– Eu também quero fazer balé – disse o menino.
A professora fica impressionada pela coragem do rapaz e o deixa participar da aula. Um aluno da terceira série olha pela janela e o que vê o faz soltar um grito.
– Rapazes, tem um menino nas aulas de balé...
Foi uma algazarra. Todos gritando:
– Mexe o pé, Mariquinha.
– Dá um pulo, Mariquinha.
Risos e gritaria. Adriano, da oitava série, aproxima-se curioso com os gritos. Quando vê o ruivo dançando balé, um sorriso apareceu em seu rosto.
- Ele é colega de sala... eu acho que seria melhor vocês ficarem de boca calada. Você são tolos? Querem apanhar? Esse é Darcísio, ele é faixa preta.
– Ele é? – Perguntou assustado o menino magricela.
Nesse momento, Darcísio saía da aula e perguntou:
– Quem estava gritando? Quem quer mexer comigo? Qual de vocês vai encarar?
A turma foi recuando.
– Ei, magrinho, era você que estava gritando: Mexe o pé, Mariquinha.
– Não... sim... não... não... eu não sabia que você era faixa preta.
– Eu sou.
– E faz aulas de balé?
– Balé dá flexibilidade aos movimentos de karatê. A próxima vez que alguém abrir a boca e comentar alguma besteira sobre mim ou sobre as aulas de balé, vai se arrepender.
Na próxima aula de balé, a professora ficou surpresa. Havia sete rapazes na porta da sala esperando-a. Queriam iniciar as aulas.
Isabel Furini
Quadro de Eloir Amaro Júnior |
nao tenho preconseito ,pois quero colocar meu fiho no bale.beijo
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