sábado, 23 de janeiro de 2016

Poesia é passatempo? - Poema de Isabel Furini

Uma amiga falou: “A Poesia é meu passatempo”

Poesia não é passatempo
não!

Poesia é paixão doentia
foi o pecado da minha juventude
é o vício oculto de minhas noites e de meus dias

Poesia é grito da alma 
toxina de antigos alfabetos
que ecoa no mundo das palavras
Poesia é a voz da vida
(multifacetada)
e revela uma passagem para o infinito

Poesia é como um Sol 
refletido no oceano dos versos
e extasiado na autocontemplação

Isabel Furini

Arte Digital de Carlos Zemek





quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

NAMORO PELA INTERNET - Conto de Isabel Furini



Entrou na internet, ficou fascinada pelas redes sociais. Fazer amigos em todos os lugares do mundo. A época de globalização exige isto – dinamismo, contatos, novos horizontes. Até casamento. Estava tão entusiasmada!


Trocou mensagens com um rapaz tão simpático. Ele perguntou se ela era linda daquele jeito ou se a foto era photoshop. E ela se sentiu a mulher mais linda do mundo. Foi honesta, a foto era verdadeira.

Falando e falando... Ele disse que queria conhecê-la, mas lamentavelmente ele trabalhava numa empresa do governo de Portugal e tinha um cargo importante. Não podia falar sobre isso. Mas, se ela pudesse ir até a cidade de Lisboa, ele poderia arranjar algum tempo livre para levá-la aos melhores lugares. A moça achou a proposta interessante, mas... Ele insistiu. Insistiu. Ela decidiu que viajaria no Carnaval.

Ele disse que conhecia uma empresa de turismo muito boa em Curitiba. Amigos de amigos. De confiança. Fabíola se deixou convencer. Foi até a agência de viagem que o José Joaquim indicou e realmente foi muito bem recebida. Comprou pacote incluindo passagem área ida e volta e hotel.

– Podemos incluir alguns tours para que conheça a cidade.

– Não preciso! Um rapaz que mora lá vai me acompanhar. Talvez comecemos um namoro.

A funcionária sorriu.

Fabíola viajou. A viagem foi ótima, o hotel maravilhoso, mas o rapaz não deu sinal de vida. Nos três primeiros dias, ficou no hotel esperando uma ligação. Não aconteceu. Ela ligou para o número que ele lhe dera, mas ninguém atendeu.

Estava deprimida, pensando que algo ruim devia ter acontecido a esse maravilhoso rapaz. Algo muito ruim para ele não vir até o hotel, nem ligar, nem responder e-mails, nem fazer contato pela internet.

A recepcionista a viu tão desiludida, tão triste, que sentiu pena dela:

– Você é jovem, divirta-se. Tem outras pessoas no mundo.
– Mas eu vim aqui por ele, pelo José Joaquim.
– Minha querida... – disse por fim a recepcionista. - você não é a única. Esse rapaz nem mora em Portugal. Ele mora no Brasil mesmo e usa nome falso na internet. Na realidade ele ganha a vida desse jeito. Recebe comissão das passagens que consegue vender.

Fabíola terminou anotando alguns Tours para conhecer a cidade e falar com outras pessoas, e conseguiu mesmo um namorado! Está noivando e com data marcada para o casamento.

– Afinal aquele canalha me trouxe sorte! – escreveu no seu blog.

Isabel Furini é escritora e palestrante.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Poemas de Isabel Furini na Revista Palavra Comum de Galícia, Espanha

Três poemas de minha autoria, dedicados aos trabalhos do artista plástico e escultor José Antonio de Lima, foram publicados na Reista Palavra Comum de Galícia, Espanha.  Os quadros de José Antonio de Lima servem de ilustração aos poemas - pois foram inspirados nesses trabalhos do artista.

Essa revista pode ser lida na internet:

http://palavracomum.com/2016/01/18/tres-poemas-ineditos-da-escritora-brasileira-isabel-furini/http://palavracomum.com/2016/01/18/tres-poemas-ineditos-da-escritora-brasileira-isabel-furini/


sábado, 16 de janeiro de 2016

Poema Gestação Poética 2 (por Isabel Furini)

GESTAÇÃO POÉTICA
gesta-se o poema
no vulcão da solidão
- ventre do nada
nasce em tempestades de emoções
com roupagem de palavras

Isabel Furini

domingo, 10 de janeiro de 2016

Poemas sobre Poetas - por Isabel Furini






O POETA

Sonha com poemas
e acorda na noite,
escrevendo com os dedos
versos no ar.

