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A faca de prata
Com uma faca de prata
cortar as cerejas maduras
e fragmentar as canções
que encantam e cativam a alma
– a alma é cereja vermelha
que emana paradoxos
e morde os calcanhares
na busca alucinada
das respostas
ocultas nos poemas
e nos escaravelhos de esmeraldas
- nos dias de Lua Cheia
cada poema selvagem
pendurado na linha do horizonte
é rasgado em dois com uma faca de prata
cada poema cuspe ondas de emoções
e revela a respiração dos anjos
e dos seres do submundo, a respiração opaca.
Isabel Furini
Poema publicado na revista Totem&Pagu, em 20/01/2022
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