sábado, 31 de dezembro de 2016

Feliz 2017




FELIZ   2017!

O Ano Novo chega
como uma ingênua criança.
Nas suas mãos têm sementes,
têm flores e têm esperanças.

As luzes do Sol e da Lua
iluminam o Novo Ano
e todos esperam que diminuam
a guerra e o ódio desumano.

Isabel Furini

Tarot - poema de Isabel Furini



TAROT


O Tarot é celestial
irmão da Astrologia
ambos vasculham as almas
procurando
signos de sabedoria.

Isabel Furini

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Eloir Jr. ilustra com arte o calendário 2017 da Paraná Turismo

No Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento (ONU – Organização das Nações Unidas), a Paraná Turismo realiza o anuário 2017 com o título “Lendas: Cultura Turística”, colorido com arte, pesquisa, cultura e bom gosto pelo artista plástico Eloir Jr., o projeto tem o apoio do SEBRAE e Governo do Estado do Paraná.

Este tema evidencia o que há de mais autêntico na sabedoria popular, as nossas lendas, que resgatadas do imaginário dos índios e caboclos, atualmente compõem também a matéria- prima para o turismo paranaense.

“Extasiados diante de tamanha grandiosidade e beleza da terra em que viviam, seus primitivos habitantes atribuíam-lhes intervenção divina, buscando no sobrenatural, por exemplo, o motivo da origem das magníficas Cataratas do Iguaçu, das misteriosas formações de Vila Velha, da selvagem Gruta das Encantadas, ou ainda a existência de espécies para eles sagradas, como da Araucária, da erva-mate e da gralha azul.

Garimpando a natureza e a alma ingênua do povo, o paranista Eloir Jr. transforma as lendas em arte expressando-se de maneira singular fazendo que seus personagens povoem as telas em uma simbiose perfeita entre diferentes culturas formatadas através das matriochkas e babuchkas trazidas pelos eslavos que aqui se radicaram”, relata Marilda Gadotti, supervisora técnica do projeto.
O Artista explica que: “é um resgate da cultura popular, dos costumes e do imaginário dos índios e dos caboclos paranaenses que transporta para as telas, em perfeita harmonia com a sua temática e linguagem pictórica eslava, que resulta em um trabalho alegre e colorido, inspirado no paranismo que lhe é inato”.

Jacó Gimennes, Presidente da Paraná Turismo finaliza: “Um trabalho que muitos nos honra e que engrandece o Turismo do Paraná”.

A iniciativa do projeto foi do departamento de Estudos e Pesquisas da PRTUR; Supervisão Técnica de Marilda Gadotti; Criação e Arte, Julia Yukari; Supervisão Gráfica de Maria Regina Monticelli/ Departamento de Publicidade e Propaganda da Paraná Turismo.


Poeta? (por Isabel Furini)

Poeta?

ser poeta é iluminar os cais, os barcos,
as nuvens e os rios sombrios
ser poeta é fazer caretas
e ficar risonho
ao ver a porta
que conduz ao mundo dos sonhos.

Isabel Furini




quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Viva o Natal! - Poema infantil de Isabel Furini

A festa de Natal
será muito, muito legal!

Terá árvore e luzes de cores.
Terá peru e panetone.

Minha tia me dará de presente
um presépio sensacional.

Minha prima vai cantar
com sua voz angelical.

Papai Noel trará presentes:
um carrinho e um celular.

E todo será alegria
na noite de Natal.

Poema de Isabel Furini

Fotografia de Isabel Furini

O Menino Tímido (Crônica de Isabel Furini)

O pai chama o filho e grita:

– Olhe o chão, nada de me encarar. Hoje você vai apanhar!
– Pai, pai, aconteceu que...

O pai dá um tapa na cara do menino. Zequinha recua. Agora está entre a parede e a mão pesada do pai.

– Você quebrou essa xícara que a sua mãe havia ganhado no casamento. Essa xícara era cara. Não fazem mais xícaras como essas. Recolha os pedaços do chão, seu sapeca.

O menino se agacha para recolher os pedaços da xícara e o pai aproveita para dar alguns chutes no traseiro da criança.

– Isso é para aprender! Seja mais cuidadoso!

No domingo vão a um churrasco. As crianças correm, brincam, fazem artes. Zequinha fica sentado, sabe que se errar, se quebrar alguma coisa, se tiver a má sorte de pisar uma planta, receberá tapas e chutes. Seu pai se aproxima.

– O que foi com você, seu burro?
– Ele é tímido – diz a tia Rosa.
– Pois eu vou tirar a timidez dele, vou dar tantos tapas que não vai ficar nada de timidez nessa cara! Tímido e burro!

Encara o filho e grita:
– Não sabe brincar com as outras crianças, seu burro?
*

Gostaria de dizer que é uma história inventada, que foi criação de minha imaginação, mas não, gente - lamentavelmente, essa história é real.