Adora
navegar sobre ondas de folhas em branco,
velejar nos cadernos novos,
pular sobre areias de palavras,
correr na praia procurando o Verbo.


Livros, cadernos, papéis e mais papéis...

Continua a lutar com ondas indomáveis,
organiza os termos,
mas só ancora no oceano dos sentimentos.

Nesse instante,
o poeta compreende o poder do caos primordial.

Isabel Furini




“O Poeta” conquistou 1º lugar no Concurso de Poesia de São José dos Pinhais, PR, em 2002. Escolhido para o Projeto Leitura no Metro de Belo Horizonte (MG) parceria entre o Programa da A tela e o texto da UFMG e a CBTU - Companhia Brasileira de Trens Urbanos.



A MAGIA DO POETA

Serpenteiam os versos de Quintana...
Caravanas de Poemas batem à porta do poeta,
tangem liras,cata-ventos...
lâmpadas dilaceram a escuridão dos pensamentos. 


Espelho mágico reflete o aprendiz de feiticeiro.
Versos, infinitos versos acenam,
entoam canções.


O poeta dança, dança...
Sombras começam a rir na escuridão.
Os versos flutuam ao luar
e desenham diadema de diamantes
na testa do poeta.


Poeta? Epigramático?
Dono de infinitos roteiros de mármore e obsidiana.
Serpenteiam os versos de Quintana!..

Esse poema recebeu Menção Especial do Concurso Mário Quintana de Friburgo, RJ. 2006. Os trabalhos de Isabel Furini também receberam o Prêmio Missões de Poesia Internacional de Roque González, RS, em 2005.

Postado por Isabel Furini às 07:19






BORGES, O POETA CEGO


Áspera voz. Voz de pássaro cego,
crepuscular som do vento entre as folhas
das árvores oníricas.


Seus versos galopam na escuridão.
Cegado de paixão pela literatura,
louco de paixão e de poesia,
poesia nascidas da insônia,
da nefasta escuridão sem pranto,
das sombras da vida.

Taciturno o coração
petrificado nas dores das retinas mudas,
na solidão,
nas páginas dos livros e nesses clandestinos
retratos empoeirados
de sonhos e de olvido.

Isabel Furini

Isabel Furini é escritora e poeta - Contato: isabelfurini@hotmail.com
















Minha vida: DO SORVETE À FILOSOFIA (Poema de Isabel Furini)

Quando nasci pensei que a vida era um sorvete,
mas em pouco tempo
vi que o sorvete – derrete.

Na juventude pensei que a vida
era um buquê de flores,
mas logo percebi: as flores murcham.

Já adulta pensei que a vida
era uma sinfonia,
mas chega o último acorde algum dia.

Aos 60 anos pensei que havia aprendido
e vi a vida como um garrafa de vinho,
logo percebi: o vinho azeda.

Neste inicio de ano enxerguei a vida
como um rio
e voltei à Filosofia de Heráclito.

Acompanharam-me durante minha vida
duas grandes amigas:
A Poesia e a Filosofia.

Isabel Furini é escritora e poeta.

"Heraclitus" por Johan Moreelse 

sábado, 9 de janeiro de 2016

O Caranguejo Rockeiro (Conto infantil de Isabel Furini)




Rafaelguejo e Rosanguejo eram um casal de caranguejos que vivia à beira mar, na praia de Matinhos, perto da casa de praia da avó Roberta. Eles tinham três filhos: Zecaguejo, Chiqueguejo e Alberguejo.

Alberguejo, o caçula da família, era o mais terrível dos três, sempre fazendo brincadeiras, importunava os vizinhos. Ele era muito mal visto na comunidade dos caranguejos porque gostava de jogar areia na casa dos outros. Costumava gritar "Fogo, fogo!" enquanto todo mundo almoçava e de cantar rock no horário em que todos estavam dormindo.


