmas,
obsessivos,
compulsivos,
espiam constantemente.
A paisagem esculpe as janelas dos olhos
água de batismo umedece as retinas,
delata tempestades marinhas na escuridão do inconsciente.
A água salgada corre além das rochas,
esse mar, esse mar – quase uma gruta de sonhos.
O destino marca nossas horas – como os relógios moles de Dalí,
as horas do esquecimento e as horas vindouras
até que seja possível descobrir
(atônitos)
que as fatais formigas não mordem um relógio vermelho em um quadro,
elas mordem nossa subjetividade,
atacam nossa singularidade e devoram o queijo Camembert
(já derretido).

Isabel Furini
Esse poema conquistou 1º Lugar no Concurso da Academia Campolarguense de Poesia - 2013.

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KATHARSIS

Curvas de palabras sobre abismos.
Un poema invade mi soledad
deflagrando una catarsis profunda.

Huellas de noches mal dormidas,
alumbradas
con fósforos encendidos por maníacos
ofuscados por la extraña búsqueda
de mariposas de amatista.

Olas de palabras subterráneas
azotan el hierro oxidado del navío de mi vida.
Tempestades inclementes
arrastraron mis horas y mis versos
para el océano de los recuerdos.
Isabel Furini

2º Lugar Revista Katharse - Espanha

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GESTAÇÃO POÉTICA

cinzelar algum poema com a cor
do vento do deserto
seco e angular
(como a vida)
olente jasmim selvagem
quase agressivo

cinzelar algum poema como a vida
(amalgama de emoções)
com alegrias, aborrecimentos e paixões
para estar além dos muros
íntegro e puro
em cada verso.
Isabel Furini

2º Lugar Concurso ALEPON (Academia de Letras de Ponte Nova/Minas Gerais)


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VINHEDO

Oscila o pêndulo do passado entre cachos de uvas e cantos.

O som da concertina sacode a casa,
a avó viaja até o velho povoado
contemplando as fotografias desbotadas
do álbum.

Do manto das lembranças colhe risos,
beijos, abraços,
o gosto das uvas e o Sol italiano.

3º Lugar no Concurso da Universidade Federal Fluminense - Niterói/Rj, 2011.


Meninos de rua (Poema de Isabel Furini - Fotografia de Neni Glock)


MENINOS DE RUA

a couraça da indiferença
fere os pés descalços

o cabelo sujo da criança de rua
destaca-se diante do prédio
com arrogantes escalinatas de mármore

solicita alimentos
mas os ouvidos estão surdos

solicita uma esmola
e o chofer (irritado)
fala com desprezo:
"a senhora tem que ir à igreja
não tem tempo para ajudar meninos abandonados".

Isabel Furini é escritora e poeta premiada.


Despertar da consciência (poema de Isabel Furini)

DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA

anda pelo mundo com o espírito atento
pois conhece as ciladas do destino

formas estranhas tentam atacar sua aura
mas sua força interior restaura
a pureza de sua alma


Poema Flor da Eternidade de Isabel Furini



Flor da eternidade 
 
alegremente 

regozija a mente
a flor eterna
da sabedoria Celta

Isabel Furini

Obra de Carlos Zemek

Poemas Mistérios de Isabel Furini


Poema Máscara de Isabel Furini



MÁSCARA (Poema inspirado em um pesadelo)

era uma cobra ( monstruosa)
portava máscara egípcia
avançava sobre a grama
suave como uma carícia
e brilhavam em seus olhos
a energia do pimpolho
e a maldade sub-reptícia.

Isabel Furini

Poema Almas Gêmeas de Isabel Furini


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