Se os pais não permitem que a criança esclareça, fale e se defenda, como ela vai aprender a se defender na vida? Como aprenderá a argumentar?

E o mais importante, a palavra timidez deriva do latim e quer dizer: aquele que tem medo, receoso.
O Zequinha tem medo. O pior é que a família do Zequinha está acostumada a ver o pai bater no menino. Ninguém reage. Transformam-se em coniventes.

Isso é problema que pai e filho devem resolver, fala uma mulher com muita autoridade, como quem fala com sabedoria. Mas, como uma criança pode "resolver" problemas com um pai violento. Os adultos fecham os olhos, enquanto o menino apanha. E vamos lembrar-nos de algo importante: timidez não se cura com bordoada.

Os pais "corajosos", esses que batem nos filhos pequenos, geralmente são covardes diante de outras pessoas, diante da sociedade. É preciso denunciá-los. Vamos proteger quem realmente merece e necessita de proteção: a criança!!!

Isabel Furini
Escultura de Crista Ames -Galeria de Kirkland.
Fotografia de Isabel Furinin

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

PRECONCEITOS

Fotografia de Neni Glock.

Preconceitos

a boca torta da fotografia
da aquarela
da xilografia
da filosofia
do poema
da poesia
vence preconceitos
cuspe suas verdades
sem algaravia
e permite que o poeta
abra as portas
de seu coração sem selvageria 

Isabel Furini





CARÊNCIA EMOCIONAL - Arma de dois gumes?


Quando qualquer discussão começa a tomar caminhos inesperados, não é raro alguma das partes dar o grito de guerra: “Você tem carência emocional”. É a frase pronunciada para demolir o adversário. Daí para frente ele perde terreno, às vezes perde o chão completo, enquanto que a pessoa que usa a frase pode se sentar sobre uma montanha de conforto. A luta já está ganha.

Não importa o que o outro fale, os argumentos dele são nulos. Quem pode dar ouvidos a alguém que fala porque tem carência emocional? A tática é utilizada não só para desqualificar argumentos, mas para desqualificar o argumentador. Uma forma cruel de vencer a luta. Mas é muito interessante porque essa frase de carência emocional no fundo atinge não digamos a todos, mas a maioria das pessoas.
Quem não tem uma carência emocional lá, no fundo, bem guardada? Quem é tão amado quanto quer? Quem é tão popular quanto sonha? Quem conseguiu, realmente, realizar todos os seus sonhos? Tem um amante? Fez cirurgia plástica? Come demais? Está gordo? Sente-se velho? Tudo isso pode fazer parte da carência emocional. Quer ser famoso? Quer ser o melhor? Quer aplausos? A origem pode ser a mesma. Quer viver uma grande paixão, ser o dono da rua, ser admirado? Carência emocional também.

Reveste-se de milhares de formas. Da necessidade de sentir-se bonito ao desejo de triunfar profissionalmente, do sonho de ter um filho ao sonho de ser famoso em Hollywood. No fundo, o ser humano tem carência, porque o mundo é caleidoscópico, cheio de formas, cores, conteúdos e sonhos irrealizáveis.

Por isso, na próxima vez que em uma discussão alguém triunfante diga que você age desse jeito porque tem carência emocional, responda que ele deveria tirar a máscara de perfeição e olhar para dentro. E tenha certeza, se ele olhar descobrirá em alguma parte da sua mente a “carência emocional”. Afinal até Platão disse que o Amor, o incrível Amor, é filho do Recurso e da Carência. É só ficar sozinho, olhar-se no espelho da verdade e a carência emocional estará lá... gritando muito perto dos ouvidos.

Isabel Furini é escritora e poeta.

Apego Além da Vida - por Isabel Furini

A velha mansão tem alma
e alimenta um fantasma
é o fantasma de Adelinda
ela morre de nostalgia
nostalgia de outros tempos
de festas e de alegrias

morreu em plena juventude
e sua alma está muito triste
sem pausa dorme Adelinda
com um vestido de seda
em um caixão de aroeira
esperando o seu príncipe
mas o príncipe não chega

no horário do ocaso
o vento agita as janelas
e a moradora já morta
(prisioneira do passado)
está imobilizada
sente-se acorrentada
pelos próprios pensamentos
e pelas cinzas do tempo

chora e chora - caem lágrimas
chora espinhos e cardos
porque  Adelinda não acorda
no mundo astral e está escrito
no pergaminho de um hierofante
que viveu no Antigo Egito
 "mortos precisam acordar
no poderoso mundo astral
para escolher outro caminho"

essa mansão e a finada
são prisioneiras do destino
Adelinda  odeia
seu príncipe encantado
ela está sempre deitada
com sua alma prisioneira
em um caixão de aroeira

mas um dia duas crianças
entram pela janela
e Adelinda acorda
de seu sonho de madeira
a luz do Sol entra
pela janela já aberta
Adelina sorridente
percebe  que não precisa
ficar amarrada às lembranças

eleva-se Adelinda
e o casarão se ilumina
eleva-se Adelina
com os raios do Sol
e os Anjos contentes cantam
uma canção de perdão.