- Vai ter que dar um jeito nesse menino – disse um dia um vizinho – eu não consigo dormir.
– Ele gosta de brincar e cantar... Ainda é muito novo – falou a mãe.
– Quem quer morar nesta praia tem de respeitar o direito dos outros, como disse o prefeito Joãoguejo, bons cidadãos respeitam o sono dos outros.
– É muito novo, ele vai aprender – repetia a mãe

Em um dia de verão, o pai foi dormir depois do almoço e pediu para Alberguejo ficar na casa, pois tinha muitos turistas na praia. Alberguejo não obedeceu e enquanto estava pulando daqui para lá na areia, dois meninos, Ricardo e Florêncio, correram atrás dele. Florêncio colocou o pé e cobriu a entrada da casa de Alberguejo. O pequeno caranguejo ficou desesperado. Seu pai escutou ruídos e saiu por um corredor secreto que tinha na casa, com uma pequena porta perto de um tronco de árvore. Ao ver seu filho em perigo, foi socorrê-lo.

Seu pai escutou ruídos e saiu por um corredor secreto que tinha na casa, com uma pequena porta perto de um tronco de árvore...
Seu pai escutou ruídos e saiu por um corredor secreto que tinha na casa, com uma pequena porta perto de um tronco de árvore...


– Olha que grande esse! Vamos pegá-lo! – gritou Ricardo. Florêncio, rapidamente, aprisionou Rafaelguejo dentro de um grande frasco de vidro.

Rafaelguejo estava confuso, podia ver a praia, mas não conseguia sair – É meu fim, pensou, nunca mais voltarei a correr pela areia...

– Pobre papai. E tudo por minha culpa – chorava Alberguejo escondendo-se na sua casinha, muito assustado.

Nesse momento as crianças começaram a brigar.
– O caranguejo é meu – disse Florêncio.
– Não, ele é meu – gritou Ricardo – eu o vi primeiro.
– Mas fui eu quem o pegou – gritou Florêncio.

Assim brigando pela possessão do frasco, o vidro rolou contra uma rocha. Rafaelguejo sentiu uma explosão, e de repente... a liberdade. Começou a correr e, como era muito esperto, escondeu-se entre as rochas. Ele viu os meninos procurando-o, mas não saiu de seu esconderijo.

O pai das crianças aproximou-se e quando soube do acontecido disse:

– Viram? Vocês brigam demais, não sabem cooperar e perderam o caranguejo.

Agora deixem esses bichos em paz e vão brincar na água.
Naquela noite todos os caranguejos reunidos entre as rochas escutaram
Rafaelguejo contar sua terrível aventura.
– Fujam sempre dos vidros! – exclamou Rafaelguejo – são perigosos.

Alberguejo, chorando, pediu perdão ao pai – Foi minha culpa, pai. Você poderia ficar prisioneiro ou ser morto porque eu não obedeci ao senhor. Desculpe, pai.

– Ele é um safado! – gritou uma vizinha – não me deixa dormir.

– E joga areia na casa dos outros – apoiou-a outra vizinha.

– Ele coloca em risco toda a comunidade dos caranguejos! – gritou alguém subindo no alto de uma rocha.

A vizinhança toda reclamava. Alberguejo sentiu que o bairro não gostava dele e ficou muito triste. Seu pai falou:

– Alberguejo, eles só reclamam de sua falta de sensibilidade para com a necessidade dos outros. Você pode se divertir, mas eles precisam dormir. Sua diversão não pode atrapalhar a vida dos outros

Alberguejo começou a pensar nas palavras do pai e foi mudando de comportamento.

Chegou a época de Alberguejo trocar sua casca por uma nova e maior. Um dia a casca rachou pelos lados, Alberguejo conseguiu sair colocando primeiro as pernas para fora. Então decidiu que já havia chegado o momento de conhecer o mundo. Deitado na areia cruzou suas dez pernas em sinal de preocupação.

Sua mãe aproximou-se:

– O que aconteceu, filho?
– Eu já estou crescido e sonho ser um cantor de rock. Vou deixar esta praia, viajar e conhecer o mundo.

A mãe chorou muito, mas o pai disse que Alberguejo já estava crescido e tinha o direito de tomar as próprias decisões.

– Respeite os outros e evitará problemas – disse o pai para Alberguejo.

Alberguejo se uniu a uma banda de rock e foram à Praia da Diversão para tocar música. Lá ninguém reclamava dele, pois Alberguejo aprendeu que tudo tem seu momento e seu lugar.

