quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Sem armaduras

 

Sem armaduras

Jogar as armaduras e olhar o outro com ternura
- sem preconceitos
sem a miragem do controle

o mundo precisa
        de inofensividade e de cordura
o mundo precisa
        de gente que caminhe pela rua
                       com a alma nua

gente capaz de sentir o sabor doce, amargo,
salgado, azedo, umami
magnanimo ou perverso
de cada gesto
de cada palavra
e de cada verso.

Isabel Furini
AVIPAF - Cadeira 1
Amado Nervo



Alquimia do ano 2021 - Poema de Isabel Furini

 

 

Alquimia do ano 2021

Impulsionadas pelos ventos
as cidades navegam pelos mares do tempo

pois o mundo é um quebra-cabeça
de muitas peças

e a cada ano o mundo renova
os seus sonhos

em 2021 o sonho é reviver
a divina arte dos antigos alquimistas

para que os pensamentos escuros
sejam transmutados em ouro puro.

Isabel Furini

 


 

Itinerário Alquímico (Poema de Isabel Furini)

 

 


Itinerário alquímico


Enquanto um poeta tatua
seu nome na pedra do Sol
peixes voam perto da Lua
no mar da imaginação

os cristais são sagrados
guardam futuro e passado

e entre as luzes do dia
(como manda a alquimia)
o poeta respinga calmamente
sobre um antigo cofre
sal, mercúrio e enxofre
e inicia uma dança mística
para transmutar a tristeza
em profunda força artística.

Isabel Furini





 



segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Passos do além - Poema de Isabel Furini

 

Passos do além

 

os seus passos
silenciosos como uma naja
viajam
na caligrafia das lembranças. 

Isabel Furini


 



sábado, 26 de dezembro de 2020

Sonho de uma noite de pandemia (poema de Isabel Furini)

 

 


SONHO DE UMA NOITE DE PANDEMIA

teço as minhas noites de remorsos
com fios escuros
com símbolos e com palavras

realizo um esforço
tensiono os braços e o torso
e retorço a lã

continuo tecendo
e vejo surgir a imagem
de uma árida paisagem

sobre a paisagem um anjo
perto do anjo um corvo
aos pés do corvo uma cobra de ouro

a cobra me proibe poetizar e me amordaça
pois teme que renasça
a palavra ESPERANÇA. 

Isabel Furini



quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Viva o Natal! Poema infantil de Isabel Furini

 

VIVA O NATAL!

Quero cantar
uma canção de Natal,
quando o bom velhinha chegar.
lalalalalalalalalalalalalalalalalala


Viva o Natal! Vamos festejar!
Vamos abrir as janelas
e cantar: Viva o Natal!

Na manjedoura do coração,
Jesus nasceu. Vamos festejar.
Viva o Natal! Viva o Natal!

Isabel Furini 



segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

O amor e o chapéu

 


O amor e o chapéu

o chapéu protege e oculta a feiura
e as fragilidades
e foge pela tangente
quando observa linhas incandescentes

o amor é um chapéu emocional
protege e oculta a feiura
mas de maneira imprudente
desobedece a razão
e alimenta o lado ficcional da vida
e a paixão.

Isabel Furini



Lágrima Poética (Poema en español de Isabel Furini)

  

Lágrima Poética

 
El rio de la vida avanza
hace curvas
pasos de danza
y con la palabra esperanza
se lanza al mar
de la eternidad.

Isabel Furini


 

domingo, 20 de dezembro de 2020

Festejo - Poema de Isabel Furini

 

Festejo

renova-se a energia celestial
e as pessoas festejam
o nascimento do amor
- chegou o Natal! 

Isabel Furini


 


NESTE NATAL - (Poema de Isabel Furini)

 

NESTE NATAL

alegria e amor!  neste Natal
será necessário
fugir do pantanal do ódio

alegria e amor!  neste Natal
será necessario acordar
o Cristo interior
para vencer a escuridão

alegria e amor!  neste Natal
ao realizar um movimento vertical
poderemos reencontrar
os belos sonhos
abandonados no quintal do medo
alegria e amor!