Isabel Furini
Quadro "Vivência Musical" de Dirce Polli

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Álbum Fotográfico


Trituradas as guelras do silêncio
sobre o velho álbum fotográfico.
O pai (morto há anos)
sobrevive nos retratos desbotados.

Revelam-se fisionomia e emoções.
Quantos olhares, quantos rostos
deixei submersos nos interstícios da memória,
quantos exílios na areia do passado
e exílios futuros projetados
no palco dos sonhos.

Genealogias, uivos e fumaça
despencam do álbum fotográfico
aberto sobre a mesa.

Observam-nos os mortos,
pousam nas fotografias como estacas de mutismo.
Amam-nos.
Esperam-nos (sedentos de carinho)
com os braços paralelos abertos
entre galáxias de culpa e de mistério.
Esperam-nos com os carinhosos braços
imensamente abertos.

Isabel Furini

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Lançamento de Cuca e Racha do artista Sampaio

A Gibiteca de Curitiba promove no dia 22 de Dezembro, quinta-feira, às 19h, o lançamento do livro em quadrinhos “Cuca e Racha – Subindo pelas paredes”,
do cartunista e artista gráfico Sampaio.

A apresentação do livro é do consagrado Ziraldo, que diz: “Que sujeitim danado!” Como diria o Henfil.

Pode haver título mais preciso e mais adequado (criatividade é alcançar estes dois adjetivos) num livro em que os personagens são duas baratas? 
Sampaio, como certamente diria o Barão de Itararé, seu livro é um barato!

Na contra capa do livro, os comentários são de Fernando Gonsales:

Cuca e Racha uma dupla que escracha. Apesar de eu mesmo ter um personagem que é uma barata, não entendo bem como um autor pode escolher um animal tão repulsivo como protagonista. Aliás, nem mesmo como coadjuvante as baratas deveriam servir".

No entanto Sampaio escolheu logo dua: Cuca e Racha. Acho que os quadrinhos já estão um pouco saturados dos mamíferos peludos, mesmo. E se no fim do mundo só restarem as baratas, talvez este livro seja uma prévia dos novos tempos baratinescos.

Com um desenho limpo e ligeiro, a vida cotidiana desses seres rasteiros vai se desenrolando bem-humoradamente sob nossos olhos. E, ao fim da leitura, a coisa que você menos vai sentir por Cuca e Racha é repulsa. Essa é a mágica de Sampaio.

Sobre o cartunista 
É natural de Curitiba. Desde cedo percebeu que tinha em seu traço o cômico, dono de certa ironia e humor; - assim seguiu em sua missão de levar bom humor e arte à sua enorme clã de admiradores. Bacharel em gravura pela EMBAP. Atualmente dedica-se à ilustração, de quando em quando, executa pintura ao vivo pra descolar uns trocos. Participou de inúmeras exposições de quadrinhos e pintura, em especial: “Tua Batata tá assando” no espaço de arte Aldeia do
Beto, e uma individual de pintura na Zilda Fraletti Galeria de Arte.

Sobre a obra
A obra em formato de livro 28 X 23 cm com 64 páginas é ricamente ilustrada com essa dupla de personagens Cuca e Racha. O projeto desenvolvido pela Cultural Office, e só foi possível por meio do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura – FCC e da Prefeitura Municipal de Curitiba. Com os apoios do Banco do Brasil, Celepar e Fundação Cultural de Curitiba e Prefeitura Municipal de Curitiba.

Serviço:
Lançamento do livro “Cuca e Racha – Subindo pelas paredes” de Sampaio
Local: Gibiteca de Curitiba - Solar do Barão
Endereço: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 533 - Centro - Curitiba.
Data e horário: 22 de Dezembro, quinta-feira, às 19h
Entrada Franca.

Informações enviadas pela jornalista Alice Varajão.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Diversidade- Poema de Isabel Furini



DIVERSIDADE

Poesia - tempestade de palavras
nada é o que parece
tudo é símbolo e é nada

ronda a morte em cada verso
escrito com beijos e estiletes
o mesmo verso reflete
flores na alma e na pele

diferentes pupilas
extraem diversos meles.

Isabel Furini

domingo, 11 de dezembro de 2016

Tarde de Domingo (poema infantil de Isabel Furini)



TARDE DE DOMINGO

Hoje é domingo
e eu vou brincar de amarelinha
com minhas amigas.

Depois irei à casa
da minha tia Marieta
na minha linda bicicleta.

Cheguei
na casa de minha tia
ela me oferece
um suco de morango
e eu sujo a camiseta.

