segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Fragmento (Poema de Isabel Furini)

 

Fragmento

os anjos
(de maneira sub-reptícia)
arremessam
um fragmento do céu
sobre a indiferença humana
com a intenção
de transformá-la em ternura. 

Isabel Furini



quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Sobre o Ser de Parmênides (Poema de Isabel Furini)

 

 



SOBRE O SER DE PARMÊNIDES

pensamentos são guarda-chuvas
agitados pelos ventos
voam em dias de chuva
voam em dias cinzentos

a mente é a criadora
da ilusão do movimento

para  Parmênides, o Ser
é eterna e imutável quietude
a mudança é fruto da aparência
mas no seu âmago, na sua essência
o Ser é único é imóvel.

Isabel Furini

 





terça-feira, 10 de novembro de 2020

Chuva de sentimentos e outro poema de Isabel Furini

 

Chuva de sentimentos
 
quando chovem negativos sentimentos
e as palavras rodopiam com o vento
e sem arrependimento avançam
pela hipotenusa da memória
precisamos do guarda-chuva do discernimento
e de um pouco de talento para reunir as palavras
poetizar a nossa história
e vencer o desalento
escondido nas espirais do tempo.

Isabel Furini 

Foto e Arte de Isabel Furini

Guarda-chuva

no silêncio da garganta um poema escondido
na superfície língua um poema dormido
no sorriso dos lábios
um poema cinzela uma metáfora
que avança e se adere a um guarda-chuva
arrastado pelo vento da manhã
caem o poema e o guarda-chuva
entre as roseiras do jardim das ilusões
e cobertos pelas gotas de chuva
ambos brilham no horário do ocaso
sob os fortes raios do Sol do verão.

Isabel Furini


segunda-feira, 9 de novembro de 2020

O Tubarão Martelo (Poema Infantil de Isabel Furini)

 

O Tubarão martelo

O Tubarão Martelo acordava cedo
E começava o dia fazendo polichinelo .

O Tubarão Martelo era um bicho comilão,
Ele gostava de comer presunto com melão.

Se ele fugia da aula de violoncelo
O seu pai o ameaçava com um chinelo.

Coitadinho do Tubarão, ele se lamentava
pois não tinha aptidão para tocar violoncelo.
 
O pobre Tubarão-martelo se consolava
assistindo televisão e comendo marmelo.

A sua mãe muito preocupada, falava:
- Tubarão martelo você está muito magrelo.

Mas esse Tubarão Martelo era um sonhador,
Ele parecia morar em um mundo paralelo.

O Tubarão queria encontrar uma namorada.
Ele conheceu uma Tubarão fêmea alegre e boemia.

O casal foi dançar no fundo do mar.
Dançaram, dançaram... e es apaixonaram.

E essa é a história de amor do Tubarão Martelo,
Um jovem que não gostava de tocar violoncelo.
 

Isabel Furini

 

Ilustração de Vanice Zimerman

 


sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Beleza Oculta - Poema de Isabel Furini


BELEZA OCULTA

para sobreviver à crítica
e ao fogo dos dragões
o poema
esconde
a sua essência
e não revela
que nadou
no oceano
do nada
procurando
ecoar a sonoridade do silêncio.




terça-feira, 3 de novembro de 2020

Convite à dança - poema de Isabel Furini


 

 CONVITE À DANÇA

silencie a sua mente
deixe os seus pés descalços
tente dançar e coreografar
a dança do universo

- um ritmo espiritual
que vibra em cada átomo
e desperta os afetos.

 Isabel Furini 



 

 



 


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