Isabel Furini 



quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

POEMA DE NATAL

 

POEMA DE NATAL

vamos escrever um poema...
o poema pode ser profético
ou fantasiar-se de roqueiro frenético

alguns poemas têm o poder
de mergulhar a alma na alegria
e elevar o astral
e outros poemas têm o poder
de lançar a alma
no terror do caos primordial

e existem poemas abençoados
que guardam um recado
e exclamam no verso final:
FELIZ NATAL

Isabel Furini




 



sábado, 12 de dezembro de 2020

Fases (Poema de Isabel Furini)

 


Fases

Fase clara - fase escura
Lua e vida submetidas
ao ritmo universal
 
a vida é uma gangorra
ou uma escada semeada
de rosas, de almas puras
e de abismais espinhos
 
luz e sombra, Sol e Lua
a verdade nua e crua
é que a alma é o refúgio
que além do tempo perpetua
a capacidade de amar.
 
 
Isabel Furini

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

A morte do homem negro - Poema de Isabel Furini

 

Na cor da pele
o destino atroz

o homem negro luta
mas fica sem voz

nesta época
de racismo invisível
qualquer discussão
pode ser transformada
em um combate feroz
e em morte.

Isabel Furini


 


segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Sonhos - poema de Isabel Furini

 


 

SONHOS

às vezes, os sonhos
são feridas que não querem fechar
desejam perpetuar-se
e nos perseguem
aderidos aos calcanhares
e nos convidam
a subjugar o medo
e nos impulsionam
a velejar pelos mares da vida

...e se como o Quixote
graváramos nosso sonhos
no tear do tempo?

nossos sonhos não seriam somente
flores de primavera
poderiam resistir o frio inverno
e transformar-se em guias eternos.

Isabel Furini



domingo, 6 de dezembro de 2020

Acróstico ganhador do Concurso Literário ALAP

 

Concurso Literário Virtual da Academia de Letras e Artes de Paranapuã - ALAP (Classificação Final).

Quero agradecer à Academia de Letras e Artes de Paranapuã -ALAP,  a seu nobre Presidente, aos acadêmicos, aos organizadores do Concurso Literário 2020, e aos jurados. 

O Acróstico de minha autoria conquistou o primeiro lugar.  Gostaria de comentar que foi um desafio escrever um acróstico com o tema: Esperança, pois não existem palavras que iniciem com "ç" na língua portuguesa. Mas é preciso obedecer o regulamento de cada concurso, e o regulamento solicitava um acróstico com a palavra Esperança. Então, dei asas a minha imaginação. Rosas, vaga-lumes, aves falam de esperança. E criei uma estratégia poética para escrever esse acróstico que está na continuação.
 

ACRÓSTICO
        Isabel Furini   

Exalavam perfumes
Sublimes de esperança
Poetizando o céu
Essas rosas
Rodeadas de vaga-lumes
Amigas essas rosas da ave
Noitibó que cantava: tira a mordaçacaça
Çaçaçaçaçaçaçaça enquanto
Amanhecia o Sol da esperança.

*

CATEGORIAS:

Trova Lírico-Filosófica
1° Lugar: Francisco Gabriel Ribeiro (Natal - RN)
 

II - Trova Humorística
 1° Lugar: Francisco Gabriel Ribeiro (Natal - RN)
 
III - Crônica
1° Lugar: José Luiz Dias Campos Júnior (São Paulo - SP)
 
 IV – Conto
 1° Lugar: Edweine Loureiro (Saitama - Japão)
               
 V - Ensaio
 1° Lugar: Almir Zarfeg (Teixeira de Freitas - BA)


 VI - Cordel
 1° Lugar: Jerson Brito (Porto Velho -RO)
              

 VII - Soneto
 1° Lugar: Luiz Antônio Cardoso (Taubaté - SP)
                José Feldman (Maringá - PR)

 VIII -  Aldravia
 1° Lugar: Jessé Maia de Oliveira (Belford Roxo - RJ)
 
 IX -  Poetrix
 1° Lugar: Luiz Antônio Cardoso (Taubaté - SP)
               
 X- Acróstico
 1° Lugar: Isabel Furini (Curitiba - PR)
                Alexsandro de Lima Pereira (Paulo Afonso - BA)
 
 XI -  Microconto
 1° Lugar: Cezar Defilippo (Astolfo Dutra - MG)
 
 XII -  Poesia Livre
 1° Lugar: Guilherme Brasil (São Paulo - SP)

 XIII -  Haicai
 1° Lugar: José Manuel Veloso Galvão (São Paulo - SP)
 
 

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Fragmento (Poema de Isabel Furini)

 

Fragmento

os anjos
(de maneira sub-reptícia)
arremessam
um fragmento do céu
sobre a indiferença humana
com a intenção
de transformá-la em ternura. 

