Que 2024 traga
palavras amorosas e sorrisos
realizações
e sonhos renovados
que possamos abrir as asas
como as gaivotas
quando alegremente voam sobre o mar
Isabel Furini
Que 2024 traga
palavras amorosas e sorrisos
realizações
e sonhos renovados
que possamos abrir as asas
como as gaivotas
quando alegremente voam sobre o mar
Isabel Furini
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esta vida é açoitada
com o açoite das palavras
as palavras de ironia
as palavras desumanas
as cruéis, as violentas
as que ofendem e desprezam
e as palavras insidiosas
ou perversas, que envenenam
como mordidas de cobras
ou picadas de escorpião
se as palavras de ódio
azedam o mel do coração
será preciso urgentemente
curar lesões profundas
domesticar as emoções
e carregar sobre os ombros
o substantivo AMOR!
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A Porta
Isabel Furini
existe uma porta que separa os anos
:anos de alegria
anos de tristeza
anos
anos
anos
anos de trabalho
anos de incerteza
além dessa porta
existem imagens
sorrisos e traumas
existe o passado que é renovado
a cada abordagem
contamos histórias de nosso passado
como um tornado
lembrado em palavras
os fatos se afastam e mudam de rosto
o ontem é composto das ondas do mar
no final do ano, gratos percebemos
olhando a balança
:
além dos pequenos fracassos
dos tombos, do pranto
estamos em pé, pois sobrou a ESPERANÇA
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À meia-noite chegam em bando, os fantasmas
os frenéticos fantasmas que se divertem
açoitando os telhados
falando com as gárgulas
dançando nos terraços
chegam feridos pelas falsas palavras
que conspiram
- los fantasmas desprezam as vozes
daqueles que possuem um coração
habitado pelas sombras
e uma boca coberta de mentiras
tornou-se este mundo um paradigma do absurdo
no qual as mentiras respiram sem medo
enquanto as verdades aquadas e feridas
(órfãs de palavras, sem defesa)
escondem-se entre os fantasmas
e dançam nas ruas, nos terraços
e nos abismos da vida.
Isabel Furini
Este poema foi publicado na 12º Edição da Revista Escriba
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Las alas del amanecer desperezaron los párpados de Eugenia, obligándola a dejar atrás algunas imágenes de un sueño tenebroso.
Los ojos de la habitación permanecían cerrados, la oscuridad era apenas penetrada por la luz de afuera.
La música con acordes de lluvia trepó a sus oídos invitándola a seguir disfrutando de las imágenes enredadas en su sueño, pensó que serían apropiadas para algunos de sus cuentos.
Acomodó la almohada, abrazándola, se disponía a dormir, pero el sonido del teléfono celular no se lo permitió.
No quería abandonar la calidez de su nido-cama-almohada, pero a la vez la curiosidad la ganó.
Tomó el celular, apenas pudo ver sin sus lentes, tenía un mensaje de alguien que no figuraba en sus contactos. No le dio importancia, se acomodó y quiso volver a dormir.
No pudo.
Los acordes de lluvia fueron acompañados por aullidos de viento y la música se tornó un sonido ensordecedor.
Definitivamente abandonó la idea de volver a zambullirse en las imágenes que tanto la habían motivado.
Se acordó del mensaje en el celular, con los anteojos puestos lo leyó. De pronto reparó en la foto del perfil, estaba demasiado pequeña como para reconocerla, pero estaba segura de que era él. Sí, definitivamente, al agrandar la imagen, vió que era Rolando, quien le preguntaba si ella había estado caminando por la calle Florida, que el día anterior le había parecido verla, que por eso le había escrito.
El texto del WhatsApp era distópico, comenzaba con un “che”, sin saludo previo, ni un “cómo estás, tanto tiempo”.
Eugenia dejó el teléfono, se desperezó, por un rato siguió escuchando el rumor de la lluvia devenida en llovizna. Un día así invitaba a quedarse en la cama. No estaba segura si responder el mensaje, pero finalmente escribió: ¿sabés a quién le estás enviando esto? Porque yo no estuve en la calle Florida, habrá sido un clon o tal vez un holograma.
La respuesta de Rolando fue inmediata y autorreferencial, contando sus pesares, sin preguntar siquiera cómo había sido la vida de ella en esos quince años transcurridos sin comunicación alguna.
Eugenia se quedó mirando el celular por unos instantes, luego lo arrojó a un costado, se preguntaba cómo tanto tiempo de silencio se había sintetizado en ese mensaje.
Volvió a tomar el teléfono y eliminó el chat.
