sábado, 27 de maio de 2017

Paixões - Poema de Isabel Furini



PAIXÕES

Irredutível liberdade
dos amantes
universos
              de perfumes novos
a busca do prazer
a cada instante
a transformação da pele
em chamejantes
sensações de alegria.

Isabel Furini

Poetizando a Filosofia Grega (poema pedagógico)



Plato Silanion Musei Capitolini MC1377
Domínio Público - Wikipedia


Poema recomendável a partir de 11 anos de idade.

POETIZANDO A FILOSOFIA GREGA

olhava o céu e caminhava
o velho Tales de Mileto
quando caiu em um poço
e (muito esperançoso)
pensou na origem universo

o filósofo saiu do poço
teorizando os elementos
(água, terra, fogo e ar)
a origem das estrelas
ele queria encontrar

mas foi Platão – o filósofo
(e ex poeta)
que uniu a razão e a estética
o fundador da Academia
(que acreditava na vida eterna)
falou de "O Mito da Caverna"

desses seres com vazio existencial
amarrados à caverna
(de seus medos e incerteza)
tendo a simples alegria
de ver suas fotografias em alguma rede social

mas Platão não sabia
que muitos se matariam para conseguir
um selfie provocador
porque para Platão os humanos
foram separados – e somente o Amor
pode enobrecer o mundo quotidiano
e reunir essas almas que sofrem de solidão.

Isabel Furini

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Do amor ao ódio ao amor - Poema de Isabel Furini



DO AMOR AO ÓDIO AO AMOR


a serpente do rancor
envenena um poema
e sua toxicidade corrói os versos de amor

esse poema muda
a sua essência e a sua cor
agora é um poema feito de ódio e de rancor

arrependido o poeta
imprime um movimento veloz à sua caneta
e reescreve a palavra amor.

Isabel Furini

quarta-feira, 17 de maio de 2017

LAGOSTA (Poema infantil de Isabel Furini)



A LAGOSTA

A lagosta dançarina
está muito apaixonada
pelo lindo peixe-palhaço.

Ciumento o peixe espada
persegueu o peixe-palhaço
e lhe acertou uma cabeçada.

O peixe-palhaço
foge muito assustado
Quando ele se aproxima
ela lagosta lhe dá
um forte abraço.

Isabel Furini



Chuva - Poema de Isabel Furini



CHUVA NA CIDADE

Sob a chuva
a cidade
é viajante do tempo e das horas
fiel espetadora
das águas do rio de Heráclito.

Isabel Furini

Semelhanças (Poema de Isabel Furini)


SEMELHANÇAS

O amor e a rosa
são dois seres
semelhantes

mas as placas tectonicas do instinto
foram desafiadas
- rugem palavras iconexas
e ameaças

o amor e a rosa
fecham-se para proteger-se
do vento emocional
e descansam no silêncio da noite.

Isabel Furini

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Poemas de autores brasileiros na exposição de Buenos Aires



OS POEMAS DE: Clevane Pessoa, Maria da Glória Colucci, Angel Popovitz, Isabel Sprenger Ribas, Maria Antonieta Gonzaga Teixeira, Decio Romano, Elciana Goedert e
Sonia Andrea Mazza farão parte da exposição.








Escravidão (Poema de Isabel Furini)




ESCRAVIDÃO

flores, flores
essas flores
contornam os sentimentos
e agitadas pelos ventos
traduzem sombras e
amores
na vertigem do momento
porque as flores
e os homens
são só escravos do tempo.

Isabel Furini


sexta-feira, 12 de maio de 2017

O ator Edwin Luisi entrevistado por Isabel Furini



EDWIN LUISI é formado pela EAD (Escola de Arte Dramática) da USP.
Sua primeira novela foi ‘Camomila e Bem-me-quer’, da saudosa Ivani Ribeiro, produzida pela extinta TV Tupi entre 1972 e 1973.


Ao todo, são mais de 25 novelas de sucesso em sua passagem pela televisão, dentre elas algumas memoráveis como: ‘Escrava Isaura’ (que no ano passado comemorou 40 anos de sua exibição), ‘O Astro’, ‘Sétimo Sentido’, ‘Mulheres de Areia’ e ‘Sinhá Moça’, ambas na Rede Globo, ‘Dona Beija’ e ‘Tocaia Grande’, na extinta TV Machete e ‘Rebelde’ na Record TV.


