domingo, 31 de dezembro de 2017

Rosas para Adélia - poema infantil de Isabel Furini


ROSAS PARA ADÉLIA

Bem cedinho acorda Adélia
e sua máquina de costura
começa a cantarolar:
trac – trac – trac – trac
trac – trac – trac – trac

As rosas do jardim
suavemente exalam
um aroma de ternura
enquanto a professora Adélia
continua a ensinar

Sua máquina de costura
continua a cantarolar:
trac – trac – trac – trac
trac – trac – trac – trac

Isabel Furini


sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Luz da Lua sobre um amor perdido


a luz da Lua
acentua sua solidão
e ele pactua com suas emoções
para diminuir a sua dor

ha tempo cultua um amor adolescente
simplesmente arrebatador
um amor não correspondido
que perpetua sua profunda solidão

pensa o poeta:
- ah! se a Lua fosse mágica
e eu tivesse uma varinha de condão
poderia trocar essa trágica emoção
pela felicidade de um novo e grande amor.

Isabel Furini

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

O gato guitarrista (Poema infantil de Isabel Furini)



O GATO GUITARRISTA 

Tobias é um gato mimado,
Ele quer ser trapezista.

Por isso está sempre treinando
E subindo no telhado.

O Tobias é um lindo gato,
Mas ele tem suas fobias.

E quando Tobias foi ao circo
Tentou subir no trapézio,

Mas começou a chorar,
Ao perceber que não conseguia.

Um velho amigo falou:
- Você pode ser guitarrista.

Tobias fez curso de música,
E o gato tinha talento.

Hoje é de uma banda de rock
E na Tv. fez um depoimento:

- Existem muitos caminhos,
Cada gato tem seu dom.

Nunca seja derrotista!
Eu queria ser trapezista...

Mas hoje sou muito feliz,
pois sou um grande guitarrista.

Isabel Furini - e-mail: isabelfurini@hotmail.com


O poema Matreiro (por Isabel Furini)



O POEMA MATREIRO

serpenteiam no contorno do espelho
rudes palavras e kafkianas metáforas
e surge um poema
(pungente)
composto de versos matreiros
e símbolos agoureiros

esse poema está gravado com tinta e canivete
na escura superfície da barca de Caronte.

Isabel Furini

Sementes (Poema de Isabel Furini)

SEMENTES 

cinzelar
as silenciosas sementes
poéticas
nascidas no limiar
do mundo do inconsciente
onde a inquietação
e as fobias
produzem fragilidades
e versos.

Isabel Furini

Asfixia - Poema de Isabel Furini

ASFIXIA 

obstaculiza os alvéolos pulmonares
essa fumaça densa
e tenebrosa
que se desprende da Poesia
e faz que a alma mergulhe
no incomensurável oceano das emoções.

Isabel Furini

Fotografia de Isabel Furini - Kirkland (Estados Unidos)

domingo, 10 de dezembro de 2017

O Grilo e o Dr. Besouro (Poema Infantil de Isabel Furini)





O GRILO E O DOUTOR BESOURO


O Grilo sempre canta
Antigas e belas canções.
Ele mora em um jardim
Bonito – cheio de flores.

Mas um dia o pobre Grilo
Acorda com afonia.
Tenta cantar… Tenta, tenta...
E pensa: Será alergia?

O Grilo vai até o sanatório
Onde há anos trabalha
O sábio doutor Besouro.
- Abra a boca - fala o Besouro.

E logo fala calmamente:
-Você precisa descansar...
Cuidar sua voz de cantor,
e esse xarope tomar.

O grilo é muito obediente
E cura rapidamente.
Ele aprende uma lição:
Ele canta nos dias de Sol.

Mas quando faz frio
O grilo aquece a sua garganta.
E fica sob o cobertor
jogando jogos para computador.

Isabel Furini
(1) Paciente: Pessoa que precisa de cuidados médicos.
                      Também significa pessoa que tem paciência.
 
O grilo e o besouros estão no jardim -Foto de Isabel Furini


 



sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Noite de Natal (Poema de Isabel Furini)

NOITE DE NATAL

Meu Natal é de alegria
Porque a família está reunida.

Meu cachorro Labrador
brinca com seu cobertor.

Enquanto um gato contente
arranha uma caixa com presentes.

Minha prima Ana não sabe cantar,
Mas não fica aborrecida.

Ela liga o celular
Para tirar fotografias.

Minha tia gosta de dançar
E o meu tio canta animado.

E meus queridos avôs
(Que há anos são vegetarianos)

Comem salada de tomates
E grandes nabos refogados.

O Papai Noel entra pela janela...
Onde ficaram as renas???

-Não temos renas,
mas temos um gato engraçado.