– Vai ter que dar um jeito nesse menino – disse um dia um vizinho – eu não consigo dormir.
– Ele gosta de brincar e cantar... Ainda é muito novo – falou a mãe.
– Quem quer morar nesta praia tem de respeitar o direito dos outros, como disse o prefeito Joãoguejo, bons cidadãos respeitam o sono dos outros.
– É muito novo, ele vai aprender – repetia a mãe

Em um dia de verão, o pai foi dormir depois do almoço e pediu para Alberguejo ficar na casa, pois tinha muitos turistas na praia. Alberguejo não obedeceu e enquanto estava pulando daqui para lá na areia, dois meninos, Ricardo e Florêncio, correram atrás dele. Florêncio colocou o pé e cobriu a entrada da casa de Alberguejo. O pequeno caranguejo ficou desesperado. Seu pai escutou ruídos e saiu por um corredor secreto que tinha na casa. A porta estava perto de um tronco de árvore. Rafaelguejo ao ver seu filho em perigo, foi socorrê-lo.

– Olha que grande esse! Vamos pegá-lo! – gritou Ricardo. Florêncio, rapidamente, aprisionou Rafaelguejo dentro de um grande frasco de vidro.

Rafaelguejo estava confuso, podia ver a praia, mas não conseguia sair – É meu fim, pensou, nunca mais voltarei a correr pela areia...

– Pobre papai. E tudo por minha culpa – chorava Alberguejo escondendo-se na sua casinha, muito assustado.

Nesse momento as crianças começaram a brigar.
– O caranguejo é meu – disse Florêncio.
– Não, ele é meu – gritou Ricardo – eu o vi primeiro.
– Mas fui eu quem o pegou – gritou Florêncio.

Assim brigando pela possessão do frasco, o vidro rolou contra uma rocha. Rafaelguejo sentiu uma explosão, e de repente... a liberdade. Começou a correr e, como era muito esperto, escondeu-se entre as rochas. Ele viu os meninos procurando-o, mas não saiu de seu esconderijo.

O pai das crianças aproximou-se e quando soube do acontecido disse:

– Viram? Vocês brigam demais, não sabem cooperar e perderam o caranguejo.

Agora deixem esses bichos em paz e vão brincar na água.
Naquela noite todos os caranguejos reunidos entre as rochas escutaram
Rafaelguejo contar sua terrível aventura.
– Fujam sempre dos vidros! – exclamou Rafaelguejo – são perigosos.




Alberguejo, chorando, pediu perdão ao pai – Foi minha culpa, pai. Você poderia ficar prisioneiro ou ser morto porque eu não obedeci ao senhor. Desculpe, pai.

– Ele é um safado! – gritou uma vizinha – não me deixa dormir.

– E joga areia na casa dos outros – apoiou-a outra vizinha.

– Ele coloca em risco toda a comunidade dos caranguejos! – gritou alguém subindo no alto de uma rocha.

A vizinhança toda reclamava. Alberguejo sentiu que o bairro não gostava dele e ficou muito triste. Seu pai falou:

– Alberguejo, eles só reclamam de sua falta de sensibilidade para com a necessidade dos outros. Você pode se divertir, mas eles precisam dormir. Sua diversão não pode atrapalhar a vida dos outros

Alberguejo começou a pensar nas palavras do pai e foi mudando de comportamento.

Chegou a época de Alberguejo trocar sua casca por uma nova e maior. Um dia a casca rachou pelos lados, Alberguejo conseguiu sair colocando primeiro as pernas para fora. Então decidiu que já havia chegado o momento de conhecer o mundo. Deitado na areia cruzou suas dez pernas em sinal de preocupação.

Sua mãe aproximou-se:

– O que aconteceu, filho?
– Eu já estou crescido e sonho ser um cantor de rock. Vou deixar esta praia, viajar e conhecer o mundo.


A mãe chorou muito, mas o pai disse que Alberguejo já estava crescido e tinha o direito de tomar as próprias decisões.

– Respeite os outros e evitará problemas – disse o pai para Alberguejo.

Alberguejo se uniu a uma banda de rock e foram à Praia da Diversão para tocar música. Lá ninguém reclamava dele, pois Alberguejo aprendeu que tudo tem seu momento e seu lugar.



sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Isabel Furini e Neyd Montingelli serão homenageadas no Rio de Janeiro

No mês de abril/2016, Neyd Montingelli e eu, Isabel Furini, seremos homenageadas entre outros embaixadores da Embaixada da Poesia na cidade de Cândido de Abreu, no Rio de Janeiro.

No evento serão homenageados como Personalidade 2015, Filipe Larsen e Lisete Larsen, de Portugal.