Isabel Furini



quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Sobre o Ser de Parmênides (Poema de Isabel Furini)

 

 



SOBRE O SER DE PARMÊNIDES

pensamentos são guarda-chuvas
agitados pelos ventos
voam em dias de chuva
voam em dias cinzentos

a mente é a criadora
da ilusão do movimento

para  Parmênides, o Ser
é eterna e imutável quietude
a mudança é fruto da aparência
mas no seu âmago, na sua essência
o Ser é único é imóvel.

Isabel Furini

 





terça-feira, 10 de novembro de 2020

Chuva de sentimentos e outro poema de Isabel Furini

 

Chuva de sentimentos
 
quando chovem negativos sentimentos
e as palavras rodopiam com o vento
e sem arrependimento avançam
pela hipotenusa da memória
precisamos do guarda-chuva do discernimento
e de um pouco de talento para reunir as palavras
poetizar a nossa história
e vencer o desalento
escondido nas espirais do tempo.

Isabel Furini 

Foto e Arte de Isabel Furini

Guarda-chuva

no silêncio da garganta um poema escondido
na superfície língua um poema dormido
no sorriso dos lábios
um poema cinzela uma metáfora
que avança e se adere a um guarda-chuva
arrastado pelo vento da manhã
caem o poema e o guarda-chuva
entre as roseiras do jardim das ilusões
e cobertos pelas gotas de chuva
ambos brilham no horário do ocaso
sob os fortes raios do Sol do verão.

Isabel Furini


segunda-feira, 9 de novembro de 2020

O Tubarão Martelo (Poema Infantil de Isabel Furini)

 

O Tubarão martelo

O Tubarão Martelo acordava cedo
E começava o dia fazendo polichinelo .

O Tubarão Martelo era um bicho comilão,
Ele gostava de comer presunto com melão.

Se ele fugia da aula de violoncelo
O seu pai o ameaçava com um chinelo.

Coitadinho do Tubarão, ele se lamentava
pois não tinha aptidão para tocar violoncelo.
 
O pobre Tubarão-martelo se consolava
assistindo televisão e comendo marmelo.

A sua mãe muito preocupada, falava:
- Tubarão martelo você está muito magrelo.

Mas esse Tubarão Martelo era um sonhador,
Ele parecia morar em um mundo paralelo.

O Tubarão queria encontrar uma namorada.
Ele conheceu uma Tubarão fêmea alegre e boemia.

O casal foi dançar no fundo do mar.
Dançaram, dançaram... e es apaixonaram.

E essa é a história de amor do Tubarão Martelo,
Um jovem que não gostava de tocar violoncelo.
 

Isabel Furini

 

Ilustração de Vanice Zimerman

 


sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Beleza Oculta - Poema de Isabel Furini


BELEZA OCULTA

para sobreviver à crítica
e ao fogo dos dragões
o poema
esconde
a sua essência
e não revela
que nadou
no oceano
do nada
procurando
ecoar a sonoridade do silêncio.




terça-feira, 3 de novembro de 2020

Convite à dança - poema de Isabel Furini


 

 CONVITE À DANÇA

silencie a sua mente
deixe os seus pés descalços
tente dançar e coreografar
a dança do universo

- um ritmo espiritual
que vibra em cada átomo
e desperta os afetos.

 Isabel Furini 



 

 



 


sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Abraço (Poema de Isabel Furini)

 

Abraço

passo após passo
ao compasso
do ritmo cardíaco
ultrapasso
as sombras do ocaso
e os precipícios
e abraço
(sem orgulho
e sem medo)
o meu ferido eu.

Isabel Furini


quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Publicação coletiva de poemas homenageando O DIA INTERNACIONAL DA PALAVRA

 

Em 23 de Novembro: DIA INTERNACIONAL DA PALAVRA do Museu da Palavra da Fundação César Egido Serrano, faremos uma homenagem poética.

Homenagem ao Dia Internacional da Palavra do Museu da Palavra.
Para festejar o "Dia Internacional de la Palabra", data criada en Espanha, pelo Museu da Palavra da Fudação César Egido Serrano, Isabel Furini e Carlos Zemek criadores do Projeto Poetizar o Mundo , convidam os poetas a participar da Homenagem à PALAVRA COMO VÍNCULO DA HUMANIDADE.
Todos os poemas com esse tema recebidos até 16 de novembro de 2020, serão publicados gratuitamente na Revista Digital Carlos Zemek de Arte e Cultura. 