Falou minha mãe contente.
Meu pai lhe deu um presente.

A tia serve sorvete e o tio
Improvisa um teatro de marionetes.

Depois todos cantamos com alegria
Pois a minha família é bacana.

Algumas vezes eles brigam,
Mas no Natal eles perdoam,

Porque a avó sempre fala:
Esta vida é muito curta.

Por isso, temos que amar,
Viver com alegria e perdoar.


Poema de Isabel Furini


Fotografia de Isabel Furini

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Corvos - Poemas de Isabel Furini


CORVOS

traçam linhas
e círculos 
e desenham versos
com letras arcaicas
e inspiram versos
aos poetas tristes
e aos poetas misantropos

corvos – estrelas da constelação da sede eterna
corvos
corvos –  tristes
corvos
corvos – poetas do espaço vazio
corvos 
corvos – misantropos
corvos
corvos – com almas de cavernas
corvos
corvos – desolados e enternecedores
corvos
corvos – divertem-se com bicicletas mágicas
corvos
corvos – poetas - artistas - profetas 
corvos
corvos – mapas e ampulhetas das horas 
corvos
corvos  –  arúspices do mundo.

Isabel Furini
CORVOS II - Poema de Isabel Furini

Sob o olhar dos corvos os nervos a flor de pele
sobressaltos
ohos de noite e de gatos
esse vento do destino roaçando os ombros
e a calma depois do naufrágio
o mundo volta a girar compassado
(canções de amor em um abraço 
prolongado).

Isabel Furini

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Poema de Javier Díaz Gil


LO QUE IMPORTA

Si lloviera...
El agua,
El agua es lo que importa
         (Nicolás del Hierro)

Fotografia de Isabel Furini















Sólo la lluvia.
La paciencia de la lluvia
y quien la espera.
La tierra dura, el cereal,
el poema.
El agua que corre al fin
entre los dedos, las palabras,
el verso.
Sólo la lluvia invocada,
las uvas y el racimo que brotará,
para saciarnos el hambre
y su misterio.
El hombre que escribe y calla,
que sabe del amor y quiere
huir del polvo.
Sólo el amor,
el amor
solo.
Javier Díaz Gil

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Cocô de Cachorro - Crônica


CRÔNICA:  COCÔ DE CACHORRO

O ilustre professor Jairo, PHD em Literatura, estava confortavelmente sentado em sua poltrona de couro, diante do computador. Pela porta entreaberta podia-se ver a mesa de jantar e a estatua de mármore no canto da sala. Às 19 horas em ponto, iniciou-se uma conferência via internet para estudantes da área de Letras.

O professor Jairo começou dando uma visão do mundo globalizado. Na continuação o discurso focou a literatura contemporânea, os aportes de Proust e de Kafka. Depois ele fez uma breve referência à literatura de massa e, de repente, falou com ênfase: Tenho que terminar porque vejo cocô sobre a mesa.

O que será que o professor Jairo quis dizer? – perguntou um estudante de óculos. Imediatamente surgiu uma discussão. Uns achavam que o Dr. Jairo havia tentado provocar a imaginação e o debate; outros, que havia feito uma crítica social, o mundo havia se transformado em cocô de cachorro; outros ainda defendiam a tese de que “cocô sobre a mesa” referia-se a novas correntes de literatura popular que invadem o mercado, os terríveis best-sellers.

Enquanto a discussão prosseguia, o famoso professor Jairo com uma pequena pá recolhia o cocô do cachorro reclamando de Fofinho, o filhote de pequinês. Ele fazia cocô em qualquer lugar.

No dia seguinte, em blogs, sites e até em alguns jornais era discutida a teoria “cocô de cachorro sobre a mesa”.

– Isso quer dizer que os maus literatos não ocultam o “cocô literário”, porque morreu a verdadeira crítica literária, bramavam os mais radicais.

            O professor Jairo foi entrevistado na televisão, e quando perguntaram: O que realmente você quer dizer com essa crítica tão contundente à literatura atual falando de “cocô de cachorro sobre a mesa?”. Sabiamente o professor Jairo tentou não sorrir e, depois de um silêncio profundo, disse: Deixarei que cada pessoa tire as suas próprias conclusões.

 * Isabel Furini é escritora, palestrante e poeta.
Essa crônica foi publicada no Jornal Indústria e Comércio (Curitiba) em 30 de maio de 2011.

Fotografia de Isabel Furini

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Somos Livros - Poema de Isabel Furini




SOMOS LIVROS

na Via Látea  
(uma das bibliotecas do universo)
todos somos livros

guardamos nas páginas do inconsciente
mágoas e arrependimentos
paixões inconfessadas
e amores que venceram o tempo
aventuras e desventuras
nosso destino e nossas escolhas
estão resgistrados em papiros
e guardados nas estantes do universo humano
localizadas no coração da biblioteca
entre o horizonte de eventos e o horizonte de sonhos infinitos
ao leste da galáxias das ilusões.