Agradecemos à Embaixadora da Poesia, a poeta Márcia Kanitz pela homenagem. Márcia Kanitz é uma pessoa dedicada aos livros, à poesia e a cultura. Parabenizamos pelo belo trabalho de incentivar os poetas, escritores e artistas.






quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

O Castelo de Pedrinho - Poema infantil de Isabel Furini

Um lindo castelo vermelho
Pedrinho desenha com hidrocor.
Desenha a grama com outra cor,
e logo as brancas flores de algodão.

O lindo papel desenhado
parece que está bordado
e até o céu está tingido
com um Sol muito dourado.

Isabel Furini

Isabel Furini é escritora e poeta.
Contato: isabelfurini@hotmail.com

O Barquinho Viajante - Poema Infantil de Isabel Furini

O barco vai zarpar
para terras estranhas.
O barco vai navegar.
Buuuuu Buuuuu!

O barco vai navegar
por mares e oceanos,
ficará viajando... viajando...
Buuuuu.  Buuuuu!




O barco se vai... se vai...
para países longínquos.
O barco vai viajar.
O barco vai cantando.
Buuuu Buuuuu!


O barco vai viajar
em constante bamboleio,
entre o céu e o mar,
entre o mar e o céu.
Buuuuu Buuuuu!

Isabel Furini


Isabel Furini é autora da coleção "Corujinha e os filósofos" da editora Bolsa Nacional do Livro, Curitiba.
Contato com a autora: isabelfurini@hotmail.com

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Oração do Ano Novo de Michelle Zanin

Arcanjo Rafael - Fotografia de Isabel Furini
Amado Deus:

Neste ano que se inicia nos de ventura

Concórdia
Disposição
Unidade
Fraternidade

Faz com que sejamos íntegros
Livra-nos de toda nossa deficiência
Afaste de nós tudo o que não é de seu agrado.
De forças para que possamos enfrentar o que está por vir.
Faça com que tenhamos glórias em nossos corações.
Demonstre que podemos viver em equilíbrio com os demais.
Faça com que enxerguemos nossos inexatidões
Faça-nos melhores.
Traga para perto de nós o seu doce e amável Espírito Santo.
Encha nossos corações de bons sentimentos.
Nos de capacidade de conseguir entender suas palavras.
Querido Deus, nunca nos desampare, não se esqueça de nós.
Somos imperfeitos,temos muitos defeitos, ferimos, magoamos, matamos os seres mais frágeis e até nossos semelhantes.
Deixamos muitas vezes o senhor de lado em nossas vidas, mas bem no fundo em nosso íntimo há uma vontade de mudar.
Queremos tornar a terra um lugar melhor e nos aproximar de você, mas muitas vezes nos desviamos de seu caminho por causa dos obstáculos.
Por favor, não deixe de nos amar.
Passe-nos sempre serenidade para que consigamos evoluir.
Nunca nos abandone, pois necessitamos de ti.
Estes são os sinceros votos de uma humanidade pensante e errante que sempre será carente de ti e de tua palavra, mas infelizmente gosta de parecer ingrata.

Amém.

Autoria: Michelle Zanin

Michelle Zanin é Escritora, Jornalista e Estudante de Política Conservadora Unesp.

COMO ESCREVER LIVROS DE CONTOS E DE CRÔNICAS?


Recebi um e-mail de um leitor que deseja escrever um livro, mas não consegue definir se seus textos são contos ou crônicas. Nada de estranho com isso, pois na atualidade diferenciar um conto de uma crônica é uma tarefa difícil.

Não é raro confundir os dois gêneros. Isso acontece muito e provoca longos debates em concursos literários. Porque enquanto alguns consideram que a crônica deve ser simples, tão simples, que qualquer elemento enriquecedor tira a sua característica de crônica, outros acham que a crônica é um gênero oceânico, permite qualquer tipo de abordagem.

Mas afinal quais são as características de um bom conto? O conto, como qualquer texto ficcional, cria um universo paralelo. E esse universo deve ser plausível. Alguns dizem que um bom conto é aquele que o leitor lê sem parar, quase sem respirar. Um conto precisa de uma narrativa intensa, de tensão. Tudo se encaminha para o desfecho, o escritor não tem tempo de tratar de assuntos laterais. O conto é curto e condensado.