Atenção: Poemas com mensagens políticas, racistas, ofendendo crenças ou com palavrões não serão publicados.

Todos os participantes receberão Certificado pelo e-mail.

 REGULAMENTO

1)  O poema pode ter até  12 versos (linhas).

2) O tema é A Palavra como vínculo da humanidade, abordando as boas palavras, as palavras que geram harmonia.

3)  Todos os estilos serão aceitos: Trova, haicai, poetrix, soneto, versos livres, versos brancos, outros.

4) Não precisa enviar pelo arquivo, enviar  diretamente no e-mail, sem arquivo. 

5) No final do poema colocar o seu nome, cidade e país. 

6) Enviar até 16 de novembro/2020 para o e-mail: isabelfurini@hotmail.com, será publicado em 23 de novembro/2020 na Revista Carlos Zemek de Arte e Cultura.

7) O poema não precisa ser inédito, mas só serão aceitos poemas com o tema A palavra.

A publicação será coletiva, ou seja, em uma página da revista serão publicados vários poemas.

8) A participação será gratuita.

9) Serão aceitos poemas em espanhol e em português.

Quadro da artista Perla Sar


segunda-feira, 26 de outubro de 2020

A ostra e o siri (Poema infantil de Isabel Furini - Tema: Bullying)




Cadê o jovem siri?
Cadê a lagosta?
Eles estão brincando
Com a pequena ostra.

A ostra é uma jovem festeira,
Ela é muito bagunceira.
A ostra gosta de cantar
Para as festas animar.
 

Mas quando abre a sua bocarra
Os bichos começam a zombar.
O siri fala que a bocarra
Da ostra parece boca de jarra!
 

Mas a ostra não se ofende
E retruca sabiamente:
- O siri tem corpo achatado
Parece triste e abalado.
 

Riram todos os bichos
E o Siri arrependido,
Disse que a linda ostra
Tinha um tesouro escondido. 

Isabel Furini 



Imagem gerada pela IA do Bing

sábado, 24 de outubro de 2020

No fundo do mar - poema infantil de Isabel Furini

 

NO FUNDO DO MAR

No fundo do mar
tem um mundo diferente:
caranguejos, lagostas
peixes-pedras e serpentes.

Dançam alegres as serpentes,
a tartaruga cochila,
enquanto um polvo-azul
observa muito assustado
que um tubarão se aproxima.

Os bichos fogem ou se escondem
e o local fica tranquilo.
O tubarão se afasta
e o polvo-azul - que é ginasta,
começa a fazer acrobacias.

Os bichos do mar aplaudem
e o polvo-azul sente alegria.
 

Isabel Furini


 



quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Transfigurados - Poema de Isabel Furini

 

 

Transfigurados

à luz da Lua Cheia
as fachadas das casas
e dos prédios
são transfigurados
em barcos encalhados
no oceano
do amor&ódio do mundo.

Isabel Furini


 


 

domingo, 18 de outubro de 2020

Rostos - Poema de Isabel Furini inspirado no quadro de Suzana Lobo

 

 

UM ROSTO

um, dois, três rostos
mil rostos
refletidos no espelho do ontem

todos os rostos conhecidos
permanecem escondidos
no umbigo do mundo

esse umbigo que guarda
imagens distorcidas
pela distância
ou por tristes lembranças

rostos que podem alegrar ou abalar
a latitude dos afetos
enquanto a boca e as palavras perambulam
pelos catetos dos sonhos.

Isabel Furini

                                          Quadro de Suzana Lobo

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

A gripe de Aristófanes - Isabel Furini

 

A gripe de Aristófanes                           


Confirmado: Epidemia de gripe AG (de Aristófanes da Grécia,
dramaturgo grego satírico, irônico).

A gripe AG transmite a síndrome satírica,
uma  doença  - crônica,
uma loucura – anacrônica,
uma anomalia – simbólica,
uma tendência – indômita,
uma fraqueza - atávica
prejudica a resposta emocional - vitrifica.
    
O médico literário aconselha:
esterilizar as palavras para evitar que a gripe AG
afete as conotativas
tornando-as cruéis,  afiadas e perversas.