El viento sur, danzando con las gotas de lluvia, ayudó a borrar definitivamente todo vestigio de la historia vivida con Rolando hacía más de veinte años y que, lamentaba, ese mensaje había llegado como basura a su mente.
Eugenia abrazó la almohada, acunada por el rumor del clima de otoño en primavera, tratando de continuar con el sueño interrumpido.Intento que no fecundó, de un salto llegó hasta su computadora, la encendió y comenzó a escribir ese nuevo cuento. No necesitó recordar las imágenes, un mensaje de WhatsApp resultó ser más motivador que el sueño tenebroso.
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O JARDINEIRO E A MORTE
Açoita o vento
dançam as pétalas - é primavera
o jardim recebe água, adubo
e o sorriso do jardineiro
ele tem no bolso direito
o bispo, a rainha e o rei
de madrugada, com a morte joga xadrez
e todos os dias ele ganha
mas num escuro canto do jardim
a Morte guarda a gadanha
uma aranha estranha tece
tece
tece
tece
destinos
de repente, a aranha desacelera
finaliza o tecido e cai morta
o jardineiro sente que sua alma esmaece
de madrugada
o jardineiro joga xadrez com a morte
e percebe que seu jogo está perdido
da palma da mão sumiu a linha da vida
perdeu a linha do destino
solta um agudo gemido
e seu espírito retraído voa para aquele jardim
a morte está lá
esperando-o perto do jasmineiro
corta um jasmim e oferece para o jardineiro
e ele compreende que a vida não tem fim.
Isabel Furini
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O sonho de Guilhermina
Guilhermina sonhou
com um mundo mágico.
Tudo era alegre,
nada era trágico.
O sol alegrava a cidade
e era respeitada a diversidade.
Não tinha guerras,
todos eram fraternos,
e ninguém precisava
vestir um terno.
Nos jardins coloridos
voavam as borboletas,
entre os grandes abacates
e as flores de chocolate.
Perto dos pessegueiros
havia muitos caquizeiros.
Nesse mundo havia fadas
e era muito feliz a criançada.
Isabel Furini
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Além da ilusão
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O Número 1 - A Eternidade
um sonho ancora na garganta
e como uma gaivota faminta
rejeitando peixe com pimenta
é transformado no número 1
(1 sonho
1 ponto
1 círculo)
o alento único
da eternidade
o número 1, divisível só por si mesmo
ecoando a unidade
nos 100 bilhões de estrelas da Via Láctea
- o número 1 é independente
mas compõe todos os numerais
como a eternidade que reflete
em todas as divisões do tempo
e na metamorfose da lagarta
no perambular da borboleta
no canto das gaivotas
e no crocitar dos corvos
Isabel Furini
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Festa de Halloween
Isabel Furini
Quando chega o Halloween
todos festejam no jardim.
Convidam lobisomens,
bruxas, vampiros e zumbis.
Os lobisomens gostam de uivar
e os zumbis gostam de cantar.
As bruxas e os vampiros
são grandes dançarinos.
A festa fica animada,
o bicho papão bebe suco de limão.
Os fantasmas se divertem
com as estrelas cadentes.
A múmia olha o Saci
e fala que ele é maluco.
O Saci nem contesta,
ele está bebendo um suco.
Os fantasmas sabem voar
e sabem ficar invisíveis.
Eles alegram a festa,
pois são imprevisíveis.
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A aprendiza
ela sorri enquanto oculta
a palavra traição
sob a sombra das tesouras
a aprendiza
começa a costurar linhas transgressoras
que avançam e reinventam o espaço
na textura do tecido
ela guarda
agulhas, fios, fitas, alfinetes
mas deixa as tesouras sobre a mesa
a velha costureira olha o rosto da aprendiza
e murmura
:
pena que a palavra perdão
(pelo ódio açoitada)
está em um canto
esquecida
pois sem o perdão
o amor escorrega para a terra do nada.
