quinta-feira, 25 de junho de 2020

Sonho quase lúcido - Poema de Isabel Furini




Sonho quase lúcido

voavam - tinham asas irriquietas
com um desenho hexagonal
e com redes de borboletas
roubavam a ternura e o amor

peguei uma caneta e pensei:
- estou no mundo astral
vou continuar a sonhar
para escrever um poema

de repente, um telefonema...
lentamente abri os olhos
e sepultei o poema
no estranho mundo dos sonhos

Isabel Furini


terça-feira, 23 de junho de 2020

A tortura do amor (Poema de Isabel Furini)




A TORTURA DO AMOR
 

o ódio toca os sinos
e o amor não correspondido
transforma-se em verde tôxina
- envenena noite e dia

e o coração é roído
pelas traças da dor.

Isabel Furini


 



 







domingo, 21 de junho de 2020

O barco das lembranças - Poema de Isabel Furini


O barco das lembranças

esse vento infame empurra
as lembranças clandestinas
que dançam
sobre as pétalas das gardênias
sobre as borboletas
sobre as almas secas
sobre as águas do mar
sobre folhas mortas
e sobre as poças de urina

lembranças que salientam a culpa
e sufocam
e deixam gosto de toxinas na boca
e  a visão das ondas do ontem
batendo contra o porto do presente
e agitando a mente

Isabel Furini



sábado, 20 de junho de 2020

Pecado original (Poema de Isabel Furini)



Pecado original

O passado reflete
no espelho estilhaçado
cria nuvens de vertigens
e rosas de pecado
porque no passado
está a origem
da culpa e do remorso.

Isabel Furini
Arte digital de Isabel Furini

Barquinho de papel couché - Poema infantil de Isabel Furini



Na quarentena
me senti sozinho.

Não deu pra brincar
nem com o vizinho.

Me amigo João acenava
da enorme janela.

Enquanto brincava
com uma pequena baleia.

Eu fiz um barquinho
de papel couché.

Abri a torneira
e enchi a banheira.

Coloquei meu barco
para  navegar.

Eu imaginava
que estava no mar,

Enquanto o barquinho
navegava sem parar.

Isabel Furini



quinta-feira, 18 de junho de 2020

Cerne Filosófico (Poema de Isabel Furini)



CERNE FILOSÓFICO

somos só poeira
andando sobre a Terra
amanhã seremos
uma pegada
na areia ou no barro
um eco apagado

- humanos somos
seres tão pequenos
e tão soberbos!

Isabel Furini

terça-feira, 16 de junho de 2020

O jardineiro e a rosa (Poema de Isabel Furini)




Imagem gerada pela IA do Bing

O JARDINEIRO E A ROSA

O vento não apaga a voz do jardineiro.
Ele olha as rosas e grita:
- Voar é só para as aves
rosas devem ficar quietas no jardim do medo.

A rosa vermelha questiona:
- Mas, surgirão novos sonhos e novos voos!

E o jardineiro sente tristeza pois percebe
que o espelho da fascinação está roto.
O jardineiro pensa que aconteceu um terremoto
e seu poder foi quebrantado.

Enquanto as rosas sem medo da vertigem das palavras
enfrentam o jardineiro
e levantam majestouosos voos
rumo às Constelação do Unicónio.

Isabel Furini




sábado, 13 de junho de 2020

3 Concurso de Declamação Poetizar o Mundo




1) O Concurso de Declamação é regional: podem participar pessoas maiores de idade que morem em Curitiba ou região metropolitana ( se o participante indicar alguém que possa ser seu representante e possa receber e  entregar a Medalha, no caso de ganhar o primeiro lugar, pode morar em qualquer cidade do Brasil). Inscrições de 11 de junho à 10 de julho/2020.

2) A participação é GRATUITA.

3) Para participar é preciso publicar um vídeo declamando ou lendo um poema de autoria de Isabel Furini no grupo do Facebook: “3º Concurso de Declamação Poetizar o Mundo”. https://www.facebook.com/groups/3457921040899409/

4) Cada poeta só poderá publicar um vídeo em português ou espanhol.
5) O video será publicado no grupo "3º Concurso de Declamação Poetiza ro Mundo (on-line) – Declamação de poemas de Isabel Furini", de 11 de junho à 10 de julho/2020.

6) O resultado será publicado nesse  grupo até 25 de julho/2020.

 7) Ao postar o video enviar e-mail confirmando a inscrição para: isabelfurini@hotmail.com. Escrever nome real e nome artístico (se tiver), telefone, endereço e 3 linhas de currículo.

8) O poema declamado deve ser de autoria de Isabel Furini. Não serão aceitos vídeos com poemas de outros autores.

9) Jurado o poeta trovador José Feldman, o ator e diretor Marco Antonio Garbellini, e a poeta Leny Mel.

10) O ganhador receberá Certificado online no mês de julho/2020. Só receberá a Medalha,  "Melhor declamador/a 2020" - do Projeto Poetizar o Mundo, em evento cultural de 2021. Fica a critério dos jurados escolher 2º e 3º lugar que só receberão o Certificado pelo e-mail.

ESCLARECIMENTO: Os poemas estão no blog Literatura de Isabel Furini - http://isabelfurini.blogspot.com/


sexta-feira, 12 de junho de 2020

Antigo Amor (Poema de Isabel Furini)




Antigo Amor

ferozes lembranças
fogem
das cavernas da noite
e açoitam a mente

nos dias amargurados
destruímos as pontes
e cem mil arqueiros
cinzelam imagens de morte

um antigo amor
lança sua luz de vaga-lume
tentando iluminar a noite


Isabel Furini





quinta-feira, 11 de junho de 2020

Os fantasminhas (Poema infantil de Isabel Furini)



OS FANTASMINHAS


Os fantasminhas se divertiam,
Eles gostavam de voar
Sobre o velho teto
De uma casa assombrada.

Eles moravam no porão
Com outros velhos fantasmas
Que não gostavam de rir
Nem passeavam pelo jardim.

O zumbi falou com eles,
Nesse bonito jardim.
E solicitou: - Fantasminhas
participem da festa do Halloween.

Na festa do Halloween
os fantasmas dançaram maracatu.
E a dança foi tão bonita,
que até o urubu aplaudiu.

Isabel Furini
Acadêmica da AVIPAF -
Cadeira 1 (Patrono Amado Nervo)


Esse poema foi publicado no blog "Falando de Literatura" do Bonde, em 22/10/2019


Fotografia de Isabel Furini - Califórnia, USA

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Poemas AMOR: De novela e amor - por Isabel Furini


DE NOVELA

é um amor de novela
agitado pelo vento

sob a bruma e sob a Lua
o forte vento arremete
contra o músculo cardíaco
com imagens de deleite

pois o amor é invisível
mas fere como estilete.

Isabel Furini





*



AMOR

o amor geometriza o espaço emocional

o Sol dilacera as sombras
e as flores alagam as janelas da alma
e com seu perfume reconstroem a vida

Isabel Furini



terça-feira, 2 de junho de 2020

Além do ódio (Poema de Isabel Furini)





ALÉM DO ÓDIO

rios de ódio
com odores de polvora
e de podridão
(suas margens são de lágrimas e de aflição)


chega a hora do Angelus
e do perdão
no ar expande-se uma oração
"Ave, Maria, cheia de graça..."

Isabel Furini
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