Isabel Florinda Furini

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

El grito oculto (poema en español de Isabel Furini)

 

EL GRITO OCULTO

Reinvento la textura de las emociones
mientras las gaviotas invaden
el cielo de la tarde

el mar intempestivo
tritura los antiguos sueños de amor

encuentros y despedidas
quedaron gravados en las retinas
y en los oídos

renovación es el grito oculto de las olas
y de las gaviotas

la noche provoca mis pasiones
y la Vía Láctea
fortalece mis sueños

delante del mar y de la noche
ensayo un abrazo poderoso

un abrazo inmenso
- quiero abarcar el mundo
con un abrazo lleno de ternura

porque la humanidad sufre tanto
que merece el perdón.

Isabel Furini
 


Imagem gerada pela IA do Bing

Estrada - Poema de Isabel Furini

 





ESTRADA

descalça
caminhei pela longa estrada da vida
e senti
as solas dos pés, os dedos e os calcanhares
acoitados pelas pedras e pelo peso do ontem
então mudei a minha cabeça
arquivei algumas memórias
modifiquei os pensamentos
curei os pés
e decidi usar os sapatos da perseverança

agora caminho pela beirada do abismo interior
recebendo as alfinetadas da solidão
mas eu sei que o caminho vale a pena
pois o aprimoramento do coração não é uma ilusão
- é uma premissa verdadeira. 

Isabel Furini

Imagem gerada pela IA Bing


domingo, 4 de outubro de 2020

Como um condor (poema de Isabel Furini)

 

Ser mais ser – essa ideia dos livros de Platão
renasce em cada amanhecer
cada vez que tento conhecer meu próprio eu

ser mais ser – impulsiona-me
através da ponte da ilusão

ser mais Ser - como o condor
que seus medos mais profundos arrasa
e estende as suas poderosas asas
e avança sentindo a pesada âncora do silêncio
que perpassa suas retinas e seu coração

o condor estende suas enormes asas
e com seu olhar íntegro e agudo
sobrevoa os muros
e invade o infinito.

 Isabel Furini 


Imagem gerada pela IA do Bing

terça-feira, 22 de setembro de 2020

MÚSICA EN EL ALMA (Poema de Isabel Furini en español)

El 09 de octubre de 2020, interpreté este poema para el XVIII Parlamento Internacional de Cartagena. Le agradezco a Devora Dante la invitación. Honrada de participar de tan importante evento.

 

MÚSICA EN EL ALMA

Música en los canales auditivos
y en el laberinto de los sueños
(espejos del mundo)
el alma
asoma
solitaria
más allá del tedio de lo cotidiano
y canta una canción de amor

con movimiento espiral
se expresa
el alma
pues quiere elevarse al mundo angelical
y escuchar la música de las galaxias.

 

Isabel Furini

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Pandemia - poema de Isabel Furini

 
PANDEMIA

a humanidade
sente o isolamento
como sofrimento

na solidão
os seres humanos
percebem nos espelhos
da caverna da alma
os poderosos ecos
da linguagem de Deus
e de seu silêncio

Isabel Furini

Este poema participou do Projeto Festival CultivAR-TE, da UFCAR.


 

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Autoestima - poema de Isabel Furini

 
AUTOESTIMA


Observei o meu rosto em um espelho manchado
a minha autoestima ficou deteriorada
e pensei que o mundo e o lado escuro da Lua conspiravam...

mas um dia percebi que o espelho não estava trincado
era só mudar a mente, limpar as manchas do passado
e observar o eu verdadeiro escondido sob camadas de medo
limpei o espelho e percebi a minha própria luz
opacada pelas palavras e os pensamentos autodestrutivos
- essa luz que durante anos ficou escondida entre as sombras.

Isabel Furini



 

sábado, 29 de agosto de 2020

Vermelhos (poema de Isabel Furini)


 

 

VERMELHOS

Vermelha
é a paixão sem limites
vermelha
como morango maduro
como as rosas e as tulipas

vermelho é o coração
(com tinta pintado em um muro)
chorando um antigo amor
um amor autêntico e puro.

Isabel Furini
Inspirado no quadro "Vermelho que te quero vermelho" de Ana Letícia Mansur.

 


 




terça-feira, 25 de agosto de 2020

Solidariedade ou hostilidade? Poema de Isabel Furini

 Solidariedade ou hostilidade?