Isabel Furini




terça-feira, 7 de novembro de 2017

23 de Novembro Dia Internacional da Palavra - Museu da Palavra


Foto da Fundação
Em 23 de novembro é festejado O Dia Internacional da Palavra - entendo que a palavra é vínculo entre os seres humanos.

Com o objetivo de divulgar o Dia Internacional da Palavra criado pelo Museo da Palavra da Fundação Cesar Egidio Serrano, realizamos durante este mes uma homenagem poética ä Palavra.

Os poemas enviados para o e-mail: isabelfurini@hotmail.com,  serão publicados por ordem de chegada. Todos los dias, até 20 de novembro, publicaremos neste blog os poemas recebidos.

Em 23 de novembro, todos os poemas serão publicados na Revista Virtual Carlos Zemek de Arte e Cultura.

Recebidos poemas dos poetas:
Neyd Montingelli, Decio Romano,  Luciana do Rocio Mallon, Isabel Furini, Adriana Garcia, Aldo Moraes, Humberto Napoleón Varela Robalino (do Equador), Van Zimerman, Sonia Cardoso, Maria Antonieta Gonzaga Teixeira, Kátia Sentinaro, Marli Terezinha Andrucho Boldori, Amaury Nogueira, Norma Haydée Perez, Eloi Fonseca, Juliana Oliveira Nacimento,


A palavra

Para os novos ouvidos,
a palavra é vã, sem compreensão.
Mas, vindo da boca (e do coração) da mãe,
a palavra é música,
é alento,
é conforto,
é alimento para o viver.
Fossem assim para o sempre,
escutariam o rogo da vida,
e não passariam fome ou frio.
Filho,
escuta aquela que ama sem condições,
escuta a mãe,
escuta suas palavras, seus conselhos.
Escuta os professores,
os mais velhos.
A palavra com amor tem significado,
para a vida.
Escuta a pátria, que é a mãe terra.

Neyd Montingelli (Brasil)


Palavras ao mundo

A palavra em rima
é poema.
A palavra em memória,
é história.
A palavra em ternura, com afeição,
é amor, é paixão.
A palavra em solidariedade,
é caridade.
Feliz aquele que faz da palavra

seu meio de comunicar-se com o mundo.

Neyd Montingelli (Brasil)

***

Palavra

Palavra te digo metal aéreo
Por todos os rumos, selvagem
Levando consigo um segredo
Sagrado pelo batismo do signo.

Selada pela liberdade
Discursa alvos divergentes
Céticos de seu ponto, imóveis
Retratados cada pela escuta.


Decio Romano (Brasil)


***

A Palavra é o Vínculo da Humanidade

A palavra é o vínculo da humanidade
E o caminho real para a felicidade
A palavra vira canção em melodia
Quando ela é feita com Poesia

O escritor é um trabalhador que lavra
Com a enxada da caneta da ternura
Curando através de uma mágica palavra
Qualquer virose, doença, ou, loucura

A palavra é a chave rara de um segredo
Capaz de evitar revolução, briga e guerra
Sem deixar uma delicada flor com medo
Quando o inverno invade a primavera.

Luciana do Rocio Mallon (Brasil)

***

PONTES

Palavras são pontes
unem pessoas, cidades e países.

Palavras podem ser como flores
ou como essa linha do horizonte
que está unida com o mar.

Palavras podem unir todos os corações,
pois todos fazemos parte do Ser Universal.

Isabel Furini (Argentina)



***

A PALAVRA

Tentei encontrar uma palavra
Para um poema rabiscar
Que expressasse o meu sentimento por você
Só o amor poderia dizer tudo
Mais nesse momento o que sinto
Nessa palavra quero deixar rabiscado
             SAUDADE!        SAUDADE!
Onde você está?
Não tenho palavras para descrever o quanto você é especial
Vou continuar dizendo em todos os rabiscos
O amor que sinto por você não encontrei a Palavra para expressar o quanto te amo
A palavra seria...
Amo,amo,amo,amo!
Eternamente....
Amo

Adriana Garcia (Brasil)
07/11/2017


***



A PALAVRA

Que palavra é essa
que vira versos?

Liberta e modifica a alma?

Que palavra é essa
Que entorpece o lápis
E vira canção?


Tornada pérola do falar
e desmandos de sonhos
que tortura essa palavra
e o Rio com suas águas
e as nuvens por detrás do Redentor

Que palavra é essa
que faz nascer o pão e a flor?

