sexta-feira, 28 de maio de 2021

Medo primitivo (poema de Isabel Furini)



 




Medo primitivo

às vezes a luz da Lua
ilumina o cabelo da Medusa

às vezes o olho da Lua
sobre os túmulos

ora o coração acelera
seu passo noturno

ora os olhos ficam fixos
na linha do horizonte

sempre os ponteiros do relógio
e o renovado medo
de permanecer na margem
da página do ontem
para observar as letras de um poema
e perceber a barca de Caronte

 Isabel Furini



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