A solidariedade
(nesta época)
brilha nas línguas

essas línguas ameaçadoras
que só falam
palavras desgrenhadas
contra os outros

cospem maledicência
e hostilidade
mas no momento
do discurso
falam de  amor
e de solidariedade.

Isabel Furini

 

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Suspeitos - Poema de Isabel Furini

 


Suspeitos


Costurei tantos mundos ilusórios no meu peito

que morrerei da colisão das ilusões

poque este mundo é de mistérios e paixões

e o caminho é sempre abissal e estreito

neste mundo os sonhadores são suspeitos

como Platão, Plotino, Hipatia, Giordano Bruno 

e tantos outros filósofos, artistas e poetas

que fixaram os olhos no infinto

e nas noites escuras pintaram as estrelas

com a aquarela da mente iluminada.

domingo, 16 de agosto de 2020

A história de duas flores amarelas - com Labirinto - Por Isabel Furini

                                                 Recomendável: De partir de 5 anos.

A história de duas flores amarelas

Era uma flor amarela.
Ela teve uma briga feia
com a sua irmã gêmea.
 

A flor pediu a um beija-flor
que vasculhe os jardins,
para encontrar a sua irmã.

O pássaro perguntou
para um bonito jasmim:
- Você viu uma flor amarela?

Respondeu o jasmim:
- Eu não vi flor amarela,
mas vi uma flor cor carmesi.

À tarde, o beija-flor viu
a flor amarela e pediu ao vento
que entrara nesse jardim.

O vento obedeceu.
E o que aconteceu?
O reencontro das gêmeas. 

As lindas flores amarelas
aprenderam a perdoar.
Elas queriam se abraçar e brincar.

Elas aprenderam a lição:
entre irmãs que se amam,
não pode existir rancor.

Isabel Furini 



quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Frágil? Poema de Isabel Furini

 

Frágil?

Os corvos do ocaso
observam as gárgulas

os corvos decidem
desafiá-las
e fazem uma pergunta
:
como o amor
(um ser frágil – porém ágil)
pode provocar o tremor e o terror?

respondem as gárgulas
(antigas e sábias)
:
- o amor assusta
pois obsessiona, tortura e desajusta.

Isabel Furini



quarta-feira, 12 de agosto de 2020

A voz do feminino - poema de Isabel Furini

 

A voz do feminino

Nesta época a luz recua e é de tule a Lua
e o Sol é de veludo dourado
e enceguece às mulheres
enquanto a Lua resplandece e fala
:
é preciso que o eterno feminino
seja transformado em um sino e que vibre nas gargantas

é hora de reunir forças
uma nova Idade Média está batendo à porta

é preciso defender com força a premissa
“nenhuma mulher deve ser submissa!”

Isabel Furini 

 

                                          Obra de Laura Monte Serrat

 

 



Atitudes Femininas - Poema de Isabel Furini

 

Atitudes femininas

Desenterrar os álbuns de fotografias
e triturar com os dentes as lembranças dolorosas
mastigar os rancores com gestos de troglodita
matar velhas ilusões como os santos e os eremitas

pendurar nas cortinas de crochê
as sombras da eterna mágoa e dos antigos amores
para que a luz do Sol elimine o mofo e as traças
que se alimentam das lembranças e das emoções

renascer como a ave Fênix – livre, cofiante
e decidida a iniciar uma nova vida.

 Isabel Furini


 

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

A urdidura do tempo - poema de Isabel Furini


A urdidura do tempo



O tempo é agitado rio que leva os seres à morte
- alguém conhece a sua sorte
ou os detalhes da urdidura?
nascemos os humanos como um peixe no oceano
do mundo nada sabemos
e na difícil jornada
vivemos sem discernimento
enquanto o tempo (que é um eterno tecelão)
tece e tece sem cansaço geometrizando o nada.
 

Isabel Furini

 

 





sábado, 1 de agosto de 2020

Envenenar (Poema de Isabel Furini)



Envenenar

Escorpiões na língua...
algumas pessoas
tem o dom
de envenenar
a vida dos outros
com a peçonha
das palavras.