Isabel Furini
(Poem publicado na Revista Sucuro Nº 20)
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Isabel Furini
A comunicação se dá via e-mail
compartilhamos versos e, às vezes,
receitas de cozinha
Rosa gosta de cozinhar, eu não
mas somos amigas
e para manter nossa amizade
procuro nos sites receitas de cozinha
e finjo interessar-me na maneira correta
de cortar cebolas e tomates
sou péssima na cozinha
minha mãe me odiava por isso
meus filhos sofreram
por essa incapacidade minha
de ser chef de cozinha
não sinto prazer em cortar tomates
mas sinto prazer em reler meus poemas
e cortar palavras inócuas
não sinto prazer em misturar sabores
mas sinto prazer em misturar palavras
ao acaso – palavras como presença
e ausência, palavras como medo e noite
minha amiga gosta de cozinhar estrogonofe
eu gosto de cozinhar versos
ela é uma ótima cozinheira
e sempre está atenta para aprender pratos novos
eu sou simplesmente poeta
e sempre estou atenta às emoções
e, às vezes, em versos choro lágrimas alheias
Ego&mania
Isabel Furini
o som de um tambor
quebra a monotonia da manhã
o ego (assustado)
precisa de um afago
o som do tambor revela
que o ego é um troglodita mimado
quer ser alimentado sem descanso
o ego precisa do elogio demorado
do aplauso, exige carinho
quer ser notado
quer se impor
como o som de um tambor
a palavra que o guia é autossatisfação
o ego nasceu rei - um leão mimado
ele quer ser amado
mas nunca pensa em amar
nem em compreender
nem em valorizar
aqueles que estão a seu lado
*
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O lugar da mulher?
Isabel Furini
é na cozinha
cozinha
cozinha
cozinha
sim, na quimérica cozinha das Musas
lá
com alcaparras, sal e champignon
a mulher tempera os versos perversos
e suaviza os destinos adversos
a mulher saboreia
vinho branco Meursault Clos de la Barre
(um vinho encorpado, salino, acetinado)
enquanto escreve um poema
e na hora do Angelus
a sua alma como vinho envelhecido
voa sobre um mar de sonhos
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Vamos todos desenhar
lindas flores nas janelas.
Vamos alegres cantar,
pois chegou a primavera.
A primavera chegou
com flores e borboletas.
Na praça um músico cego
está tocando trombeta.
Na televisão, o palhaço
fica fazendo piruetas.
As crianças estão contentes
e dançam alegremente.
Viva! Viva a primavera!
Isabel Furini
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Imagens e lembranças
O olho de um leão de pelúcia
o sapatinho de uma boneca antiga
as asas de um aviãozinho de madeira
os trilhos de um trem quebrado
imagens que me atingem
como um tornado
atinge uma cidade dormida
possuo um ego maníaco
que ancora
imagens, emoções e lembranças
nos cantos do músculo cardíaco.
Isabel Furini
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A faca de prata
Com uma faca de prata
cortar as cerejas maduras
e fragmentar as canções
que encantam e cativam a alma
– a alma é cereja vermelha
que emana paradoxos
e morde os calcanhares
na busca alucinada
das respostas
ocultas nos poemas
e nos escaravelhos de esmeraldas
- nos dias de Lua Cheia
cada poema selvagem
pendurado na linha do horizonte
é rasgado em dois com uma faca de prata
cada poema cuspe ondas de emoções
e revela a respiração dos anjos
e dos seres do submundo, a respiração opaca.
Isabel Furini
Poema publicado na revista Totem&Pagu, em 20/01/2022
Bullying
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Ao luar
Isabel Furini
UNA FOTO PARA EL ÁLBUM
Isabel Furini
el impacto de una piedra
y el cuerpo y las plumas ensangrentadas
quedan ancladas sobre el piso de baldosas
el pájaro inmóvil tiene un ojo reventado
indefenso y sin vida
parece una roca esculpida por el destino
el niño y su padre
se aproximan del pájaro que asesinaron
la madre hipocritamente
lleva una cruz de oro al cuello
(recordación del sufrimiento de Cristo)
ella abre la cartera, busca el celular
y saca una fotografia vagabunda
para el álbum familiar
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EL EREMITA
Isabel Furini
avanzan los espectros
empujados por los vientos
e invaden
la torre de la soledad
dentro de la torre
un viejo eremita
medita
mientras su sombra
suavemente levita
un rayo de Sol
entra por la ventana
y la sombra
decapita al eremita
quiebra la ventana
y huye con los espectros
em la vigésima hora
el eremita recupera su cabeza
y resucita
imediatamente cogita
salir de la torre de la soledad
Publicado en la revista Herederos del Kaos - Arte y Literatura, el 27 de enero de 2022
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NÚCLEOS
à esquerda, a gadanha da Morte
estraçalha ilusões
à direita, o martelo da rima
entorta
os perversos versos do pântano
no alto, a geometria da vida
ausculta a noite e examina os dias
transformando a Poesia
em açoite do mundo
Isabel Furini
O poema NÚCLEOS foi publicado na revista Acrobata em 10 de agosto de 2021.
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Buscamos para esta Coletânea histórias de Famílias que nos remetem a bons e maus momentos. Compartilhe conosco esses momentos... Os textos poderão ser de qualquer gênero (Poesia, Cordel, Trova, Haikai, Conto, Crônica, Roteiro, etc.), pois o objetivo é termos uma obra “monotemática e multiestilo”.
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