Em “O Livro do Escritor” (editora Instituto Memória, 2009), ao analisar os contos, falei: Escrever contos é uma boa opção para iniciantes. O trabalho conclui-se mais rápido. A ansiedade termina em pouco tempo. Isso pode criar a falsa ideia de que escrever um conto é uma tarefa menor: talvez insignificante. Critério errado. A estrutura do conto não é mais simples do que a do romance. É diferente. Escrever um bom conto é difícil.

E a crônica? Já foi considerada um gênero híbrido por flutuar entre a literatura e o jornalismo. A crônica tem pontos em comum com o conto. As duas são narrativas curtas. Além disso, a crônica também admite personagens, o que a torna muito semelhante ao conto.

Então, quais são as diferenças? Enquanto o conto admite enredos infinitos, a crônica focaliza assuntos cotidianos. O conto admite vários incidentes. A crônica, só um incidente. A característica marcante da crônica é o ponto de vista, a opinião, o comentário, elementos que podem prejudicar um bom conto.

Desse modo, podemos concluir que conto e crônica não são gêmeos univitelinos. E o que exigem do escritor? O conto exige unidade, além de criatividade. Já a crônica exige o poder de observação. O cronista é bom observador e um bom ouvinte. Ele escuta frases, fragmentos de conversas na rua, na fila de banco, no restaurante. Como falou Rubem Braga, o cronista olha o mundo com os olhos de um poeta ou de um bêbado.

Uma característica: os dois gêneros parecem fáceis de trabalhar. Como são gêneros rápidos, dão a falsa impressão de que é só sentar ao computador e é possível escrever crônicas e contos excelentes. Mas não é assim. Esses estilos requerem análise microscópica. É preciso, depois de escrever, trabalhar cada parágrafo, cada frase.

Como fala o aforismo: a crítica é fácil, a arte é difícil.


Isabel Furini é escritora e poeta.

Simplesmente sentindo - poema de José Feldman

Quando sentir o vento tocar seus ouvidos,
sou eu
sussurrando o meu amor por você.

Quando sentir as gotas da chuva sobre seu rosto,
são as minhas lágrimas
que te encharcam com meu amor.

Quando sentir o calor de um dia de verão,
é o meu corpo
te abraçando e
te dando o calor de meu coração.

Quando olhar pela janela de seu quarto e vir as estrelas piscando,
são meus olhos
que piscam aos milhares
as palavras
"Eu te amo!"

Quando passear pelo parque e vir uma árvore,
abrace-a e feche os olhos,
estará abraçando a mim,
meu corpo, meu coração
junto a si.

E se olhar para o alto desta árvore
ouça o farfalhar das folhas
É minha voz dizendo:
Eu sou teu para todo o sempre,
Volta para mim!

José Feldman




José Feldman é poeta e escritor, é Consul municipal dos Poetas del Mundo. Em novembro de 2008, a convite do escritor Sorocabano Douglas Lara, passou a ser membro da ONE (Ordem Nacional dos Escritores). Em março de 2009 foi indicado para Cadeira Vitalícia na Academia de Letras do Brasil, pelo presidente da mesma, Dr. Mário Carabajal, tomando posse em 12 de agosto de 2009, na cidade de Piracicaba/SP, recebendo também o diploma de Doutor Honoris Causa e sendo nomeado presidente da ALB/Paraná. É tambem membro do Conselho de Érica da ALB.

PALAVRÃO (Poema de Isabel Furini)

Puta pariu! Gritei – e minha amiga chorou.
Eu tinha seis anos
e não sabia o que significava.

Meu pai chegou com o cinto da (in)justiça.
Por que ofendeu a mãe de sua amiga?
E bateu o chicote contra a parede.

Ofender uma mãe sem dizer a palavra mãe?
Pensei eu - estranha magia.

Eu nasci numa época mágica:
as crianças não germinavam no ventre materno,
as crianças chegavam voando - as cegonhas traziam os bebês.

Época ruim! Os irmãozinhos vinham voando e as palavras
se aprendiam a chicotadas.

Esse dia descobri um mundo paralelo: o mundo das palavras.
Desde então minha vida é um discurso sem silêncio.
Em sonhos meu pai ainda fustiga contra a parede
o cinto (des)educativo
e eu fico muda de terror.

Estudei e ensinei oratória - nas aulas sonhava salvar inocentes
do chicote de algum ignorante poderoso,
desses que gostam de abater os outros - impiedosamente.