Atualmente, além de "5 Homens e Um Segredo", o ator ensaia ‘Alair’ comemorando em grande estilo seus 45 anos de carreira. A peça homenageia o fotógrafo Alair Gomes (1921-1992), tem a direção de César Augusto e texto de Gustavo Pinheiro.

Você tem anos de trabalho nas áreas de teatro e Tv., na sua opinião que tipo de personagem exige mais concentração e mais trabalho do ator?

Eu tive a sorte de cursar a Escola de Arte Dramática em São Paulo, que era uma escola bastante séria, e tive a sorte também de no começo da minha carreira trabalhar com diretores extremamente consequentes, sérios, muito conceituados, que me ensinaram algumas lições que eu carrego ao longo da minha vida. Uma delas é ter muito respeito pelo público. É uma das regras básicas pra se fazer teatro. Em consequência desse respeito tudo pra mim passa a ter uma concentração muito grande pra fazer bem o trabalho, tanto na comédia que precisa de uma precisão cirúrgica, quanto no drama que precisa de uma concentração emocional muito grande. Eu fico extremamente concentrado a peça inteira, tanto na comédia, quanto no drama. Isso muito em respeito ao público e também em respeito a mim mesmo como ator.

Você tem sensação de maior liberdade quando trabalha no teatro ou quando trabalha na TV?
Sem sombra de dúvida, é no teatro onde o ator sente maior liberdade porque o espetáculo é dele. Ele ensaia dois meses sob o comando de um diretor e à medida que o pano abre o espetáculo é dele. Ele é dono do seu trabalho, ele é dono do seu desempenho. Na televisão não. Você depende de muitas coisas, né, porque tem a edição, tem a censura interna, o autor que escreve pra você um tipo de papel e no meio do caminho vai pra outra coisa. Você não é dono do teu papel. O público é dono do teu papel, né. As pesquisas de opiniões são donas do teu papel. Então é no teatro, à medida que estreia o ator é totalmente dono. E quando você é dono, você tem essa liberdade de poder achar que o trabalho é teu. Tanto que eu sempre digo que na televisão eu participo, o teatro eu faço.

Na sua opinião, quais são as características mais importantes para o crescimento de um ator de teatro?
Olha, são muitas as características, né. Eu acho que a característica te torna um grande ser humano, antes de mais nada. Você precisa ter uma série de qualidades pra desempenhar bem um papel. Você precisa ter cultura, inteligência, precisa ter muito poder de observação, generosidade, trabalho em equipe. Eu tive a sorte de ter sido atleta antes de ser ator. Então, todas as qualidades que um atleta precisa ter eu joguei para o teatro. É trabalho de grupo, é concentração, disciplina. Mas para o ator especificamente, eu acho que você tendo um grande poder de observação, você tendo inteligência, cultura, sensibilidade, apego ao próximo, respeito, tudo isso faz também de você um ser humano melhor. Eu acho que, quanto mais você cresce como ser humano, você crescerá como ator também.
3. Como foi realizada a escolha dos atores para a peça “5 Homens e um Segredo”?
Olha, essa peça foi comprada por um produtor aqui de São Paulo e Rio de Janeiro pra eu fizesse. Isso faz muito tempo, e eu não podia fazer pelo fato de que estava me engajando em outras peças. Aí, passaram dois anos, eu estava fazendo uma grande viagem quando o produtor falou: ‘ou é agora ou nunca’. Voltei de viagem, eu estava em Quito, no Peru, cheguei e fui ensaiar no mesmo dia. E o elenco já estava pronto. Eu preferia ter ajudado na escolha. Mas deu tudo certo, as pessoas são ótimas, a gente se adora, temos respeito enorme um pelo outro, todos nós nos admiramos, o que é bom. Somos cinco homens, há uma camaradagem masculina muito gostosa, e cada um foi escolhido, acredito, por características do personagem, né. Um teria que ser mais velho, que foi o Pirillo (Roberto) com um tipo de temperamento que servisse pra fazer um padre. O Bonow (Carlos) que é um cara muito grande e forte pra fazer um delegado gay, e assim por diante as coisas foram se encaixando normalmente. Mas quando eu cheguei o elenco estava pronto. Eu que queria ajudar na escolha porque a peça tinha sido comprada pra eu fazer. Enfim, deu tudo certo, estamos há um ano e meio em cartaz e nunca houve sequer um probleminha qualquer que a gente pudesse ficar desgastado uns com os outros. A gente se gosta muito mesmo.
Edwin Luisi e Lucélia Santos -  Escrava Isaura
- FOTO CEDOC TV - Arquivo Internet

Como você resumiria a mensagem da peça “5 Homens e um Segredo”?

