sexta-feira, 31 de maio de 2019

ESPIRITUALIDADE? (Miniconto

ESPIRITUALIDADE? (Miniconto)
Maria! – disse a patroa. – Este é João, meu professor de yoga. Ele é meu namorado e vai morar nesta casa.
Maria olhou para o homem jovem de olhos claros e sorriso suave. Bonitão o magricela, pensou.
Você vai notar a diferença, Maria. Lembra de meu marido? Materialista, come carne, só pensa em dinheiro. João é espiritualista e vegetariano. Ele é conselheiro naturalista e professor de yoga. Já foi cinco vezes para Índia. Ele só gosta de meditar e de ensinar técnicas de meditação.
Eu quero saber... Quanto dinheiro ele consegue com a meditação? – perguntou Maria.
Dinheiro não é objetivo, o objetivo é a saúde e a paz. – respondeu João.
Serei mandada embora?
Não, Maria – disse o rapaz – minha mãe paga todas minhas contas. Ela pagará o seu salário.
Gostei do magricela! – exclamou Maria.



Isabel Furini é escritora e poeta premiada

Ao amor (Poema de Isabel Furini)





AO AMOR



Se o amor me esperasse no meio do caminho
ou apressasse o seu passo para marchar comigo,
tangeriam os sinos das igrejas antigas,
entonariam hinos de amor as confrarias
e preencheriam o ar com poderosas cantigas...

Se o amor me esperasse no meio da senda
Eros (essa criança com a aljava dourada
e a flecha apontada) gritaria em meu ouvido
que o amor é a estrada e o fim do caminho.
.
O amor? O que é o amor?
O amor é o encontro da canção esquecida,
o minotauro rústico que foge do labirinto,
o amor é a rosa do arcos íris e é o sabor de absinto
e o doce mel de abelhas que zumbem nos ouvidos.

O amor é a fragrância que espalha luar e Sol,
é a união do deserto com as água do rio,
é a pedreira que explode para derramar ouro,
é o minotauro solto, correndo pelos campos,
livre... cheio de Sol.

O caminho do amor é de espaço cálido,
do beijo, da carícia, do abraço que abriga.
O fim do desamparo que elimina a briga,
o encontro quase místico de alma com alma,
reflexo de um reflexo,
gotas de água unidas no amplo mar do infinito.

Compartilhar o ar, o sussurro, o riso e o espanto,
rir a toa... chorar...
Saber que não está só nas estradas do mundo.
Saber... saber...
O momento do beijo, não será esquecido.
O momento do abraço, não será traído.
O momento do olhar, não será esquivado.
O momento do amor, é o momento supremo
onde toda alegria é transmudada em vinho
e se transforma em verso e se transforma em rima.

É a hora azul e dourada, da doação e da entrega.
O fim do egoísmo.
É a hora cor de rosa e cor malva, quando a alma reclama
as benções que os céus derramam nas estrelas

São olhares, são beijos, é a mão que aperta
E sente que a solidão para sempre foi morta.
 Não estou sozinho, não! É o grito primitivo
do verdadeiro amante que volta do passado
e encontra na mão amiga o bálsamo constante
para acalmar seu anseio, sua carência e sua dor.

Os amantes se encontram!
Luz de pirilampos a iluminar a noite...
As estrelas titilam ao mais breve toque
e se os corpos se enlaçam com paixão e veemência,
o orvalho da manhã cobre de amor as praças
e os pássaros cantam e levantam as asas
em vôos fortes e rápidos, de poderosas águias.

E tudo se transforma.
O cálice transborda, a Lua é mais potente,
o vinho antigo e seco, as marés são silentes...
As estrelas brilham com fulgores agrestes,
o vento sopra alegre entre flores e ciprestes.
 

Tudo canta.
A fonte de água clara, o deserto, a montanha,
as árvores do campo e a chuva na vidraça.
O tamborilar dos dedos é uma sinfonia.
Tudo muda.
O mago amor transforma o mundo em poesia!

Isabel Furini



Escultura de Kirkland, EUA

 


sábado, 18 de maio de 2019

Wesak - Poema de Isabel Furini



WESAK

flores de lótus em volta do coração
provocam o fluxo e refluxo das águas e da emoção
 a Lua Cheia de Touro sobre o mar
e sobre a raça humana

e novamente é realizada a pergunta ao Sanat Kumara
- está preparado o homem para entrar no Nirvana?

ano após ano a resposta não muda
(esse “não” que trucida esperanças)


o Mestre fala: quando o homem superar a alienação

quando o homem atingir seus semelhante
com a zarabatana da compaixão
ele será um semeador qualificado
para percorrer o caminho do Amor

Isabel Furini





Wesak - o Dia do Lótus Branco - é festejado no Oriente na Lua Cheia de Touro.

