terça-feira, 29 de junho de 2021

O Pirarucu e seu amigo Achigã (Poema infantil)

 

No fundo do rio Xingu
Morava um Pirarucu.

Um peixe Achigã
Era a seu único amigo.

Pirarucu gostava de cantoria,
E Achigã gostava de brigas.

Se Achigã uma salamandra vencia
Com seus pequenos dentes a comia.

Pirarucu dizia: Meu pequeno amigo
Achigã é bom de briga.

Pirarucu gostava de poetizar
O rio, os peixes, as plantas e as ondas.

Achigã gostava de cantar,
De comer rãs e sapos e de brigar.

Isabel Furini



Imagem gerada pela IA do Bing.



terça-feira, 22 de junho de 2021

Depressão (Poema de Isabel Furini)

 

 


Depressão

não é pieguice, não
depressão
é o vazio interior
flutuando
sobre as farpas da solidão.

Isabel Furini



sexta-feira, 18 de junho de 2021

Aventurarte - Concurso infantil de poesia e desenhos

 

 

Um concurso para crianças de 5 à 11 anos acontecerá em 26 de junho (sábado) das 14 às 17 horas no Facebook. Todos os participantes receberão Certificado. Os melhores trabalhos seráo publicados nesta revista. 

Organizam o evento virtual Sheina Leoni Handel (Presidente da Avipaf), Isabel Furini (Conselheira), e Maria Antonieta Gonzaga Teixeira (professora e acadêmica da Avipaf)

A inscrição é gratuita. E pode ser realizada enviando o nome do participante (para elaborar o certificado), e a idade.

As criança sozinhas ou orientadas pelos pais poderão publicar seus poemas e desenhos.

Inscrições até 23 de junho/2021.

Inscrições: isabelfurini@hotmail.com

davidlee@vera.com.uy




Com o olhar do corvo (Poema de Isabel Furini)

 

 

Com o olhar do corvo

Na penumbra
o grito do corvo nos acorda
para novas realidades

entre as sombras, o relâmpago
assusta as retinas
e o músculo cardíaco

é preciso esculpir a palavra amor
apelando à memória
e aos sentidos

guardamos esse sentimento afetuoso
nos campos floridos
do passado

agora, o mundo mudou
– esta é a época
do relâmpago e do terror

é preciso chamar o amor
e cultivar algum ideal
com intensidade

como um corvo em um dia outonal
podemos observar o mundo
com o olhar profundo fixo no futuro.

Isabel Furini

(Este poema foi publicado na Revista Corvo Literário em 25 de agosto/2020)




quarta-feira, 16 de junho de 2021

A rosa vermelha (Poema de Isabel Furini)

 

 

A rosa vermelha

calco com pés descalços
sonhos antigos
perto de um barco de aquarela
e de uma rosa de seda

sobre um mar de ilusões
flutua um palco
um teatro é o mundo
trágico e fecundo

o amor coreografa
a terrível solidão
enquanto dança o "Quebra-nozes"
sobre as asas de um dragão

ter uma rosa vermelha como guia
obriga a fazer acrobacias

Isabel Furini


 


 

 


 

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Amiga de alma cinza (Poema de Isabel Furini)



Amiga de alma cinza


Neste mundo de visão polifônica
quem tem uma amiga raposa
de alma cinza  e  voz cínica
não pode reclamar
nem chorar
nem xingar
nem amaldiçoar
nem acusar essa raposa
de falar palavras enganosas
pois a amizade com uma  raposa
sempre tem sabor áspero e marginal
como a pimenta e o tabaco oriental.

Isabel Furini

 



 

 

domingo, 13 de junho de 2021

Natureza humana (Poema de Isabel Furini)



Natureza humana

prisioneiros do espaço-tempo
somos seres precários
impermanentes
cientes de estar condenados à lapide
(no contexto da galáxia somos insignificantes
menores que amebas)
mas nada desfaz a arrogância humana.

Isabel Furini




quinta-feira, 10 de junho de 2021

sexta-feira, 4 de junho de 2021

Caminhando sob a Lua (Poema de Isabel Furini)

 

 Caminhando sob a Lua

o bêbado ignora as sombras
olha seu relógio quebrado
vomita palavras promíscuas
e sob a luz prateada da Lua
caminha pelas ruas
como um santo
e mergulha no silêncio do perdão. 

Isabel Furini




 



O Manifesto da Noite





O manifesto da Noite

...E a Noite escreveu um manifesto nas estrelas para que os seres humanos
e os anjos pudessem lê-lo:

1. Eu declaro, em minha defesa, que não sou cruel, nem alienada.

2. Nunca coloquei um poeta no calabouço da tristeza. São os olhos dos poetas que insistem em se estender sobre a humanidade e observam a impiedade que outros olhos ignoram.

3. Não sou culpada ou responsável pela criação e existência das mordaças.
Nunca amordacei uma voz. Como boa ouvinte, sempre ouço atentamente
a voz do deserto, do mar e do vento.

4. Não sou a dona do tempo. Ele tem seu próprio ritmo. Não sou culpada
pelas noites de insônia, nem pelos gritos das crianças com fome.

5. Não sou a mãe do silêncio. Ele já existia quando eu abri os olhos entre
as constelações e vi as mais fulgurantes estrelas deste universo.

6. Não sou a criadora da paixão sem limites, tampouco do triângulo
amoroso. O amor acontece como a luz da Lua sobre o mar, sem premeditação.

7. Não tenho poder sobre a morte. Ela tem o seu próprio reino e uma barca,
conduzida por Caronte, o barqueiro do rio Aqueronte.

E assim, se prestarmos muita atenção, em noites de lua cheia ou de intensa escuridão, leremos nas estrelas estes manifestos.
É só iluminar asas e garras para impulsionar o voo da imaginação!

Isabel Furini

Imagem gerada pela IA do Bing



quinta-feira, 3 de junho de 2021

Aninha e os protozoários (Poema de Isabel Furini)

 

 

Aninha e os protozoários

 
Aninha pergunta ao bibliotecário:
- Onde estão os  livros que falam
Sobre os protozoários?

Aninha aprende que os protozoários
Não produzem o seu alimento
- E como eles conseguem suprimento?

Eles não compram nada na feira.
Pelo processo de fagocitose
Eles se alimentam de algas e de bactérias.

E são muito perigosos!
Os seres humanos ficam temerosos,
Pois os protozoários são assustadores.

Malária e Mal de Chagas, são doenças
Provocadas por protozoários.
E não adianta a indiferença.

É necessário ter consciência:
Beber água fervida ou filtrada
E lavar bem as mãos.

E como falam os eruditos:
- É preciso, ter muito cuidado
para não sermos picados pelos mosquitos.

Isabel Furini



quarta-feira, 2 de junho de 2021

Quimeras (Poema de Isabel Furini)

 

 

Quimeras

A Lua Cheia ilumina o céu
cria cenografias
e abruptamente ficamos cativos
imaginando mundos
criando quimeras

a Lua nos atrapa
desoxida sonhos
e cercados pelo mutismo
somos mapeados por sombras desconhecidas.

Isabel Furini 



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