quinta-feira, 29 de abril de 2021

Arquitetura do olhar (Poema de Isabel Furini)

 

 


 

Arquitetura do olhar

As cartas
entregues às retinas
distribuem mensagens
no entorno
profunda é a essência dos olhares
às vezes
revelam o âmago da Poesia

nas curvaturas da vida
os olhares encaminham
invisíveis cartas de amor
de rancor, de paixão
de ternura ou de loucura.

Isabel Furini

sábado, 24 de abril de 2021

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Fuja desses três tipos de amigos (por Isabel Furini)


Três tipos de amigos perigosos
:

 

É saudável ficar longe de  três amigos tipos de amigos:

a) Amigos “labirintos”: Esses que estão sempre fazendo joguinhos. Você nunca sabe para onde vão, o que pode esperar deles.

b)Amigos “sanguessugas”: Esses que se aproveitam do que você pode oferecer, mas esquecem de retribuir.

c) Amigos “cobras”: Esses que estão sempre esperando a oportunidade para morder seus calcanhares.

Isabel Furini


terça-feira, 20 de abril de 2021

Poetizar (Poema de Isabel Furini)

 

 

 

Poetizar

 
Poetizar é a artimanha
de navegar em uma canoa
desenhada
com tinta invisível
rasgar os sons da madrugada
e arranhar mar e céu
com as mãos cansadas
de esculpir o verbo amar.

Isabel Furini



segunda-feira, 19 de abril de 2021

Vidas de papel (Poema de Isabel Furini)

 

 

VIDAS DE PAPEL

A vida parece um pincel
retratando barquinhos de papel

pois o ser humano é efêmero
e muitas vezes o ser anônimo
revela que a vida é vela acesa
e que o tempo engessa os sonhos

mas na próxima primavera
sobre as flores do cemitério
ressurgirá a vertigem das borboletas
e serão refeitos sonhos e quimeras

Isabel Furini



sábado, 17 de abril de 2021

Existe? (Poema de Isabel Furini)

 

 

Existe?

Apalpar
o coração da humanidade
para descobrir
se além da crueldade
ainda existe o amor

 Isabel Furini 



 

sexta-feira, 16 de abril de 2021

Poema&Dualidade (Fragmento) por Isabel Furini

Fragmento do poema

Poema&Dualidade 

(...)
Entre
silêncios
e versos
dança
a eternidade.

Isabel Furini


 



 

 

Silêncios (Poema de Isabel Furini)

 

SILÊNCIOS

Perceber o silêncio do deserto
e a vertigem da solidão
a transformação da lagarta
sem geometrizar nenhum som
e o mutismo dos olhares
quando morre a paixão

ora o silêncio é sossego
ora  é assustador

silenciosa fica a alma
em calma, sem fragmentação
quando supera a culpa
e deixa jorrar o perdão.

Isabel Furini

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Cartografia de uma xícara (Poema de Isabel Furini)


 

 Cartografia de uma xícara

Segundo a lei da Alquimia
a mente é uma xícara
se está cheia até a borda
nada admite
mas é útil quando esta vazia

uma mente cheia de medo
de rancor ou de megalomania
não admite sabedoria

mas uma xícara vazia
pode receber calmamente
o chá da tarde
 

uma mente vazia
pode refletir o céu
- o pensamento passivo
aceita o silêncio meditativo.

Isabel Furini



segunda-feira, 12 de abril de 2021

Amor e Poesia (Poema da Isabel Furini)

 

 

Amor e Poesia

açoitam horizontes
mordem arco e lira

amor e poesia
incendeiam os cactos da ira
brilham como o relâmpago
e enfeitiçam as pupilas

Isabel Furini



Verbo amar (Poema de Isabel Furini)

 





Imagem gerada pela IA do Bing

Verbo amar

 
quando
as palavras se afastam
e se rasgam

o céu
abençoa
e cura

e a alma
(íntegra e pura)
lavra
eternos campos floridos
a partir do verbo amar.

Isabel Furini
Acadêmica da Avipaf - Cadeira 1
Patrono: Amado Nervo




Frio Outono (Poema de Isabel Furini)

 

 

Frio outono

Esse uivar azul do outono
espanta o sono
nas frias madrugadas

alguém chora por um amor
envenenado
pelas cobras das palavras

o tordo-ferreiro canta
para iluminar
o céu nublado

e o céu espalha a sua luz
sobre o olhar desamparado
da criança abandonada.

Isabel Furini




sábado, 10 de abril de 2021

Tear das Parcas (poema de Isabel Furini)

 

Tear das Parcas

atualmente
no tear das Parcas
é Átropos quem se destaca
cortando os fios da vida
deixando as cidades amortecidas
e as pessoas chorando
perto da barca de Caronte

espero
que o próximo tecido das Parcas
multiplique sorrisos
diminua o pranto
e circunde a humanidade
com um manto de luz

Isabel Furini



 

quinta-feira, 8 de abril de 2021

Os poetas e a pandemia (Poema de Isabel Furini)

 

Queridos leitores amigos: Há alguns dias, uma poeta disse que não entendia como alguns poetas conseguiam escrever na pandemia. Ela achava que era falta de sensibilidade. Gente, não é falta de sensibilidade. Acreditem, todos estamos com medo, estamos em pânico. Por isso, precisamos da Poesia. Precisamos poetizar. Em um livro de Carlos Castaneda, Dom Juan, seu mestre, fala que os xamãs quando percebem a presença da morte, dançam. Física ou mentalmente, dançam. A morte não os encontra chorando, os encontra realizando uma dança guerreira. Nós somos poetas, que a morte nos encontre poetizando.

 

 

 

OS POETAS E A PANDEMIA

Pés descalços sobre a areia da vida
pula a emoção no poço da pandemia

o Xamanismo aconselha
diante da Morte dançar
dançar
dançar
dançar

nós somos poetas
que a Morte nos encontre poetizando
que possamos olhar a Senhora da gadanha
e falar: -por favor,
permita-me escrever mais um poema.

Isabel Furini



quinta-feira, 1 de abril de 2021

Ilusões (poema de Isabel Furini)

 

 ILUSÕES

Sobre ossadas de lembranças
crescem viçosas as flores

o poeta multiplica suas ilusões
pensando que as belas flores
tem um passado afortunado

o poeta não suspeita
que os sábios e as flores
erguem-se
sobre os dissabores
e se alimentam
dos ossos do passado.

Isabel Furini


 

Versos e amores (Poema de Isabel Furini)



Versos e amores

na ferrugem das horas
o poeta escala
o topo de uma montanha

do alto, ele assinala o vale
e lança versos e amores
os amores são triturados
pelos moinhos do tempo 

e os versos pousam no abismo
adquirem fragrâncias de flores
e navegam sem descanso
nas retinas dos leitores.


Isabel Furini


 



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