Eu acho que seria alguma coisa como: a gente tem que ficar muito atento às necessidades do outro. Por trás de qualquer coisa visível há sempre um drama. A nossa peça é uma grande comédia que tem um drama por trás que é: cinco homens têm um problema que é altamente visível, mas que esconde na verdade um grande drama, porque deve ser muito difícil pra quem tem o que eles têm, quer dizer, você viver a tua vida inteira com um pênis mínimo numa sociedade falocrata onde tantas mulheres acham um grande problema quanto aos homens, é uma coisa extremamente dolorosa, e que a gente tem que aprender a viver com aquilo que tem. É isso que a peça mostra, que apesar de todos os problemas, eles estão todos muito tristes, mas todos saem melhores. Praticamente eles irão aprender a conviver com aquilo que eles têm.

O ator de teatro consegue enxergar seu público. Qual foi a reação do público?

Não sei se você está perguntando no sentido de enxergar fisicamente ou metaforicamente. Fisicamente eu não consigo enxergar o público. Eu consigo ouvi-lo. Fico muito atento em pequenas reações, em risadas, gargalhadas. Estamos falando de uma comédia e eu fico prestando muita atenção com meu ouvido. No drama também, porque o silêncio absoluto do drama faz com que a sua emoção flua melhor ainda. A reação do público à nossa peça tem sido excelente. É um assunto tabu, um assunto que não se fala, porque quem tem o pênis pequeno fica quieto, né. Então, ninguém comenta sobre isso. A gente sempre ouvia falar, algumas mulheres falavam ‘ah, uma vez saí com alguém assim e foi complicado’. Tanto que, quando a gente foi levantar a peça, muitas mulheres vieram até nós para falar sobre isso. A reação do público é estranha. Muito divertida. Eles adoram. Na verdade, o drama que existe por trás da peça é muito grande. Esses homens sofrem. Mas é impressionante o quanto as pessoas se divertem. É claro que se divertem, pois esse drama é tratado como comédia. A gente está muito feliz, pois as reações de todos os lugares que a gente fez a peça são iguais. Todos adoram. Espero que o povo de Curitiba também goste o todo o Brasil inteiro gostou, e o Rio de Janeiro onde a gente ficou um ano e meio em cartaz.

A peça foi muito aplaudida no Rio, mas cada cidade tem características diferentes. Como é apresentar a mesma peça para o público carioca e para o público de Curitiba?

Tradicionalmente a gente já acha que o povo carioca é um pouco mais solto, mais descontraído. E o curitibano é mais sério, mais consequente, com uma educação formal e de criação maior do que o pessoal do Rio de Janeiro. Então, a gente tem certo receio de apresentar sempre uma peça em Curitiba com medo de uma reação fria. Mas eu tenho certeza de que não vai acontecer isso porque já fiz teatro em Curitiba algumas vezes e a reação sempre foi excelente, até por esse grau, esse nível de criação e de cultura melhor do que em alguns outros lugares pelo Brasil afora. Tradicionalmente o povo do Sul, em que faz parte o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e São Paulo também, embora seja Sudeste, a educação é um pouco melhor. Quando falo de educação, falo da educação formal. É estudo, é universidade. O povo de Curitiba, eu tenho certeza de que irá entender, pela cultura que ele tem. As pessoas têm mais aptidão à filosofia, à psicologia, então irão entender até melhor a peça do ponto de vista que tem esse drama por trás. A gente tá muito feliz em poder fazer em Curitiba, porque além de estar nessa linda cidade que é de vocês, a gente gosta muito da gastronomia também. E estar junto ao público curitibano sempre é bom. Pelo menos pra mim, todas às vezes eu fui muito bem recebido.

