segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

PRÊMIO NOBEL DA PAZ: MAHATMA GANDHI OU OBAMA?...

Obama é um grande líder. E isso não pode ser discutido. Ele é jovem, inteligente e carismático. Mas o que ficou muito estranho, nesse ano de 2009, foi o Comitê do Nobel, em Oslo, justificar a decisão de outorgar-lhe o Prêmio Nobel da Paz por "dar ao mundo a esperança de um futuro melhor", como noticiou a imprensa. Se esse sistema de escolha for admitido, então, um poeta poderia ganhar um prêmio não pelos poemas que já escreveu, mas por dar esperanças de que escreverá os melhores poemas. Atores e atrizes de cinema poderiam ganhar o Oscar não pelo trabalho que realizaram, mas pelos trabalhos que realizarão. Um artista plástico seria elogiado, não pelos quadros que pintou, mas por dar ao mundo a esperança de que pintará quadros magníficos. E até no currículo profissional não seria importante colocar aquilo que o candidato já fez, mas o que poderia fazer. Interessante que Mahatma Gandhi, o líder indiano da “não violência”, conseguiu pacificamente a liberdade da Índia, que estava sob o domínio dos ingleses. Ele adotou o método da “desobediência civil”, um método pacífico. Mas sua luta pela paz não foi reconhecida em Oslo. Gandhi nunca recebeu o prêmio Nobel da Paz. Gandhi disse: “Minha ambição é nada menos que converter as pessoas britânicas à não violência, e assim lhes fazer ver o mal que fizeram para a Índia. Eu não busco danificar as pessoas.". A paz estava em suas palavras, em suas ações, em sua forma de lutar contra o imperialismo britânico. Esperemos que a “esperança” do Comitê do Nobel em Oslo não fique só no plano dos sonhos. E que, em 2010, o mundo avance, com firmeza, rumo à paz. Paz para todos os povos, sem distinções de raça, de cor, de nacionalidade, de religião, de posição econômica, de cultura. Um mundo mais fraterno. Um mundo mais pacífico. Um mundo melhor.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Van Gogh (poema)

VAN GOGH
Ulula o chicote do tempo
no vulcão das horas,
e no local absurdo,
tétrico,
do porão da mente,
o brilho dos quadros
cinzela as noites de insônia.
Enquanto emoções disputam espaços,
a orelha
- banida do tempo -
impulsiona-se para a eternidade.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

VAN GOGH (Poema en español)

 

VAN GOGH 

Ulula el látigo del tiempo 

en el volcán de las horas, 

y en el lugar absurdo, tétrico, 

del sótano de la mente,

el brillo de los cuadros

cincela las noches de insomnio. 

Mientras emociones disputan espacios, 

la oreja – banida del tiempo – 

es impulsada para la eternidad.

 

Isabel Furini

domingo, 17 de janeiro de 2010

OS RELÓGIOS DE DALÍ


Você alguma vez sentiu-se como um relógio de Dalí? Eu sim, algumas vezes. E conheci pessoas que também tiveram essa sensação.


Veja: a persistência da memória mostra relógios moles que marcam horas diferentes (tempo caótico?) enquanto o quarto relógio (o relógio vermelho) é devorado por formigas.

Só um gênio como Dalí poderia criar essas imagens que podem ser interpretadas de diversas maneiras. Crítica ao mundo moderno?... As formigas seriam os operários. O tempo devora homens e objetos. O tempo psicológico?... A preocupação com o tempo?... Ainda que a vida de uma pessoa esteja organizada, essa organização é provisória. Já os ecologistas pensam que Dali mostrou que se o meio ambiente não for respeitado, o mundo será convertido em um deserto.

Em minha visão, muito subjetiva (ninguém precisa concordar), os relógios podem ser pessoas desajustadas tentando ajustar-se ao mundo moderno (esse mundo devorado pelas formigas).

E nosso mundo não está se desintegrando? Nosso cotidiano não é pesado como o trabalho das formigas?... E muitos de nós não estamos fazendo esforços para ajustar nossos relógios e viver ao ritmo do mundo? As pessoas falam: já ninguém faz visitas como antigamente. Não há tempo. Não posso olhar para os problemas dos outros, não há tempo. Só posso olhar meu próprio umbigo.

O que você pensa dessa pintura, interpretada tantas vezes e de formas tão diferentes? Essas imagens são realmente arquetípicas e cada pessoa pode dar uma interpretação diferente. Pois quando uma imagem fala à nossa alma – nossa alma expressa sua emoção.

Como disse Gala, a esposa de Dalí: “Quien lo vea no lo olvidará jamás”.

Dediquei alguns humildes versos a essa incrível obra de arte:

O personagem dos longos cílios empurra
a aldrava dos sonhos
e novamente no deserto inóspito perto do mar,
os ternos relógios paranóico-críticos tentam acertar as agulhas
– como pessoas despreparadas para o mundo.

Fontes de Curitiba (3)


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