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Além das trevas (poema de Isabel Furini)


Poema e Arte Digital de Isabel Furini


ALÉM DAS TREVAS

A poesia oculta
no âmago da rosa
ao tocar a nossa alma
desarma letais armas
(ódio, vingança, rancor)
porque a beleza comove
e suavemente remove
as trevas do coração.

Isabel Furini

terça-feira, 14 de maio de 2019

Ocultos - Poema de Isabel Furini



OCULTOS

As Musas de maneira ardilosa
ocultam os versos entre os meteoritos
para que os poetas
(xeretas)
no momento de inventar poemas
tenham que elevar os olhos para o infinito.

Isabel Furini

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Hoje, lançamento do romance "Os Velhacos"


Hoje, 08 de maio, às 19h30m, nas Livrarias Curitiba do Shopping Jardim das Américas, Av. Nossa Sra. de Lourdes, 63 - Jardim das Américas, Curitiba, será lançado o romance de Helena Douthe e Franccis Yoshi Kawa.

Estaremos prestigiando o evento. 

Um romance com ação e emoção, que sorprenderá o leitor. Juliana acreditava na hombridade de seu antepassado, homenageado com uma estátua na praça principal da cidade. Era um herói, até o dia que seu pai resolveu disputar a eleição para prefeito. O opositor, que era de uma família amiga, se transformou em inimigo feroz, vasculhando o passado da família e expondo a verdade escondida. No dia que a estátua de seu trisavô foi derrubada, a bela jovem idealista inicia uma guerra para defender a honra de seus antepassados, debaixo de amor e fogo cruzado. A saga inicia no século XIX e segue até meados dos anos 1970, recheada de aventuras e reviravoltas.




Certificado Amigos da Poesia


Recebi de mãos da poetisa Conceição Gomes, o Certificado de Amigo da Poesia, da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro.
Outros poetas também receberam a honraria, entre eles, os coordenadores da Feira do Poeta, Geraldo Magela Cardoso e Luiz Carlos Brizola.
Também ministrei uma palestra sobra "A Arte de Escrever", para os acadêmicos do Portal do Poeta Brasileiro. Na ocasião recebi uma rosa que é simbolo da sensibilidade poética.
Agradeço aos organizadores do evento, especialmente à nossa amiga poetisa Conceição Gomes.

Isabel Furini e Conceição Gomes


     Regina Bustolim, Cirlei Fajardo, Geraldo Cardoso, Isabel Furini, Siomara Reis Teixeira, Conceição Gomes e Luiz Carlos Brizola - Fotografia de Cirlei Fajardo.

terça-feira, 7 de maio de 2019

A piscina de chocolate (poema de Isabel Furini - Ilustração de Richard)



A PISCINA DE CHOCOLATE

Um sonho muito bonito
Que as crianças fascina,
É colocar chocolate
No lugar da água, na piscina.

Poder nadar e saborear
Todo chocolate que desejar.
- Isso é que é festança!
Dirá alegre toda criança.

Depois de tanto chocolate,
E rápido como um foguete,
Será preciso tomar banho
Com água limpa e sabonete.

Isabel Furini



El jardín interior (poema de Isabel Furini)




El jardín Interior

Converso con las flores
sobre mi vida y mis amores
mientras la Luna ilumina
las rosas y las azaleas del jardín
y multiplica sus colores

porque la catarsis auténtica
es realizadora de milagros
y la verdad
es una ventana para mirar el infinito
y es también uma porta para a liberdade.

Iabel Furini





O jardim interior

Converso com as flores
sobre minha vida e meus amores
enquanto a Lua ilumina
as rosas e as azaleias do jardim
e multiplica suas cores

porque a catarse autêntica
é realizadora de milagres
e a verdade
é uma janela para olhar o infinito
e é também uma porta para a liberdade.