Palavras nunca são inocentes, são arpões
que derrubam crianças.

Palavras, peças de artilharia letal para dilacerar vidas.

Palavras, barcos que navegam 
no oceano dos sentimentos.

Palavras, perigosas armas,
embriões de futuros acontecimentos.

Ah! A tirania das palavras...

Isabel Furini é escritora e poeta.
Fotografia e edição de Isabel Furini

O Patinho Constantino e a Patinha Anacleta

O patinho Constantino
colocou uma linda sineta
no guidão de sua bicicleta.

A patinha Anacleta
Ilustração de Marco Teixeira

que era muito brincalhona
colocou uma trombeta
no guidão de sua bicicleta.

Os dois eram muito amigos
e brincavam
e cantavam
e dançavam
perto de um campo de trigo.

Brincaram muito no domingo.
eles perderam a janta e ficaram de castigo.

Poema de Isabel Furini - poeta e escritora autora do livro
O Grande Poeta, da Matrix Editora.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

A Janela e o tempo (poema de Van Zimerman e obra de Carlos Zemek)

A JANELA E O TEMPO

Obra de Carlos Zemek
Na janela, as marcas do tempo
Deslizam em imagens e sonhos...

O Passado e o presente mesclam-se
Às cores incandescentes do pôr do sol,
E o futuro misterioso permanece na tela,
Meditando...

Enquanto os pássaros voam
Feito rimas ao vento...


Van Zimerman

Van Zimerman é poeta, contista e cronista, forma em Letras de la Faculdade Machado de Assis, e autora do livro "Poemas&Imagenes" da editora Instituto Memória.

Obra de Carlos Zemek

Obra de Carlos Zemek que participa da mostra de Arte Postal em Comodoro Rivadávia, Patagônia, Argentina.
Carlos Zemek é artista plástico e curador, já realizou exposições no Brasil, em Buenos Aires (Argentina), Patagônia (Argentina), em Lisboa (Portugal) e em Coimbra (Portugal)

Ante la Ley - cuento de Franz Kafka

Ante la Ley hay un guardián. Hasta ese guardián llega un campesino y le ruega que le permita entrar a la Ley. Pero el guardián responde que en ese momento no le puede franquear el acceso. El hombre reflexiona y luego pregunta si es que podrá entrar más tarde.

—Es posible —dice el guardián—, pero ahora, no.

Las puertas de la Ley están abiertas, como siempre, y el guardián se ha hecho a un lado, de modo que el hombre se inclina para atisbar el interior. Cuando el guardián lo advierte, ríe y dice:

—Si tanto te atrae, intenta entrar a pesar de mi prohibición. Pero recuerda esto: yo soy poderoso.

Y yo soy sólo el último de los guardianes. De sala en sala irás encontrando guardianes cada vez más
poderosos. Ni siquiera yo puedo soportar la sola vista del tercero.

El campesino no había previsto semejantes dificultades. Después de todo, la Ley debería ser
accesible a todos y en todo momento, piensa. Pero cuando mira con más detenimiento al guardián, con su largo abrigo de pieles, su gran nariz puntiaguda, la larga y negra barba de tártaro, se decide a esperar hasta que él le conceda el permiso para entrar. El guardián le da un banquillo y le permite sentarse al lado de la puerta. Allí permanece el hombre días y años. Muchas veces intenta entrar e importuna al guardián con sus ruegos. El guardián le formula, con frecuencia, pequeños interrogatorios. Le pregunta acerca de su terruño y de muchas otras cosas; pero son preguntas indiferentes, como las de los grandes señores, y al final le repite siempre que aún no lo puede dejar entrar. El hombre, que estaba bien provisto para el viaje, invierte todo —hasta lo más valioso— en sobornar al guardián. Este acepta todo, pero siempre repite lo mismo:

—Lo acepto para que no creas que has omitido algún esfuerzo.

Durante todos esos años, el hombre observa ininterrumpidamente al guardián. Olvida a todos los
demás guardianes y aquél le parece ser el único obstáculo que se opone a su acceso a la Ley. Durante
los primeros años maldice su suerte en voz alta, sin reparar en nada; cuando envejece, ya sólo murmura como para sí. Se vuelve pueril, y como en esos años que ha consagrado al estudio del guardián ha llegado a conocer hasta las pulgas de su cuello de pieles, también suplica a las pulgas que lo ayuden a persuadir al guardián. Finalmente su vista se debilita y ya no sabe si en la realidad está oscureciendo a su alrededor o si lo engañan los ojos. Pero en aquellas penumbras descubre un resplandor inextinguible que emerge de las puertas de la Ley. Ya no le resta mucha vida. Antes de morir resume todas las experiencias de aquellos años en una pregunta, que nunca había formulado al guardián. Le hace una seña para que se aproxime, pues su cuerpo rígido ya no le permite incorporarse.