Quais são seus livros preferidos?
Bom... Meus livros preferidos... Eu não vou lhe dizer títulos. Vou dizer o que eu gosto muito. Gosto de romances históricos, biografias históricas, eu gosto de uma boa ficção científica, adoro ler de vez em quando um romance genuíno, aqueles romances tradicionais. Gosto muito de literatura. Sou um ávido leitor


Ladear - Poema de Isabel Furini



LADEAR

as linhas-férreas
(paralelas)
avançam rumo ao infinito

flores ladeiam os trilhos do trem
o perfume nubla os sentidos
e acorda lembranças

na oposição das linhas de aço
o reflexo embaçado
do amor e do céu
:
 um amor que transgrede
(mas não regride)
e  um pedaço de céu
(quase sempre nublado).

Isabel Furini


quinta-feira, 11 de maio de 2017

Mãe Mitológica (Poema de Isabel Furini)

MÃE MITOLÓGICA

Continuo apegado a sua imagem 
e implorando o seu afeto

quem sou eu 
no luminoso-sombrio espelho da mãe?
eu sou Pégaso - nascido de seu sangue
sou filho de uma Medusa de longos cabelos

porque no interior de todas as mães 
moram uma bela princesa 
e uma cruel Medusa que julga e acusa.

Isabel Furini

Medusa de Michelangelo Caravaggio
Wikipédia - Domínio Público

Saudade (Poema de Isabel Furini)


SAUDADE

iluminadas pela Lua Cheia
as emoções
rangem
sobre as tábuas da madeira
do passado.

Isabel Furini


terça-feira, 9 de maio de 2017

Camarão no Prato (Poema infantil de Isabel Furini)



CAMARÃO NO PRATO

Quado como camarão,
com palmito, azeitonas,
ovos de codorna e limão,
eu me sinto poderoso
- um poderoso tubarão.

Quando como camarão
eu brinco de tubarão.

E minha mãe fala:
- Sem fazer algazarra,
abra grande essa bocarra
de filhote de tubarão!

hahahahahaha!
Eu abro grande a boca
e mastigo lentamente
o gostoso camarão.

Isabel Furini

A Volta de Zaratustra - poema de Isabel Furini






Zaratustra voltou.
Caminhou pelas ruas de cimento,
andou junto à lojas e mercados;
por fim, se deteve frete a um templo.
Os homens do povo olhando-o, o seguiam
esperando que a sua voz arcana
despertasse suas almas, que dormiam...

alguém entre a multidão,
jovem e ousado, informou-lhe
que Nietzsche estava morto.

Ele escutou com os olhos fechados,
a boca muda
e os braços abertos.

- Inicia-se uma nova era de esperança - disse
- a fé, como a Ave Fênix,
ressurgirá das próprias cinzas.
e os homens escutavam-no em silêncio.
Zaratustra olhou cada um deles
e a todos interrogou com o olhar,
e viu que tinham medo,
mesmo aqueles
que mantinham os olhos fixos no céu.

Por que esperam uma verdade de fora,
uma verdade alheia, emprestada?
perguntou-se a si mesmo.
Depois gritou:
- eu anuncio que Deus ressuscitou
e que Ele quer
que ausculteis com força de titãs
em vosso próprio interior
para escutá-lo.


Isabel Furini
do livro "O Homem e Deus"



Prometeu (Poema de Isabel Furini)

Prometeu

Devolva-me a fé, Pai do céu.
Escuta me clamor, minha voz de trovão,
e não me deixes sozinha nesta senda,
porque a minha alma é nova e sente medo
de caminhar sobre os ecos do passado.

O vento da minha história se deteve,
e sobre o horizonte fantasioso
que meus sonhos teceram ao acaso,
se levanta o fogo do fracasso,
e me queima.

Ai! Meu Deus, sou um novo Prometeu,
estou atada às rochas deste Cáucaso,
não me posso defender e fico quieta,
enquanto uma água brutal, devoradora,
rói meu fígado, que cresce eternamente.

Até quando sofrerei? Por que sofrer?
Por que não chega já, um Hércules veemente
e me liberta agora e para sempre.

Isabel Furini

Poema do livro "O Homem e Deus"
Pintura de Peter Paul Rubens

A Mente (Poema de Isabel Furini)





 A MENTE

Conheceis as silenciosas brumas?
Eu falo das trevas do passado,
e pergunto: Alguém olhou de frente,
a construção monolítica da mente?
Dólmenes e menires interiores
que perpetuam no tempo, a sua memória,
que esperam qual noite enevoada
o despertar de um dia azul - de glória,
da glória de um Deus de luz, triunfante,
a glória azul de um Deus que é mente cósmica.