Isabel Furini

sexta-feira, 31 de julho de 2020

O poder da aurora - Isabel Furini

O meu poema "O poder da aurora", recebeu o 2º LUGAR, na Categoria Internacional, no II Concurso Literário FOED CASTRO CHAMMA –2020 - Promoção:Academia de Letras Artes e Ciências do Centro-Sul do Paraná (ALACS) Sede Irati -ParanáApoio:Secretaria M. de Cultura da Prefeitura M. de Irati.

II Concurso Literário FoedCastro Chamma -2020
2o Lugar: ​ Isabel Furini​ – nascida em Buenos Aires / Argentina



O PODER DA AURORA

Plena noite
-as sombras se esparramam pela sala
e costuram fantasmas invisíveis

surge o brilho da aurora
e ilumina as borboletas azuis
e os unicórnios
que povoam a minha imaginação

a claridade da aurora entra pela janela
e se espalha
agora é possível enxergar
aberto
sobre a mesa de jantar
um álbum de fotografias desbotadas
contando a história de um antigo amor

Isabel Furini
 


Jardins - Poema de Isabel Furini

Imagem gerada pela IA do Bing

JARDINS

como as rosas
desdobram-se as horas silenciosas
e ancoram nas asas de um corvo
que voa entre as árvores
do antigo jardim de uma mansão abandonada

o vento serpenteia
pelo jardim de rosas
dessa ruela outrora majestosa

nessa ruela há um jardim de rosas
e um jardim de árvores
(jacarandás e camélias)
- sobres os dois jardins
o peso do silêncio e da solidão.

Isabel Furini
AVIPAF - Cadeira1 - Patrono Amado Nervo

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Conscientização - poema de Isabel Furini


Conscientização

depois de muitos naufrágios
percebi
que a vida humana
é uma ilha encantada
ameaçada pelos vento
semeada de momentos
de alegrias e de tormentos
e cercada 
pelos crocodilos do tempo


Isabel Furini




quarta-feira, 22 de julho de 2020

Tapeçaria artesanal (Poema de Isabel Furini)


TAPEÇARIA  ARTESANAL

23 horas marca o relógio - tic-tac, tic-tac
Cronos  escondido no álbum fotográfico
afia um estilete de lembranças
- para cada fotografia ele cria uma dança

enquanto eu teço e desteço
o tapete de meu passado
e liberto os fantasmas enjaulados
amores e ódios se espalham
sobre o tapete de lembranças.

Isabel Furini

sábado, 18 de julho de 2020

Os vizinhos - Poema de Isabel Furini


Alguns sentem o peso do mundo sobre os ombros
mas outros sentem o peso do mundo na garganta
e declamam poemas
porque esse peso é tão opressivo
que precisam comunicar suas emoções aos vizinhos

e os vizinho acham os poemas cansativos

os vizinhos agressivos como uma ventania
com a intenção de exercer terror psicológico
de machucar ou de humilhar
enfatizar com ironia:
- ele (ou ela) é poeta, mas a vida não é poesia.

Isabel Furini


Obra de Carlos Zemek

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Hora de voar? (Poema de Isabel Furini)


HORA DE VOAR?

olhei o Sol pela janela
e decidi abrir as asas
mas na hora percebi o meu erro colossal

seres humanos voamos
somente no mundo dos sonhos
nossas asas estão dilaceradas
- foram destruídas
pelas ventanias e pelas desilusões da vida.

Isabel Furini

Fotografia de Isabel Furini - Kirkland, USA




domingo, 12 de julho de 2020

Bancos de mármore - Poema de Isabel Furini


BANCOS DE MÁRMORE

Na superfície do inconsciente coletivo
existe uma praça com flores e árvores
e bancos de mármore
onde os transeuntes podem sentar-se
para descansar
e para chorar pelos pássaros mortos
alguns pássaros caíram ao chão
durante a batalha
outros faleceram antes de nascer
os pássaros-sonhos são seres frágeis
para fortalecer suas decisões
os sonhadores
sentados nos bancos de mármore
descansam nessa praça ao amanhecer
pois os pássaros-sonhos
precisam da paixão da alma para renascer.

Isabel Furini


quinta-feira, 9 de julho de 2020

Comemoração da AJEB (Online)


Recebi convite da Presidente Coordenadora da Ajeb - PR (Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil, PR), jornalista Maria Teresa Marins Freire, para falar sobre "Um sonho quase lúcido", na comemoração de um ano da retomada das atividades da Associação em Curitiba.

O evento será por meio da plataforma Zoom, em 10 de julho de 2020, às 17 horas.


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