El guardián se ve obligado a inclinarse mucho, porque las diferencias de estatura se han
acentuado señaladamente con el tiempo, en desmedro del campesino.

—¿Qué quieres saber ahora? –pregunta el guardián—. Eres insaciable.

—Todos buscan la Ley –dice el hombre—. ¿Y cómo es que en todos los años que llevo aquí,
nadie más que yo ha solicitado permiso para llegar a ella?

El guardián comprende que el hombre está a punto de expirar y le grita, para que sus oídos
debilitados perciban las palabras.

—Nadie más podía entrar por aquí, porque esta entrada estaba destinada a ti solamente. Ahora la
cerraré.

FRANZ KAFKA






Franz Kafka (1883-1924) fué un escritor de origen judaica nacido en Praga y que escribió sus libros en alemán. Entre sus libros más famosos están: La Metamorfosis, El Castillo, El Proceso. También escribió cuentos cortos. Su obra está repleta de símbolos y arquetipos e influenció la literatura mundial.






(Fuente: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=28982)
Essa y otras obras de Kafka pueden ser leídas gratuitamente en el site Domínio Público.

CANÇÃO DO DEUS OSIRIS (Poema de Isabel Furini)

CANÇÃO DO DEUS OSIRIS

eu sou o senhor do éter
eu dou força à formiga
e à semente

sou semelhante a uma ponte
capaz de unir
ambas margens separadas pelo rio
e de entrelaçar a vida e a morte

eu permito
Osiris - deus egípcio.
o fluir das águas do rio
e o movimento dos cardumes
sou senhor da plenitude
e sou senhor do vazio

eu sou o senhor da luz
e do submundo sombrio
eu sou o juiz do além
eu sou o ser e o não ser
eu sou o rei do mundo do além

Isabel Furini





Esclarecimento:

Na Mitologia egípcia Osiris, deus do Baixo Egito, era filho de Nut e de Geb, esposo de Isis e pai de Hórus. Osiris era um deus do além, ele julgava as almas dos mortos.


sábado, 2 de janeiro de 2016

Crítica Poética (Poema de humor de Isabel Furini)

CRÍTICA POÉTICA

                                    
o poeta é criticado
e cai em um abismo
Fotografia de Isabel Furini
ele acha que é cinismo
criticar seu romantismo
mas o crítico continua:

- nesses novos poemas
falta ritmo sobram rimas
falta ou sobra melodia
esse verbo já foi usado

essa métrica está errada
isso é soneto ou piada?
esse haicai sem imagem
mostra que é pobre a bagagem
essa trova é a prova
de que não sabe rimar -


a poesia é um mar
de conceitos e estruturas
onde cresce a amargura
pois o poeta percebe
que versejar não é aventura

é uma chatice a clausura
do poema em regras rígidas
parece uma ditadura
e se o poeta tem bravura
fecha os olhos e continua

ele compreende o dilema
e caminhando pela rua
já resignado murmura:
para alguns o poema é estrutura
mas para mim é aventura!

o poeta escolheu a sua senda
porque entendeu que a contenda
não é caminho solidário
e que em qualquer cenário
existirá oposição

por isso é necessário
como um herói legendário
para escolher o caminho
escutar o coração.



Isabel Furini és escritora e poeta - contato: isabelfurini@hotmail.com


sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Antologia "Voces celestiales" - organização de Alfred Asis

Sinto-me honrada de ver três poemas de minha autoria selecionados em Isla Negra, Chile, para o livro digital "Voces Celestiales", do poeta Alfred Asis.

Só posso agradecer ao poeta Alfred Asis, cujo trabalho em homenagem à poetas e artistas permite que o trabalho de muitos autores seja conhecido também em Chile e outros países.

O livro está na internet e pode ser acessado gratuitamente:

http://www.ciberexplora.cl/VOCES_CELESTIALES.pdf




AS FLORES (Poemas de Isabel Furini)





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