Do Livro "O Homem e Deus" - Isabel Furini - 1983.

domingo, 7 de maio de 2017

Metamorfose I (Poema de Isabel Furini)



METAMORFOSE I

amordaçado
o grito das lembranças

fluem
palavras silenciosas
pelos lábios fechados
e as flores se tornam

 mensageiras da esperança.  

Isabel Furini

sábado, 6 de maio de 2017

Gratidão - Poema de Isabel Furini



GRATIDÃO

sobre o abismo
da arrogância
a flor da gratidão
desdobra suas pétalas

sem o medo
da rejeição nem da burla
as almas despidas
extravasam a beleza
como a flor do lótus
sob os primeiros raios
do Sol.

Isabel Furini

Aulas no Teatro Rodrigo D'Oliveira

Seja criança, adolescente ou adulto, iniciante ou profissional, se você tem o desejo de conhecer um pouco mais sobre a arte do TEATRO venha participar desse super aulão!

Benefícios: O teatro não tem contra-indicação nem pré-requisito. "Além de promover o autoconhecimento e desenvolver a autoconfiança, fazer teatro é um exercício de escuta do próximo. Todo mundo deveria fazer teatro pelo menos uma vez na vida!"

O Teatro Rodrigo D'Oliveira oferece também cursos de teatro, para mais informações: mensagem inbox ou pelo telefone (41) 99747-8395.

Adeus, Amor - Poema de Isabel Furini



ADEUS, AMOR

Naufraga a carícia
entre espadas
de palavras

depois
só resta o adeus
na solidão
os dias são intermináveis

Isabel Furini

Rumbo a Ítaca

avanza la barca de Caronte

a cada año
se aproxima un poco más del puerto
es necesario examinar el pasado
para observar si odios y rencores
ya fueron arrastrados por las olas
o están enredados en los pies cansados

navegar rumbo a Ítaca es más que una aventura
es el retorno del alma
exige dejar los interrogatorios y sus sombras
apagar el fuego de la duda
entendiendo las fluctuantes emociones

escuchar el graznar de los cuervos torvos
y entender que el miedo es un obstáculo – un estorbo
deja el corazón rígido como una estaca de madera

es necesario cubrir los oídos como Ulises
mostrar bajo los rayos de la Luna
las manos vacías
la mirada sin apegos
los ojos lúcidos
exponer el rostro auténtico
las arrugas, las culpas y los miedos
reflejados en las aguas del inconsciente


y de repente, simplemente,
el alma contempla su imagen en el mar del inconsciente
y comprende el porqué de retornar a Itaca.

Isabel Furini

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Capela do Eu - Poesia de Isabel Furini

Quadro de Carlos Zemek

CAPELA DO EU

ao esquadrinhar
a capela interior
é possível
abandonar os medos do pigmeu
e avançar
e descobrir
(à luz da lamparina)
o potencial do próprio eu.

Isabel Furini

Raíces ( poema sobre el Lienzo de Frida Kahlo)

Imagem gerada pela IA do Bing


RAÍCES (LIENZO DE FRIDA KAHLO)
Árbol de la esperanza, mantente firme.” – Frida Kahlo.

El viento zozobra entre sombras
y chicotea el pasado

torbellinos de sombras zozobran
en el plenilunio de las emociones

Crecen hojas
hojas
hojas
se multiplican
en el angustiado movimiento de las horas
(avanzan por el cuerpo
echan raíces
enlazan sueños
bloquean ilusiones)

las hojas transitan entre la euforia y la tristeza

como en un trapecio en movimiento
su cuerpo es sacudido por el viento de las emociones
lloran los sueños
y en la boca muda
revolotean elocuentes silencios

Frida tira una red en el mar de imágenes
(entre sueños
rosas y quetzales)
y eterniza efigies con la maestría azteca
heredada de sus ancestrales.

Isabel Furini

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Mandíbulas



MANDÍBULAS

Mandíbulas ferozes
essas do tempo!

o tempo é
um leão enfurecido
- tritura pessoas
casas e sonhos

só existe um caminho:
acalmar o ego e
enfrentar
o leão do tempo
usando como escudo
o despego.

Isabel Furini

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