Isabel Furini

sábado, 10 de dezembro de 2016

Gesto Gentil - Poema de Isabel Furini



GENTIL GESTO

No mundo globalizado
vivemos famintos de palavras e de amizades.
Traços sombrios percorrem as cidades.
Estranhos rostos subentendidos
nas sombras das árvores das calçadas.
O medo agita os corações.
De repente, surge um gesto amistoso
e é reorganizado o ritmo das emoções.

(Poema de Isabel Furini)

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Poema Símbolos



SÍMBOLOS

As asas transparentes
da alma
sonham com voar
para mundos
sem fronteiras
e colher as flores
da felicidade eterna.

Isabel Furini

Poder da Luz - Poema de Isabel Furini



O PODER DA LUZ

O passado entra pelas frestas
e invade o presente.
Um hálito infinito
derruba as sombras
e balança as janelas.
A Luz vence!

Isabel Furini

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Cativos - Poema de Isabel Furini


                   CATIVOS

Cativos do tempo,
da solidão,
dos relógios de sol,
de areia,
de água.
Prisioneiros do tempo, 
do espaço
e do pequeno planeta 
que gira em torno do Sol,

em busca de seu destino.

Isabel Furini

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Flores ao vento - Poema de Issabel Furini






FLORES AO VENTO


agitadas pelo vento
seguem com as suas pétalas
a dança do universo

pausa o vento – pausa a dança
novo vento
e acontece o recomeço

observo e penso:
o vento imita a vida
ou a vida imita o vento?

Isabel Furini

terça-feira, 29 de novembro de 2016

SENSAÇÕES - Poesia de Isabel Furini


SENSAÇÕES

A textura da rocha
(áspera e dura)
as texturas da alma

a textura do mar
(úmida e fria)
e o arrepio da pele
ao conjugar o verbo amar.

Isabel Furini

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Espelhos - poema de Isabel Furini

Cartografia de noites de insônia:
Cobras (fofoqueiras) espargem 
flechas de ódio
e vocábulos com veneno
sobre pergaminhos de silencio.

Acordo mais uma vez entre palavras de fogo e de água,
enxergo minha imagem
no espelho do armário.
Velhos traumas afundam canoas de ilusões.

Batem os sinos de uma igreja,
são três da manhã e não consigo dormir.

Isabel Furini

Naufrágio do Olhar - Poema de Isabel Furini


Sibilam inaudíveis as horas
catalizadoras
de solidão e indiferença

sibilam mulheres de longos cílios
e multiformes rostos
(projetadas nos retratos de Picasso)

os lânguidos olhares sucumbem sob o céu
e o mundo naufraga no passado
- sem futuro.

Isabel Furini

Medieval - Poema

MEDIEVAL

ardem os sonhos
no quintal das realidades.
queimam as utopias
na fogueira das bruxas da nova idade media

somos tao medievais que sonhamos com anjos e príncipes e princesas
e tememos
e acreditamos
no pecado e no castigo
e continuamos cegos de entendimento
sempre preparados para acender a fogueira dos preconceitos.

Poema de Isabel Furini




quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Criação Poética - Poema de Isabel Furini

CRIAÇÃO POÉTICA

O poeta revive a antiga arte
de transformar pesadelos em poesias.
Pacientemente vasculha galerias,
túneis da memória,
e com palavras faz acrobacias.

Nutre-se de palavras
e das antigas sensações das adegas.
Experimenta sabores: azedo, salgado, doce, amargo,
agridoce, silvestre, áspero, aquoso,
apimentado, umami, cítrico, arenoso.

O poeta brinca com os versos
fermentados pelo tempo.
Muda os sabores e acresce sementes
de sonhos e de amores,
mas entalha o poema com o afiado cinzel dos escultores.

ISABEL FURINI

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

O Beija-flor e a sábia Coruja (Poema Infantil)

 



O Beija-flor e a sábia Coruja


Era um lindo beija-flor
muito, muito sonhador.
O beija-flor sonhava
em ser um grande condor.

Ele queria voar
sobre as altas montanhas.
Cada vez que o intentava
os amigos gargalhavam.

Tadinho desse sonhador
Nunca seria um condor!
A mãe sempre dizia:
- Você é um lindo beija-flor.

O pequeno Beija-flor
foi falar com a Coruja.
Muito sábia a coruja
disse para o passarinho:

- Sua função é dar beleza
e alegrar a natureza.
Nesta vida o importante
é ser autoconfiante.

Muitas aves gostariam
de ser tão belas quanto você.
Você deverá aprender
a amar o que você é.

Isabel Furini

Imagem gerada pela IA do Bing



Poema infantil de Isabel Furini - Contato: isabelfurini@hotmail.com

sábado, 12 de novembro de 2016

Entrevista com Amauri Nogueira

Entrevista realizada por Isabel Furini.

Amauri Nogueira é o coordenador da Antologia Conexão I e Conexão II. Essas antologia reúnem trabalhos de poetas paranaenses que fazem parte da Feira do Poeta de Curitiba e de poetas de outros estados.

