sábado, 29 de agosto de 2020

Vermelhos (poema de Isabel Furini)


 

 

VERMELHOS

Vermelha
é a paixão sem limites
vermelha
como morango maduro
como as rosas e as tulipas

vermelho é o coração
(com tinta pintado em um muro)
chorando um antigo amor
um amor autêntico e puro.

Isabel Furini
Inspirado no quadro "Vermelho que te quero vermelho" de Ana Letícia Mansur.

 


 




terça-feira, 25 de agosto de 2020

Solidariedade ou hostilidade? Poema de Isabel Furini

 Solidariedade ou hostilidade?

A solidariedade
(nesta época)
brilha nas línguas

essas línguas ameaçadoras
que só falam
palavras desgrenhadas
contra os outros

cospem maledicência
e hostilidade
mas no momento
do discurso
falam de  amor
e de solidariedade.

Isabel Furini

 

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Suspeitos - Poema de Isabel Furini

 


Suspeitos


Costurei tantos mundos ilusórios no meu peito

que morrerei da colisão das ilusões

poque este mundo é de mistérios e paixões

e o caminho é sempre abissal e estreito

neste mundo os sonhadores são suspeitos

como Platão, Plotino, Hipatia, Giordano Bruno 

e tantos outros filósofos, artistas e poetas

que fixaram os olhos no infinto

e nas noites escuras pintaram as estrelas

com a aquarela da mente iluminada.

domingo, 16 de agosto de 2020

A história de duas flores amarelas - com Labirinto - Por Isabel Furini

                                                 Recomendável: De partir de 5 anos.

A história de duas flores amarelas

Era uma flor amarela.
Ela teve uma briga feia
com a sua irmã gêmea.
 

A flor pediu a um beija-flor
que vasculhe os jardins,
para encontrar a sua irmã.

O pássaro perguntou
para um bonito jasmim:
- Você viu uma flor amarela?

Respondeu o jasmim:
- Eu não vi flor amarela,
mas vi uma flor cor carmesi.

À tarde, o beija-flor viu
a flor amarela e pediu ao vento
que entrara nesse jardim.

O vento obedeceu.
E o que aconteceu?
O reencontro das gêmeas. 

As lindas flores amarelas
aprenderam a perdoar.
Elas queriam se abraçar e brincar.

Elas aprenderam a lição:
entre irmãs que se amam,
não pode existir rancor.

Isabel Furini 



quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Frágil? Poema de Isabel Furini

 

Frágil?

Os corvos do ocaso
observam as gárgulas

os corvos decidem
desafiá-las
e fazem uma pergunta
:
como o amor
(um ser frágil – porém ágil)
pode provocar o tremor e o terror?

respondem as gárgulas
(antigas e sábias)
:
- o amor assusta
pois obsessiona, tortura e desajusta.

Isabel Furini



quarta-feira, 12 de agosto de 2020

A voz do feminino - poema de Isabel Furini

 

A voz do feminino

Nesta época a luz recua e é de tule a Lua
e o Sol é de veludo dourado
e enceguece às mulheres
enquanto a Lua resplandece e fala
:
é preciso que o eterno feminino
seja transformado em um sino e que vibre nas gargantas

é hora de reunir forças
uma nova Idade Média está batendo à porta

é preciso defender com força a premissa
“nenhuma mulher deve ser submissa!”

Isabel Furini 

 

                                          Obra de Laura Monte Serrat

 

 



Atitudes Femininas - Poema de Isabel Furini

 

Atitudes femininas

Desenterrar os álbuns de fotografias
e triturar com os dentes as lembranças dolorosas
mastigar os rancores com gestos de troglodita
matar velhas ilusões como os santos e os eremitas

pendurar nas cortinas de crochê
as sombras da eterna mágoa e dos antigos amores
para que a luz do Sol elimine o mofo e as traças
que se alimentam das lembranças e das emoções

renascer como a ave Fênix – livre, cofiante
e decidida a iniciar uma nova vida.

 Isabel Furini


 

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

A urdidura do tempo - poema de Isabel Furini


A urdidura do tempo



O tempo é agitado rio que leva os seres à morte
- alguém conhece a sua sorte
ou os detalhes da urdidura?
nascemos os humanos como um peixe no oceano
do mundo nada sabemos
e na difícil jornada
vivemos sem discernimento
enquanto o tempo (que é um eterno tecelão)
tece e tece sem cansaço geometrizando o nada.
 

Isabel Furini

 

 





sábado, 1 de agosto de 2020

Envenenar (Poema de Isabel Furini)



Envenenar

Escorpiões na língua...
algumas pessoas
tem o dom
de envenenar
a vida dos outros
com a peçonha
das palavras.

Isabel Furini

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