9º Concurso Poetizar o Mundo
ORGANIZADORA: Isabel Furini
Regulamento:
1) O Concurso 9º Concurso Internacional POETIZAR O MUNDO DECLAMANDO POESIA aceitará inscrições até 11 de Outubro/2014.
2) O Concurso de Declamação será no Restaurante Dona Doida (Alameda Princesa Izabel, 704 - Curitiba), em 15 de outubro de 2014 (quarta-feira) a partir das 19 horas. A ENTRADA custa R$ 7,00 (sete reais), inclui um minikit individual (petiscos), e pode ser adquirida com antecipação ou na hora do evento;
3) Os participantes deverão ser maiores de 18 anos, de qualquer nacionalidade que se comprometam a declamar um poema com as características descritas neste regulamento;
4) Os candidatos devem enviar currículo e um poema com máximo de 20 linhas de sua autoria ou de outro poeta para o e-mail: isabelfurini@hotmail.com;
SUGESTÃO DE POEMAS PARA DECLAMAÇÃO
ARTIMANHAS
DO IMAGINÁRIO
ululavam
imagens do passado
:
a morte de sua mãe pairava na memória
e
ele permanecia silencioso
(sombra
entre sombras)
de
repente
:
vi
a bola avançando rapidamente
ele
gritou
:
GOOOOOOOOOOLLL!!!
(ele voltou
dos confins do silêncio)
dilacerou
a culpa cinzelada pelo imaginário
esmagou
as sombras do remorso
e
da depressão
(fantasmagóricas
e involuntárias sombras)
então
falei
:
a
ave Fênix,
é
consumida pelo fogo (da culpa?)
mas
logo,
das
cinzas renasce
num
jogo eterno onde morre e nasce
meu
amigo escutou em silêncio e me deu um abraço
:
afastaram-se
as nuvens
e eu vi imagens de anjos.
Isabel Furini
Isabel Furini
***
REDES
Trampa mortal
en el mar de sombras.
Hay redes que nos atrapan.
Refleja mi silencio
el movimiento del água
entre mis pies dormidos.
Y esas montañas,
montañas del olvido
que reviven esperanzas muertas
y anuncian una aurora nueva
en la desierta ruta del destino.
Isabel Furini
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
CECÍLIA MEIRELES, C. Antologia Poética
__________
No olho da agulha
Tatuar silêncios como formigas.
Afogar os relógios
numa pálpebra.
Vestir o grito com a pele
do escaravelho.
Torcer os músculos da face
em perplexidade.
Cruzar a via absurda
das unhas, desorientado,
obscuro, recurvado
sobre as nádegas.
Saber que toda flor é ridícula,
e mesmo assim cultivar
o minério,
a dor,
a surda epilepsia.
Esquecer o próprio nome,
e sovar a terra
até a exaustão.
(Fosse apenas uma canção de colheita,
você diria amor e outras
palavras fáceis.)
Com o riso estúpido do camelo,
viajar ao olho
da agulha,
labiríntico, insano,
acreditando que toda história é um ácido.
Depois cauterizar a ferida,
aceitar o reflexo,
o simulacro,
lembrar-se
da semente antes do pão.
Tayata gate gate
paragate parasamgate
boddhi soha.
Claudio Daniel
__________
Soneto Presunçoso
Que forma luminosa me acompanha
quando, entre o lusco e o fusco, bebo a voz
do meu tempo perdido, e um rio banha
tudo o que caminhei da fonte à foz?
Dos homens desde o berço enfrento a sanha
que os difere da abelha e do albatroz.
Meu irmão, meu algoz! No perde-e-ganha
quem ganhou, quem perdeu, não fomos nós.
O mundo nada pesa. Atlas, sinto
a leveza dos astros nos meus ombros.
Minha alma desatenta é mais pesada.
Quer ganhe ou perca, sou verdade e minto.
Se pergunto, a resposta é dos assombros.
No sol a pino finjo a madrugada.
Lêdo Ivo
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Rebeldia
Para não repetir
o modelo
que me apresentaram,
escrevi roteiro contrário.
Rebeldia
Para não repetir
o modelo
que me apresentaram,
escrevi roteiro contrário.
Fixação insana,
não ser igual.
Desperdício e cansaço.
Acordei.
Soltei balaios
de rebeldias e sofrimentos.
Moldes vazios,
insinuo passos que são só meus
e jeito próprio de andar,
para escrever
outro enredo,
nova história...
não ser igual.
Desperdício e cansaço.
Acordei.
Soltei balaios
de rebeldias e sofrimentos.
Moldes vazios,
insinuo passos que são só meus
e jeito próprio de andar,
para escrever
outro enredo,
nova história...
Adélia Maria Woellner