terça-feira, 12 de agosto de 2008

ESCREVER UM ROMANCE???

Muitas pessoas desejam escrever um romance, mas a maioria desiste por falta de técnica. Alguns alunos ligaram solicitando orientações para escrever o primeiro romance, com essa finalidade iniciaremos em 23 de agosto/08, o Laboratório de Textos, Módulo I, Romance. O Laboratório será uma maneira de experimentar formas diferentes de escrita. Serão dois sábados, 23 e 30 de agosto, a partir das 10:00 horas da manhã, os interessados podem entrar em contato pelo e-mail: isabelfurini@yahoo.com.br ou pelo celular (41) 8813-9276. E se você já iniciou um livro mas abandonou a obra na metade do caminho, não fique desiludido pois você não é o único. Até o chileno Skármeta, autor de O Carteiro e o Poeta, confessa ter iniciado vários romances e, pouco tempo depois, por preguiça ou desiludido com seu próprio estilo, engavetava os projetos numa escrivaninha do jornal em que trabalhava. Até que foi chamado pelo editor para viajar e entrevistar o poeta Pablo Neruda. Esse seria o impulso para escrever seu livro mais famoso. Lembre que para escrever 10% é inspiração, mas o 90% é transpiração. Abraços, Profa. Isabel

sábado, 9 de agosto de 2008

COMO ESCREVER UM POEMA?

Poema nasce da alma (se você não acredita em alma, pense que o poema nasce em algum lugar desconhecido do hemisfério cerebral direito – o da criatividade). Como mensagem, todo poema tem seu valor. Agora, se vamos falar tecnicamente, o discurso muda. Você pode se perguntar o que faz um poema ser amado e outro, ser desprezado. Bem, não existe uma regra nem um critério universal. A Poesia não é ciência, não é objetiva. Ela atinge diretamente nossa subjetividade. Uns gostam de rima, outros não. Alguns adoram sonetos, outros detestam. Há os fanáticos do Haikai e os que acham chato tanta economia de versos (o haikai é formado de 17 sons, distribuídos em três versos de 5, 7 e 5 respectivamente). Uma das características da poesia contemporânea é a quebra de paradigmas. O poeta precisa inovar. A imagem também adquire um lugar predominante na literatura contemporânea. A poesia não pode fugir disso. Uma obra de ficção precisa de descrições detalhadas e ponto de vista original, a poesia precisa de imagens, só que devem ser rápidas e de impacto. A figura de estilo chamada enumeração também dá força ao poema. Apresenta sucessivamente vários elementos ou justapõe palavras. Também é valorizada a enumeração caótica, com elementos que parecem dispostos ao acaso como nos poemas de Ruy Belo: "Cão que matinalmente farejava a calçada/ as ervas os calhaus os seixos e os /paralelepípedos / os restos de comida os restos de manhã / a chuva antes caída..." Poesia é criatividade, por isso ninguém pode dar parâmetros fixos. Então, vamos escrever ao ritmo de nossa alma, sem ter medo de errar pois como escreveu Affonso Romano de Sant’Anna sobre Picasso: “Picasso erra quando pinta e erra quando ama. Mas quando erra, erra violenta e generosamente (...)” Sant’Anna termina magistralmente afirmando: Ele erra, mas nele, o erro mais que erro - é errância. Uns amarão e outros vão odiar. Esse é preço da ousadia.
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