Tudo dança, canta, samba
Tudo perde e se antecipa

Tudo espalha o mundo
e traduz poesia no que não se pode ver.

Mas ouve e vê!

E a palavra foi nascendo
E a palavra se formou
Veio o tempo, veio a chuva
E do nada, a palavra renasceu

Virou memória e liberdade
E das cinzas, brotou o pão
que alimentou a cidade
e o domingo inventou o sol e a poesia!

Aldo Moraes (Brasil)
***



                                           LOS SENTIDOS DE LA PALABRA

                                                               La palabra
                                                       labios de la libertad.
                                                         La libertad es amar
                                                 los labios pronuncian amor.

                                                                 La palabra
                                                          ojos de la libertad.
                                                         La libertad es mirar
                                                      los labios anuncian la luz.

                                                                  La palabra
                                                         olfato de la libertad.
                                                        La libertad es respirar
                                                       los labios aroman el ser.

                                                                   La palabra
                                                          oídos de la libertad.
                                                            La libertad es oír
                                                  los labios entonan canciones.


                                                              La palabra
                                                   paladar de la libertad.
                                                   La libertad es saborear
                                                  los labios saben de miel.

                                                                 La palabra
                                                         piel de la libertad.
                                                         La libertad es sentir
                                                        los labios saben besar.

                                                               La palabra
                                                       aliento de la libertad.
                                                        La libertad es vivir
                               los labios proclaman al hombre su libertad de vivir.

                               Humberto Napoleón Varela Robalino (Ecuador)


***

SEMENTE  DE PAZ

Bem-vinda  energia
Contida na  palavra
Que germina no solo da poesia
E, aos poucos cresce e desabrocha,
A palavra Amor espalha
As cores do arco-íris,
Pincelando  a harmonia
E a fraternidade entre os povos
A palavra Amor aproxima
E  unifica, desenhando
Um  sonho possível
De um mundo de Paz...

Vanice Zimerman (Brasil)

*
DE MÃOS DADAS

No silêncio da noite
A palavra desperta
E emocionada renasce
E pulsa, vibrando.
Em sintonia com o Universo,
A palavra é uma ponte de luz
Que diminui  a distância,
Entre as pessoas,
Esperança que  acolhe,
Incentivando a solidariedade
E assim a palavra,
Como fonte de comunicação
Passeia, feito bálsamo,
Suavizando as dores...


Vanice Zimerman  (Brasil)

***

Palavra 

Toda palavra saída
Da boca do Pai e do
Homem podem ser mel
Podem ser fel, salvadoras

Falam de amor, felicidade
Mal estendida, fé e paz
Redimem, levantam, servem
De suave arrimo, aquecem, revigoram

Tal bálsamo na dor
Luz no túnel, bóia no mar
Mesmo díspares, inteligíveis

E que a palavra escrita
Seja sempre motivo de alegria

Boa alvissareira.

Sonia Cardoso (Brasil)

***

Palavra II

A estrada da ponte que se deve seguir
para espalhar a palavra que conduz
ao caminho da verdade, evoluir
em sabedoria, em perfume e luz.

Palavras falam de estrelas cadentes,
de trovões, de tempestades em alto mar,
de poetas sonhadores, de seresteiros
e das serenatas em noites de luar.

Proclamar a Palavra de Deus, de saída,
é manifestar admiração pela natureza,
o amor e a gratidão, que dão sabor à vida,
a essência do existir com toda grandeza.

Está escrito, nas entre linhas...até o horizonte,
é preciso fazer conexão com os nossos irmãos,
com palavras amáveis unindo pontes
de amizade, de ternura, e de compaixão.


Maria Antonieta Gonzaga Teixeira
Castro-Paraná- Brasil


***


Palavras que dançam

As palavras dançam no dicionário,
Na mente, nos livros do armário.
Na chuva, no rio, no mar, no sol.
Dançam em Tupi, Português, Espanhol,
Em todos os continentes.
Algumas nunca ficam dormentes!
Impossível ficarem quietas diante da injustiça.
Alertam perigos.
Não se calam na fome,
Ou na ausência de abrigo.
Dançam de mãos dadas,
Dançam de mãos separadas.
Formam ideias e ideais que não enxergam fronteiras.
Como um baile espiral de bandeiras:
Um ser vivo que envolve todos os povos,
Une e abarca os passageiros desse planeta.
As palavras fazem sorrir, sonhar e lutar.
Basta querer dançar com elas,
Para testemunhar.

Kátia Sentinaro (Brasil)


***

Trova da Palavra

O poeta usa a palavra,
pede um mundo mais igual,
hoje e sempre será lavra
na mudança fraternal.