Quando surgiu sua paixão pela poesia?

Em 17 de março de 1981 surgiu meu primeiro poema, mas sempre relutei em dizer que escrevia. Eu trabalhava no Mercadorama, no centro, e engraxava sapatos também, pois eu tinha que me sustentar, já morava sozinho em quarto de pensão.
Quando engraxava sapatos conheci um seco bigodudo no bar Bife Sujo na Marechal Deodoro. Somente mais tarde fui saber que meu cliente era Paulo Leminski.
Em 1984 quando resolvi voltar estudar, meus colegas de sala começaram a me pedir que eu escrevesse poemas. Eu disse que não escrevia poemas...
Em uma certa ocasião uma amiga me pediu um poema que tinha escrito, e eu disse: “então faz de conta que é poesia”. Esta frase se tornou o nome de meu primeiro livro em 1990.


Pode citar seus livros e autores preferidos? 

Parece uma sina, mas não criei um hábito de dar preferência aos autores que li. Não tinha muito tempo para ler, pois desde a infância trabalhei. Monteiro Lobato foi o único que esteve em minha infância, pois sempre acompanhei o Sítio do Pica Pau Amarelo na tevê.

Fale sobre o seu processo de criação. Você escreve a partir de uma palavra, de uma imagem, de uma ideia...


Acredito na inspiração, pois acordei muitas vezes de madrugada somente para escrever. Hoje tenho um pouco mais de facilidade em escrever sobre os temas atuais. Quando comecei a escrever escrevia muito sobre o amor e a natureza.

Como surgiu a ideia da Antologia de poesia Conexão? 

Estava com o Luis Ronconi e Regina Bostulin descendo a São Francisco quando disse aos dois: “Temos que fazer algo que marque o retorno da Feira do Poeta”. Então começamos a dar sugestões, surgiu o “Varal de poesias” com o Ronconi e o “Pise Poesia” com a Regina.
Lembro-me que disse: “Isso é pouco, pois a Feira merece muito mais. E por que não uma Antologia?” Os dois olharam para mim e perguntaram “Com quantos participantes?”
Eu respondi: “Com uns vinte.”
E fui retrucado de novo: “Será que conseguimos vinte? E quem assume a responsabilidade?”
“Eu.” -  respondi, e complementei: “Eu quem deu a ideia. Eu assumo, desde que vocês façam parte.”
E assim comecei a convidar os poetas conhecidos, mas também queria mesclar com os novos. Aos domingos ia até a Feira do Poeta garimpar quem poderia estar com a gente nesse processo. Depois defini a data e o lançamento, mesmo sem ainda ter os poetas participantes. Escolhi o dia 04 de outubro por ser o Dia Internacional do Poeta, e assim comecei a definir o Conexão.


Foi difícil organizar Conexão I e Conexão II? 

Posso dizer que sim, pois há quase doze anos sem conversar com a maioria dos poetas e sem conhecer os novos, isso exigia confiança por parte deles.Vencendo esta parte e fazendo reuniões semanais, depois passando para uma reunião quinzenal, formamos o grupo. Assim se tornou possível realizar a Conexão.

Como foram escolhidos os participantes? 

Na Conexão I os poetas foram garimpados por mim e por outros participantes, como por exemplo, o Osmarosman Aedo, que foi convidado pela Vanice Zimermman. Ele chegou em hora oportuna, colaborando muito para a realização e além de enriquecer a antologia convidando poetas de outros estados.
Já na Conexão II, fiz questão de chamar os poetas que não participaram da primeira. Mas muitos participantes do Conexão I fizeram questão de participar novamente, o que tornou a obra bem rica e variada.

Fale de seus próximos projetos.

Pessoalmente, não gosto muito de projetos longos, mas sei que é necessário. Tenho um pouco de cautela, pois a vida nos prega algumas peças.
Mas pretendo dar continuidade nesse projeto de antologia, pois sei que existem muitos poetas que ainda não tiveram a chance de publicar seus trabalhos. Esta é uma das formas deles mostrarem seus trabalhos, participando de uma antologia.



sábado, 5 de novembro de 2016

Dançar - poema de Isabel Furini

DANÇAR 

É a alegria de dançar 
sozinha
os pés descalços 
o coração puro 
e a alma de andorinha 

enquanto uivam as lembranças 
imagens e palavras pulam da memória
instigam emoções 
desenterram amores e esperanças

a dança é arte 
proporciona a calma 
e é catarse para a alma. 

Isabel Furini 

Quadro de Ana Letícia Mansur

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Santa Teresa de Ávila (Poema de Isabel Furini - quadro de Ivani Silva)

Santa Teresa de Ávila

Atravessa a tarde em oração
e ao ouvir estranhos sinos
Teresa percebe 
(com olhos cristalinos)
que sua alma 
sobrevoa os muros de Ávila
- rumo ao infinito.

