quinta-feira, 30 de março de 2017

Xamã sentado em sua cadeira barcelona

O xamã sitia espaços sibilinos
e descobre oníricas couraças.

Na textura das palavras
desvenda temores infantis.
No leque das frases,
libélulas de esperança.

Desafia lembranças
perdidas em olhares despedaçados,
vasculha terrores noturnos,
farpas de ódio
e amores perdidos.

O psicanalista indaga e silencia.
Invade os pesadelos
e encontra princesas esquecidas.

Por fim, descobre os subterfúgios
e assinala trilhas desconhecidas
nas curvas da espessa linha do tempo
(subjetiva).

Sementes de lembranças crescem
entre as cinzas do esquecimento,
o xama
(sentado em sua cadeira Barcelona)
espera calmamente pelo milagre do renascimento.

Isabel Furini

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