Kátia Sentinaro (Brasil)

***

Palavras

A palavra é perigosa
Deve-se saber como usar
Só retirar dela o necessário
Caso haja exagero
Ela pode matar
Usando o seu sentido
De existir
São traiçoeiras, porém generosas
Fiéis, mas algozes
Viaja
Vai pelo mundo
Encontra com outra palavra
E faz seu discurso
Usa todas as letras
Embrenha-se nos livros
Eleva o autor
Ou enforca-o
Em suas palavras.

Marli Terezinha Andrucho Boldori (Brasil)

*


A Palavra

Para falar sobre a palavra
Preciso usá-las
Para dizer tudo que quero
Porém nem todas
Podem ser ditas
Em qualquer lugar,ou
A qualquer pessoa
A palavra encerra em si
Muitos segredos
Os quais nunca foram ditos
Porque a palavra
Sepultou-se nela própria.

Marli Terezinha Andrucho Boldori (Brasil)

***

Fraternidade além das palavras

A cena que vi doeu em meu peito
o mendigo ancião repartindo
o seu único pedaço de pão
Para mim
a melhor lição de fraternidade
que vi nessa sociedade de tanta crueldade.

Amaury Nogueira (Brasil)


***

                     PALABRA
Palabra: vives en arcones de los pueblos  milenarios
Un duende te llena de  magia y sales buscando voces
En canciones ancestrales de nativos
Guardando sus tradiciones en loncomeos patagónicos
O rogativas funerarias.
Eres inquieta como el viento y el mar
Abrazando pueblos en son de paz y amistad
Eres canción de cuna en labios de una madre
Acunando a su niño en noche de luna.
Eres fantasma , pirata, brujas, princesa
En cuentos infantiles en boca de la abuela.
Te aromas de sabiduría en el pensamiento de un filósofo
O en las formulas de un científico.
Lates en los versos de amor del enamorado
Melancólico o despechado.
Palabra, eres simple , usas un traje de acuerdo a la ocasión,
De gala, de trabajador ,con mucho o nada.
En fin , eres universo.

Norma Haydée Pérez (Argentina)



***


As Palavras

Três palavras disse a ela:
" Mãe, quer água? "
Assentiu apenas.

Quanto a mim!
Dela guardo uma:
" Respeito ".

Sim, as palavras o vento as leva
que assim o seja
porém as folhas sempre as agasalham.

Meu pai me deixou três verbos:
" observe, analise e faça "
já que assim caminha a humanidade.

A primeira palavra lida:
" Uva ".
Que delícia tal percepção!

De abertura, nas salas de aula,
duas palavras ditas:
" Leitura e Interpretação ".

Elói Fonseca (Brasil)


***

Olhar de cumplicidade

Repleto de pureza
São tantas palavras a dizer
Mas, somente uma troca de olhares
Para interpretar e compreender

Juliana Oliveira Nascimento (Brasil)
.

Participe enviando poemas

Museu da Palavra - Espanha


23 de Noviembre: DIA INTERNACIONAL DE LA PALABRA del Museo de la Palabra Fundación César Egido Serrano.

Homenagem ao Dia Internacional da Palavra do Museu da Palavra.
Para festejar o "Dia Internacional da Palavra", Isabel Furini e Carlos Zemek convidam aos poetas para participar da Homenagem à PALAVRA COMO VÍNCULO DA HUMANIDADE.
Cada autor poderá enviar um (1) poema ou dois (2) poemas. Sem limite de versos (linhas).
Os poemas serão publicados por ordem de chegada.

Os poemas devem ser enviados para o e-mail: isabelfurini@hotmail.com, até 20 de novembro de 2017.

Esclarecimento:
a)Os poemas devem referir-se à palavra no aspecto positivo. A palavra como ponte para a amizade, para o amor, para a harmonia, para a união da humanidade.
b) Poemas com mensagens políticas, racistas, ofendendo crenças ou com palavrões não serão publicados.
c) Os poemas podem estar escritos em língua portuguesa ou espanhola.
d) Todos os poemas com o tema A PALAVRA, recebidos até 20 de novembro de 2017, serão publicados nesta revista gratuitamente NO DIA INTERNACIONAL DA PALAVRA

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Âmago poético - Poema de Isabel Furini

ÂMAGO POÉTICO

o poeta mora entre o inferno e o céu
tem língua de trapo
e um mausoléu
de lembranças no coração

é possível costurar sua boca
e costurar as gretas entre suas palavras
mas é impossível destruir o poema
que com voz metálica ulula na alma do poeta.
Isabel Furini



quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Galaxias Interiores - poema de Isabel Furini

foco minha meditação na impermanência

subjetivas galáxias
espalham-se
pelo universo mental

sou um ser transitório como as ondas do mar
o voo das aves, as rosas da roseira
os tornados e as nuvens
pois neste mundo
só a imaginação consegue tocar a eternidade

tudo é consumido pelo tempo
estrelas e galáxias são viajantes do cosmos

o tempo é desmembrado em instantes
e o instante é precário

cometas passeiam pelo meu jardim imaginário
e meus olhos enxergam primaveras
novas sementes e  boas colheitas (merecidas)
antes de finalizar a jornada.