Isabel Furini

sábado, 4 de maio de 2019

Receptáculo (Poema de Isabel Furini)



RECEPTÁCULO 

Cada poeta tem o seu estilo
alguns  poemas são escritos
sob a luz das estrelas
e açoitados pelo vento
são poemas argutos
que provocam os pensamentos

alguns poemas têm sabor de mar
outros sabor do deserto
existem poemas arenosos
poemas artificiosos
e  poemas resistentes como o osso

cada poeta é receptáculo de formas e de ideias
por isso,  os poemas ziguezagueiam
entre o coração e a cabeça.

Isabel Furini

Estilos (Poema de Isabel Furini)




ESTILOS

existem poemas que conservam
a suavidade da alfazema
e existem poemas
que escondem
a toxicidade da azaleia
alguns leitores preferem
poemas alegres
com as cores da anêmona
e outros escolhem
poemas perigosos como urtiga
poemas que fustigam a alma
e fascinam

Isabel Furini

quarta-feira, 1 de maio de 2019

Lançamento de Os Velhacos - nas Livrarias Curitiba



Em 08 de maio (quarta-feira), Helena Douthe e Franccis Yoshi Kawa lançarão o romance "Os Velhacos", nas Livrarias Curitiba do Shopping Jardim das Américas, Av. Nossa Sra. de Lourdes, 63 - Jardim das Americas, Curitiba.

Velhacos, segundo a definição dos dicionários são aqueles que fazem fraudes, trapaças, que são traiçoeiros; que buscam enganar outra pessoa; tratantes; que fingem ser inocentes, mas agem com espertezas.

Esta é a definição dos primeiros componentes das famílias Araújo e Marques, os protagonistas desta saga brasileira de mais de 100 anos, com requintes de argúcia entre vilões que se transformaram em heróis e novos heróis que aparecem com o tempo.

Juliana acreditava na hombridade de seu antepassado, homenageado com uma estátua na praça principal da cidade. Era um herói, até o dia que seu pai resolveu disputar a eleição para prefeito. O opositor, que era de uma família amiga, se transformou em inimigo feroz, vasculhando o passado da família e expondo a verdade escondida. No dia que a estátua de seu trisavô foi derrubada, a bela jovem idealista inicia uma guerra para defender a honra de seus antepassados, debaixo de amor e fogo cruzado. A saga inicia no século XIX e segue até meados dos anos 1970, recheada de aventuras e reviravoltas.



AUTORES:

Franccis Yoshi Kawa


Nasceu na Colônia Esperança, no município de Arapongas, no Paraná. Estudou no Colégio Estadual Nilo Cairo, em Apucarana, e no Colégio Estadual Emílio de Menezes, em Arapongas. É formado em Ciências Contábeis pela UFPR. Trabalhou durante 15 anos em empresas de transportes rodoviários de cargas e 20 anos como sócio-gerente de uma empresa do ramo fotográfico. Escreveu o livro Ajoelhar Jamais, da Editora Appris, em coautoria com Helena Douthe. Ocupa a cadeira 38 da Academia Virtual Internacional de Poesia, Arte e Filosofia - Patrono Victor Hugo.


Helena Douthe

É natural de Curitibanos (SC). Graduada em Administração pela PUCPR. Ocupa a cadeira 39 da Academia Virtual Internacional de Poesia, Arte e Filosofia - Patrono Guimarães Rosa. Escreveu o livro “Ajoelhar Jamais”, em coautoria com Franccis Yoshi Kawa. Participou, por duas vezes, publicando seus poemas na Revista Carlos Zemeck – Arte e Cultura. Na Antologia: “Palavra é Arte Poesias”, Projeto Apparere, livro “Sonhei Que…” publicou o poema “Versos Matizados”. Escreveu para o público infantil o livro “As três rosas” (com colaboração de Franccis Yoshi Kawa) que será publicado em 2019. Publica poesias, contos, pensamentos, aldravias e crônicas no site www.recantodasletras.com.br. Romancista, letrista, poetisa, idealista e sonhadora.


Vaidade oceânica (Poema de Isabel Furini)







VAIDADE OCEÂNICA

Prisioneiro no abismo das sombras
Narciso afasta a humildade
e tece a miragem de sua grandiosidade

vaidoso, ele pensa que as águas
não são dignas de refletir a sua imagem

Narciso tenta projetar o seu reflexo no céu
nesse momento uma onda bate
sobre uma rocha e fala:

– Pobre Narciso!
ele opaca e fragmenta o seu ser
porque ignora que o céu
é a morada da alma
o céu não é espelho de ninguém!

Isabel Furini
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