Isabel Furini

O SORRISO (Poema de Isabel Furini)


O SORRISO

Um cálice de vinho
sobre a pequena mesa
nos reflexos do vinho
um antigo Anjo
cantando em um circo
o santo Anjo
tem nos lábios
um sorriso
feito de pão e de vinho

um sorriso suave
sorriso de criança
e nos olhos têm duas aves
que dançam
sobre as águas
do rio de Heráclito

(silenciosamente)
as águas passam
e só fica o sorriso do Anjo
eterno
como o movimento da galáxia.

Isabel Furini

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

O santo e o condenado - poema de Isabel Furini



Recolhido numa cela
não sente a solidão
e rezando no silêncio
o santo chama a Deus.

condenado numa cela
mergulha na solidão
ele não sonha nem reza
mas sempre pede perdão.


Isabel Furini

sábado, 29 de outubro de 2016

Poema para el padre ausente - de Isabel Furini


POEMA PARA EL PADRE AUSENTE

Ulises imaginaba a Penélope tejiendo
(calmamente)
en la isla de Itaca
hoy me siento como Ulises
sólo que mi tejedora se llama Gabriela
y Gabriela tejía poemas
con hebras de luna y con hebras de estrellas

Penélope se moría de amor por Ulises
y Gabriela sufría
(ella recordaba a su progenitor
como una sombra em la lejanía)
quando encontró los poemas de su padre (el poeta)
despertó de repente em su alma inquieta
el gesto cristalino de la poesía
y tejió con la poesía su propio destino

su padre escribió y abandonó los versos
su padre la abandonó - ese destino adverso
la transformó en un poema olvidado
Gabriela escribía para completar el inventario
de los recuerdos
escribiendo poemas Gabriela perpetuaba el pasado
y transformaba
la larga ausencia en simbólica presencia

Isabel Florinda Furini
Ese poema hace parte de la Antologia Gabriela Mistral del Valle Natural - organizado por el poeta Alfred Asis en la Isla Negra, Chile.

Conto O VESTIDO - Inspirado no quadro de Suzana Lobo

Quadro de Suzana Lobo


O VESTIDO

Rosana abriu a porta do guarda-roupa e observou o vestido azul. Ela o havia usado na festa do Natal da empresa, no final dos anos 70. Foi quando conheceu Daniel, o seu grande amor. Daniel casou com a secretária. Rosana guardou o vestido como testemunha de sua juventude. Nesse momento observando o vestido azul tamanho 40, percebeu que sua roupa nova era 48. 
– Não posso usar esse vestido e não posso continuar vivendo no passado – murmurou.
Decidiu doar o vestido para a filha da diarista. E se sentiu livre - como se houvesse doado toda a sua amargura.

Isabel Furini.

Poema infantil: O Campeão

O CAMPEÃO

Quando corro atrás da bola,
(seja no clube o na escola)
eu me sinto um campeão.

E meu tio alegre fala:
- Quando meu sobrinho faz um gol,
sinto tremer meu coração.


Poema de Isabel Furini

Ilustração de Marco Teixeira


terça-feira, 25 de outubro de 2016

Poema Expressão Poética de Isabel Furini

EXPRESSÃO POÉTICA

Perto das águas do oceano imenso
escrevo poemas 
em barcos de papel

cada verso carrega
armadura de metáforas
flores de emoções
e o pólen de imagens e palavras
que serpenteiam na alma.

Isabel Furini









segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Século XXI - Poema de Isabel Furini

Aquário de Seattle - Fotografia de Isabel Furini


SÉCULO XXI 

peixes são canibais
o consumismo não dá espaço para os outros
seu fogo é devorador
suas cinzas se transformam em escorpiões amarelos
e atacam a cabeça e o coração
(não existe  lugar para o amor)

é preciso derrubar os outros -  vencer sempre
lutar contra as águas do inconsciente
e mostrar um troféu fabricado
com as cabeças cortadas dos concorrentes

é a luta pela sobrevivência - é a lei dos peixes
o mais forte é um devorador de estrelas
e de ouro e de fama e de aplausos

um mal investimento pode fazer que o trunfo se evapore
como se fosse alquimia
o nome de quem não ficou no topo será apagado
como as pegadas na areia
desaparecem com uma simples ventania

os nomes traçados em pedra ou na janela de um computador
são só nomes
é possível nomear as horas que ficam no passado
nomear os passos apressados
nomear as sombras que assombram
nomear as águas onde se banham as sereias
nomear cada raio de luz da Lua Cheia

sol e lua
luz e trevas
repouso e movimento
água e fogo

e os despojos
de vidas entregues ao caminho de um aparente trunfo
um caminho que triturará os inimigos
e destruirá o próprio coração.

Isabel Furini

Aquário de Seattle - Fotografia de Isabel Furini

domingo, 9 de outubro de 2016

Sistema Solar - Poema infantil de Isabel Furini

Ilustração de Van Zimerman

Partindo do centro
de nosso sistema
vemos nosso o Sol,
que é uma estrela.

O Sol é o centro
de nosso universo,
seguido por Mercúrio
que era um deus travesso.

Mercúrio se encontra
mais perto do Sol,
depois está Vênus,
deusa da beleza e do amor.

Vênus brilha na alvorada
está coberto esse planeta
por uma camada 
de nuvens sulfúricas.

Nossa querida Terra
é o terceiro planeta
a partir do sol.
Azul é sua cor.

Marte, o vermelho,
vem depois da Terra,
segundo os gregos
incentivava a guerra.

Júpiter, orgulhoso,
vem depois de Marte
entre os gregos e romanos,
era o deus do trovão e do raio .

Saturno segue o planeta Júpiter,
Saturno têm os anéis,
ele é muito famoso
e também muito formoso.

Até agora falamos
de Mercúrio e Vênus,
da Terra, o planeta azul
e de Marte, o vermelho.

Júpiter e Saturno 
são seguidos
por Urano e Netuno
(esses são os gigantes gasosos).

Urano, imponente,
é o sétimo planeta
só com telescópio
é visto desde a Terra.

(Os astrônomos
usam telescópios,
e os submarinos
têm periscópios).

Depois, está Netuno,
chamado na Grécia
senhor dos mares
e dos oceanos.

Os planetas até Saturno
você pode enxergar
observando o céu
e os pode estudar.

Antigamente Plutão 
era chamado de planeta,
mas houve uma discussão:
- Plutão é um planeta anão!

Assim quando lembrar
de nosso sistema solar
com oito planetas
deverá nomear

a partir do Sol:
Mercúrio e Vênus,
Terra, Marte e Júpiter,
Saturno, Urano e Netuno 

e você entenderá 
que nosso sistema
tem oito planetas 
que giram e giram.

Alguns com suas luas,
outros com anéis,
todos rodopiam
em torno do Sol.

E no movimento 
de translação,
será que os corpos celestes
emitem algum som?

Existirá uma música 
“a música das esferas”
da qual falavam
Pitágoras e Platão?

Isabel Furini

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Sombras - poema de Isabel Furini



SOMBRAS

Histórias gravadas na gigantesca sombra
de um relógio.
Histórias contadas pelo vento retumbam
nos ouvidos.

O cheiro de jasmins
desperta um enigmático trapézio de recordações
- recordações cravejadas com pedras de rubi.

A saudade, indômita,

bate à porta.

Isabel Furini

domingo, 18 de setembro de 2016

O bode bondoso e o gato imprudente (Poema de Isabel Furini)


Quadro de Van Zimerman
O bode viu um pequeno gato 
brincando com um sapato. 
Perto dele uma caranguejeira 
subia em uma figueira. 

- Afaste-se da figueira! - 
gritou o bode zangado.
Mas o gato era imprudente 
e fingiu que não foi avisado.

Coitadinho desse gato! 
O cachorro indiferente, 
com um velho celular,
tirava fotos do felino. 

- Cachorro, comece a later - 
falou nervoso o velho bode.
- E se esse gato morrer? 
O que pode acontecer? 

Perguntou o cachorro 
de maneira ardilosa. 
Se esse gato morrer - hahaha 
Minhas fotos serão famosas! 

Porque as caranguejeiras 
possuem cerdas urticantes. 
Quando entram nas vias respiratórias, 
essas cerdas são sufocantes. 

O bode era inteligente 
e começou a berrrar, 
até que a dona da chácara 
abriu a porta devagar. 

A dona da chácara entendeu 
que o gato estava em perigo. 
Ela correu e pegou o gato 
e agradeceu ao velho bode. 

Este mundo é um jardim,
tem os bons, e os malandrins.
Cada um pode escolher
que tipo de pessoa ser.


Isabel Furini

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Textura 4 - Poema de Isabel Furini





TEXTURA 4

a textura do tronco
percorre
a superfície da alma
tão machucada
por palavras
e por sonhos impossíveis.

Isabel Furini

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Texturas

Poema e Fotografia de Isabel Furini




TEXTURAS

Entre os tons da bruma
a textura da saudade
perfurando
os sons da tarde.


Isabel Furini

terça-feira, 26 de julho de 2016

Relógios - Poemas de Isabel Furini



RELÓGIOS

os ciclos avançam
inverno e verão avançam sem pausa
o tempo
(isócrono, indiferente, inclemente)
silencia o seu servo
e suas agulhas caem no porão das lembranças

Isabel Furini


sexta-feira, 22 de julho de 2016

Metamorfose - poema de Isabel Furini

METAMORFOSE
a árvore sonha
no coração do infinito
enquanto caem suas folhas
e rolam com o vento.