Isabel Furini

A Fronteira do Universo - Óleo sobre tela de Carlos Zemek

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

O Louco - poema de Isabel Furini


Fotografia e Arte Digital de Isabel Furini

O LOUCO

corria perto do abismo
caçando momentos de felicidade

assegurava
uma rede para capturar borboletas
(com sua mão direita)
quando percebeu que sua vida era uma mistura
de belas flores violetas e de espinhosos cardos

de repente percebeu uma flor amarela com bordas azuis
para caçar essa flor única e esse instante único
só precisava voar!
e voou lúcido e sozinho rumo à eternidade

Isabel Furini


Fotografia de Isabel Furini


domingo, 22 de outubro de 2017

O Círculo que o rio não levou - Miniconto de Isabel Furini






O CÍRCULO QUE O RIO NÃO LEVOU 

Observou o círculo. Uma cobra branca, nuvens e fantasmas faziam parte do espetáculo. A cobra era enorme e mordia a própria cauda. Devorava-se (como um homem mastigando seu passado). Pensou em Heráclito. As águas levariam o círculo branco dos sonhos? Cinzelava o rio de Heráclito quando foi deglutido pela cobra. Hoje, ele faz parte do círculo e de sua quadratura.

Isabel Furini

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Participem gratuitamente de e-book de Poesia

O e-book "101 poemas para Carlos Zemek" com os trabalhos do artista plástico e especialista em Arte Digital CARLOS ZEMEK e poemas sobre suas obras, será publicado no mês de dezembro/2017.


PROJETO POETIZAR O MUNDO

CONVITE AOS POETAS:

Os poemas devem ser inspirados em obras desse artista (seja pintura ou arte digital). 
As obras estão nos blogues:

Trabalhos em Arte Digital visitar: http://cazearte.blogspot.com.br/

A publicação dos poemas no e-book será gratuita.

Cada poeta pode enviar até 2 poemas.

Enviar mini currículo (até 50 palavras).

O material tem que ser encaminhado até 31 de outubro.

ENVIAR OS POEMAS PARA E-MAIL: isabelfurini@hotmail.com 

Alguns trabalhos de Carlos Zemek - Mais trabalhos do artista no blog: http://cazemek.blogspot.com.br/













domingo, 8 de outubro de 2017

Instante - poema de Isabel Furini

INSTANTE

as águas do rio
(limpas ou turvas)
enfrentam as rochas
e as curvas
no mesmo instante
o rio nasce e morre
as naves ancoram
mas o rio avança
o rio de Heráclito
é o eterno agora.

Isabel Furini


sábado, 7 de outubro de 2017

A Caneta: Poema de Isabel Furini

A CANETA

o poeta reflete sobre a vida
concentra-se nos movimentos da caneta

o poeta compreende a estratagema da caneta
:
a caneta faz piruetas
                        mímicas
                           acrobacia
dança
     ziguezagueia
                        espia
(qual astuta serpente)
e por fim escreve a poesia
que o poeta guardava no laboratório de alquimia
localizado no portal da mente subconsciente

Isabel Furini

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

ANATOMIA POÉTICA - Poema de Isabel Furini


ANATOMIA POÉTICA

transfigurar as sombras
reinterpretar imagens do passado
sentir o chamado dos túmulos e dos mortos
e construir universos imaginários

porque a poesia está além das cronologias
e na sua anatomia 
estão reunidas a pureza e o delírio.

Isabel Furini



quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Poemas para A Divina e Poderosa Presença Eu Sou - Isabel Furini

TRÊS POEMAS
PARA

"A DIVINA E PODEROSA PRESENÇA EU SOU"
(Que é a divina e poderosa presença de Deus)

I

'Eu sou" - depois de falar isso
o simbolismo cósmico aprimorou
umas asas brancas e nevadas,
e um par de anjos ingênuos
apareceu nos céus.

Entoaram em coros Pai Nossos,
que se escutaram durante sete dias,
sobre os mares Atlântico e Pacífico.

E lá, nos altos Himalaias,
ressurgiu das cinzas um santo
por todos esquecido.

Um santo que morreu numa cova da montanha,
depois de vinte e um anos
entregue à meditar o mesmo mantra.

Os templos ardorosos criaram
uma figura humana
de beleza sem igual,
com a doçura carinhosa da Madona
que desejava ser feliz.

Não sei porque estas imagens
estavam cobertas por uma luz dourada,
e eu estava sentada na minha cama,
lendo um texto do Mestre Saint Germain
que iniciava com esta frase sibilina:
"Eu Sou, além das montanhas..."

Isabel Furini - Do Livro "O Homem e Deus"

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Martinho, o vampiro divertido - (Poema Infantil de Isabel Furini e Elciana Goedert)



MARTINHO, O VAMPIRO DIVERTIDO
I
Era uma vez um vampiro
cujo nome era Martinho.
Ele era muito alegre,
mas também um exibido.
II
Gostava de estar conectado
Era um vampiro galanteador
Com os amigos, muito divertido
Por isso sempre ao seu lado
Tinha um lindo computador.
III
O vampiro Martinho dormia
calmamente em seu caixão
e perto de seus pés
dormia um pequeno jacaré.
De repente, entrou um lobisomem
e seu lindo computador levou.
IV
Os vampiros abriram as tampas
dos caixões de madeira.
O lobisomem se assustou
e rapidamente ele devolveu
o computador que não era seu.
V
O Vampiro Martinho
uma festa organizou.
Martinho era bom dançarino
e com a sereia Iara dançou,
enquanto uma Múmia
cantava uma linda canção.
Lalalá...lalalá...lalalá...
Lalalá...lalalá...lalalá...
VI
O Zumbi não sabia dançar,
mas bebia suco de maracujá.
E o Mago e a Bruxa Dandá
não conseguiam parar de dançar.
VII
O mais importante desta história
é que o Lobisomem se arrependeu.
E como Martinho não era mau,
Ao Lobisomem ele então perdoou.

Poema de Isabel Furini e Elciana Goedert


sábado, 5 de agosto de 2017

Alimento - Poema de Isabel Furini

ALIMENTO

o poema
e o poeta
(dragões devoradores)
alimentam-se
dos olhares dos leitores.



Quadro de Carlos Zemek

domingo, 30 de julho de 2017

O jardim encantado



Nesse jardim de fantasia
a luz do Sol
nunca se escondia

um Centauro tocava uma lira
e alegremente cantava
(sentia-se de bem com a vida)

ninfas e fadas riam
e falavam
enquanto os Silenos dançavam

um unicórnio
brincava com borboletas
enquanto um Sátiro
fabricava uma maleta

de onde surgiu esse mundo?
da caneta do poeta.

Isabel Furini

terça-feira, 25 de julho de 2017

A rosa negra - Poema de Isabel Furini

A ROSA NEGRA


























A ROSA NEGRA

Era uma linda rosa negra
bonita como uma estrela,
mas as outras rosas falavam:
- Rosa negra é rosa feia.

Um beija-flor muito gentil
olhou essa rosa e falou:
- A rosa negra é formosa,
mas suas irmãs são hostis.

Elas não gostam da cor preta
e essa bela e perfumada flor
é vítima de desprezo
e de hostilidade sem fim.

Mas a única verdade
é que a rosa negra é delicada.
Ela é apreciada pela arte gótica
por ser uma flor exótica.


Isabel Furini

segunda-feira, 24 de julho de 2017

O Barquinho Alegre - Poema de Isabel Furini

Quadro de Liliana Bruquetas

Barquinho

Era um barco pequeno,
Mas sabia navegar.

E quando amanhecia
o barco gostava de brincar.

Era um barco inteligente
e amava trabalhar.

O barquinho adorava navegar.
Era muito amigo das ondas.

E ao chegar à outra margem
Tocava o seu velho sino:

Blim-blém Blim-blém Blim-blém

As crianças gritavam:  Oba! Oba!
Depois embarcavam contentes.


Isabel Furini

sábado, 15 de julho de 2017

Curso Máscaras em Argila pela artista Aline Albuquerque

A proposta deste curso é que o aluno desenvolva seu próprio projeto de máscara decorativa em argila.
O curso de criação de máscaras decorativas visa agregar o conhecimento em escultura através da experimentação de técnicas, com dicas e orientação profissional, para que o aluno possa desenvolver sua criatividade e expressão artística. Modelar máscaras, além de ser uma atividade que tira as pessoas de uma rotina estressante, também é uma atividade que vir a complementando sua renda.
Público: Voltado para pessoas que querem trabalhar com escultura, artesanato e afins, iniciantes sem experiência na área com curiosidade em aprender e profissionais que queiram aperfeiçoar-se.

Etapas: MÓDULO I - Desenvolver uma peça em argila, detalhar, queimar e pintar.
Início: 16/07/2017 à 06/08/2017.
Turmas: Manhã - 10h às 13h/ Tarde- 14h às17h.
INVESTIMENTO: R$ 230,00 curso .
(Material e queima da máscara não incluso).
*O curso terá duração de 1mês, serão 4 encontros de 3 horas cada. Totalizando12h/aula.
LISTA DE MATERIAIS:
Módulo I – Modelar e desenvolver uma peça em argila, detalhar , queimar e pintar .
- 2 kg de argila escolar “Pascoal”: (Casa do ceramista)
- 1 Conjunto de estecas e ou goivas (necessários a partir da segunda aula):
- 1 Espátula plástica (necessários a partir da segunda aula):
- 1 Pano tamanho aproximado de 30cm x 20 cm para cobrir a peça.
- 1 Borrifador de água.
- 1 Esponja.
- 1 Avental ou camiseta velha.
- Tintas acrílicas das cores de escolha do aluno . (Indicamos ,Azul Ciano, Magenta e Amarelo limão, Preto e
Branco).


LOCAL: CIRCULAR ATELIER COLABORATIVO
RUA: Mb. Arthur Leme, 340
(Paralela a Rua Holanda, próximo ao Colégio Leôncio Correia)
Bacacheri, Curitiba
@circularatelier Ligar (41) 3319-3164
https://www.facebook.com/circularatelier/
Sobre a ministrante:
Frequentou a primeira escola de oleiros do Brasil, Joaquim Antônio de Medeiros em SC em 2005. Ingressou na Escola de Música e Belas Artes do Paraná no ano de 2006 como bacharel em Escultura. Desde então desenvolve a pesquisa plástica Hiper-realista. É criadora de esculturas hiper-reais (escultura que parecem pessoas reais) de personalidades como BB. King, Paulo Leminski em tamanho real, além de desenvolver máscaras de rostos hiperreais em diversos materiais.

Mais sobre Aline Albuquerque em:
http://youtu.be/hw_esxPMCVU
https://alinealbuquerque.wordpress.com/escultura/

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Curso: COMO ESCREVER LIVROS



Em 21 de agosto,  17:30 horas iniciará o curso COMO ESCREVER UM LIVRO, no Espaço Terra Índia, Rua Dr. Favire, 581, centro, Curitiba.

O curso tem estudos e exercícios práticos de escrita criativa.

Os participantes conhecerão métodos usados por escritores reconhecidos. Analisarão estilos literários Escreverão textos.

São 4 aulas: 21, 23, 28 e 30 de agosto/2017.

O investimento é de R$ 350,00 (em dinheiro ou cheque).

Apostila e certificado incluídos.

Mais informações pelo e-mail: isabelfurini@hotmail.com

terça-feira, 11 de julho de 2017

Vídeo do poema REDES

Poema e Interpretação de ISABEL FURINI, produção de WASYL STUPARYK.

https://www.youtube.com/watch?v=Ky6V-f5zMWA

https://www.youtube.com/watch?v=Ky6V-f5zMWA



REDES
                                     (Poema en español)
Trampa mortal
en el mar de sombras.

Hay redes que nos atrapan.

Refleja mi silencio
el movimiento del água
entre mis pies dormidos.

Y esas montañas,
montañas del olvido
que reviven esperanzas muertas
y anuncian una nueva aurora
en la desierta ruta del destino.

Isabel Furini

segunda-feira, 10 de julho de 2017

O Artista

ARTISTA

En el juego de ajedrez
de la vida
el artista expresa en los lienzos
con cada pincelada
la geografía emocional de los chacales
adormecidos en su mente.


Isabel Furini


Fui convidada por Wasyl para realizar a leitura de meu poema "O Artista". Ele dedicou o poema in memoriam ao pintor Jair Mendes.
O vídeo está no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=NuFvzLMWmhw


quinta-feira, 6 de julho de 2017

Amor em Sombras - Poema de Isabel Furini



AMOR EM SOMBRAS

Te amei como nunca
amei nesta vida
fui escrava do círculo
ciúme-paixão

teus braços fechados
rodeando minhas costas
teus olhos abertos
para um novo amor

teus olhos de névoa
tua boca silenciosa
tuas mãos ardentes
em horas de paixão

teus beijos de pedra
caíram na terra
rodando ao acaso
em busca de outro amor.

Isabel Furini

domingo, 2 de julho de 2017

O Ornitorrinco - Poema infantil de Isabel Furini


Era um lindo ornitorrinco
cujo nome era Jacinto.

Jacinto era muito cuidadoso.
Quando o velho crocodilo
aproximou-se tranquilo...
Jacinto se escondeu entre as rochas.
porque perecebeu o perigo.

Horas depois pensou
que o crocodilo havia desistido.

Feliz voltou a nadar
e procurou os seus amigos,
para contar como eram grandes
os dentes do crocodilo.

Isabel Furini


sexta-feira, 30 de junho de 2017

Bosques - