o poeta é criticado
e cai em um abismo
criticar seu romantismo
mas o crítico continua:- nesses novos poemas
falta ritmo sobram rimas
falta ou sobra melodia
esse verbo já foi usado
essa métrica está errada
isso é soneto ou piada?
esse haicai sem imagem
mostra que é pobre a bagagem
essa trova é a prova
de que não sabe rimar -
a poesia é um mar
de conceitos e estruturas
onde cresce a amargura
pois o poeta percebe
que versejar não é aventura
é uma chatice a clausura
do poema em regras rígidas
parece uma ditadura
e se o poeta tem bravura
fecha os olhos e continua
ele compreende o dilema
e caminhando pela rua
já resignado murmura:
para alguns o poema é estrutura
mas para mim é aventura!
o poeta escolheu a sua senda
porque entendeu que a contenda
não é caminho solidário
e que em qualquer cenário
existirá oposição
por isso é necessário
como um herói legendário
para escolher o caminho
escutar o coração.
falta ou sobra melodia
esse verbo já foi usado
essa métrica está errada
isso é soneto ou piada?
esse haicai sem imagem
mostra que é pobre a bagagem
essa trova é a prova
de que não sabe rimar -
a poesia é um mar
de conceitos e estruturas
onde cresce a amargura
pois o poeta percebe
que versejar não é aventura
é uma chatice a clausura
do poema em regras rígidas
parece uma ditadura
e se o poeta tem bravura
fecha os olhos e continua
ele compreende o dilema
e caminhando pela rua
já resignado murmura:
para alguns o poema é estrutura
mas para mim é aventura!
o poeta escolheu a sua senda
porque entendeu que a contenda
não é caminho solidário
e que em qualquer cenário
existirá oposição
por isso é necessário
como um herói legendário
para escolher o caminho
escutar o coração.
Isabel Furini és escritora e poeta - contato: isabelfurini@hotmail.com
Cara Isabel,
ResponderExcluirInteressante o seu poema. Não deixa de ser um metapoema, mas uniu dos olhares: o olhar do crítico, indispensável para se garantir a qualidade das produções poéticas e mostrar que "versejar não é aventura", e o olhar do poeta, eterno aprendiz daquilo que ele mesmo diz. Na mitologia grega, Têmis, a deusa da justiça tem em seus olhos uma venda, para garantir a imparcialidade do julgamento. O bom Crítico Literário tem, em seus olhos, duas vírgulas para isolar o autor de sua obra. O seu poema também apresenta rimas irregulares que representam a irregularidade do fazer poético e a irregularidade da análise crítica. No final de seu poema o poeta é aconselhado a "escutar o coração". Escutar o coração não quer dizer que o poeta deva escutar, exclusivamente, o coração para escrever, mas escutar o coração para ler as crítica sobre sua obra. Este seu poema deveria ter maior repercussão. É preciso que os artistas ou aqueles que se consideram artistas entendam que a crítica literária é o remédio e não o veneno para o seu "versejar". Fazer Crítica Literária séria e sem "jabá" em Curitiba é uma atividade de risco, quando deveria ser um mister quer, para além das máscaras, vendas e vírgulas, aponta o caminho da qualidade da produção literária. Amem seus poetas, mas a eles não deem ouvidos, pois são fingidores. Odeiem seus críticos, mas a eles deem ouvidos, pois são uma bússola em um tempestuoso mar de margens e imagens. Mais uma vez, parabéns, Isabel Furini. Um abraço! Professor Robson Lima. www.facebook.com/criticabocamaldita (fanpage especializada em poesia curitibana)
PS: Se me permite, publicarei seu poema no Critica Boca Maldita.
Oi, Robson. Muito obrigada pelo comentário tão instrutivo. Abraços.
ExcluirA digitação de início de ano ainda está ressonando... Publico, pois, o mesmo comentário sem os erros de digitação:
ResponderExcluirCara Isabel,
Interessante o seu poema. Não deixa de ser um metapoema, mas uniu dois olhares: o olhar do crítico, indispensável para se garantir a qualidade das produções poéticas e mostrar que "versejar não é aventura", e o olhar do poeta, eterno aprendiz daquilo que ele mesmo diz. Na mitologia grega, Têmis, a deusa da justiça tem em seus olhos uma venda, para garantir a imparcialidade do julgamento. O bom Crítico Literário tem, em seus olhos, duas vírgulas para isolar o autor de sua obra. O seu poema também apresenta rimas irregulares que representam a irregularidade do fazer poético e a irregularidade da análise crítica. No final de seu poema o poeta é aconselhado a "escutar o coração". Escutar o coração não quer dizer que o poeta deva escutar, exclusivamente, o coração para escrever, mas escutar o coração para ler as críticas sobre sua obra. Este seu poema deveria ter maior repercussão. É preciso que os artistas ou aqueles que se consideram artistas entendam que a crítica literária é o remédio e não o veneno para o seu "versejar". Fazer Crítica Literária séria e sem "jabá" em Curitiba é uma atividade de risco, quando deveria ser um mister que, para além das máscaras, vendas e vírgulas, aponta o caminho da qualidade da produção literária. Amem seus poetas, mas a eles não deem ouvidos, pois são fingidores. Odeiem seus críticos, mas a eles deem ouvidos, pois são uma bússola em um tempestuoso mar de margens e imagens. Mais uma vez, parabéns, Isabel Furini. Um abraço! Professor Robson Lima. www.facebook.com/criticabocamaldita (fanpage especializada em poesia curitibana)
PS: Se me permite, publicarei seu poema no Critica Boca Maldita.
Exposição muito clara dos dilemas dos poetas.
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