ISABEL FURINI

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Inspiração - Poesia de Isabel Furini


INSPIRAÇÃO
como um barco
navegando nos raios da Lua
projetado sobre as águas
surge a poesia
no oceano da criação humana

Isabel Furini

sexta-feira, 8 de julho de 2016

A máquina de costura da avó - poema infantil de Isabel Furinni

A máquina de costura
Da minha querida avó
Era muito barulhenta.
Croug croug croug croug

Era uma máquina Singer.
Uma máquina excelente!
E foi um belo presente.

Lá pelos anos 50,
Minha avó ganhou
Essa máquina no Natal
E ficou de alto astral.

A máquina de costura
tinha roda e pedal.
Minha avó mexia o pedal
E a máquina começava a reclamar:
Croug croug croug croug.

Poema de Isabel Furini - Contato: isabelfurini@hotmail.com

sexta-feira, 24 de junho de 2016

O gatinho brincalhão

o gato quebrou um prato
um prato quebrou o gato

depois correu pela casa
a dona do gato ficou zangada

e o gato de imediato
fugiu para um pensionato

as velhinhas do pensionato
acharam lindo esse gato

o gato ganhou brinquedos
e brincou o ano inteiro.

Isabel Furini
Fotografia de Paulo Zemek

sexta-feira, 17 de junho de 2016

MAGNUM OPUS - poesia



MAGNUM OPUS

o poeta faz acrobacias nos trapézios de arqueológicos alfabetos
coloca emoções ideias palavras afetos conceitos
no alambique do coração
constrói um atanor de versos na cabeça
reinventa rimas
estuda fórmulas antigas da alquimia
mergulha na subjetividade para escrever e para sobreviver

todos os poetas
(admirados –  portentosos – ignorados ou desprezados)
todos os poetas fazem parte de uma espécie de seres muito estranhos
poetas sãos seres mutilados
pois para realizar a Magna Obra
não é suficiente poetizar oceanos
nem perseguir os voos dos urubus
nem misturar o sal o mercúrio e o enxofre
nem dançar entre as plantas de bambu
é necessário devastar o próprio coração desamparado
com o poder do veneno da cobra real
reerguer-se das sombras do mundo astral
e nutrir-se do coração do nada

o poeta precisa socavar o próprio coração
(mantendo o oceano do amor inalterado)
para realizar a Obra Magna

Isabel Furini

segunda-feira, 23 de maio de 2016

AS VAQUINHAS (Poema Infantil)

Chove, chove sobre o campo.
A chuva molhou a grama
e as vacas muito contentes
comem a grama molhada.

Depois comem o capim,
e milho e soja e trigo.
Elas gostam de comer
e elas têm muitos amigos.

Os cavalos, as cabras, os galos,
os porcos, as galhinhas, os patos.
As vacas têm muitos amigos
e todos são muito pacatos.

Isabel Furini
Quadro de Roberto Bona

segunda-feira, 11 de abril de 2016

LUZ DA FILOSOFIA - Poesia de Isabel Furini

LUZ DA FILOSOFIA

ao abrir o livro de Heráclito
um rio tempestuoso
de fogo e de incerteza
rodeia o poeta
e o poeta percebe com clareza
um rio dentro da alma
 – escura correnteza de água
e de fogo

amanhece
e a fé e a certeza
penetram por um feixe de luz de Sol
(forte e profundo)
pela janela
– sem esforço
o feixe de luz ilumina a alma inquieta
qual uma borboleta
sonhando o infinito.

Isabel Furini






segunda-feira, 28 de março de 2016

OS DOIS PALHAÇOS - Poema infantil de Isabel Furini - Ilustração de Van Zimerman


Um palhaço é humorista,
o outro palhaço é violinista.

Um palhaço veste de vermelho,
o outro palhaço veste un jaleco velho.

Um palhaço anda de monociclo,
o outro palhaço anda de triciclo.

Meneco e Peteco são dos palhaços idosos.
Eles brincam muito e não são preguiçosos.

Isabel Furini
Ilustração de Van Zimerman



domingo, 28 de fevereiro de 2016

Passam as lembranças - Poema de Isabel Furini

obliquamente passam as lembranças
e deixam vestígios com aromas de cereja ou alecrim

passam as lembranças como a música
que o velho italiano toca no bandolim

dançam as lembranças
alegres ou tristes no leque das horas

obliquamente passa a essência da vida
imagens entrecortadas

falam de nosso lado inconsciente
e do outro lado da vida.

Poema de Isabel Furini
Foto de Neni Glock

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Poema de Isabel Furini: Triste Ignorância




Quadro de Carlos Zemek premiado em São Paulo

 
Triste Ignorância

ninguém sabe
o verdadeiro motivo
que faz o aracnídeo da memória
tecer e destecer os fios do destino

ninguém sabe
quem nos está esperando (pacientemente)
no final do caminho:
uma fada ou uma gárgula?

Isabel Furini
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...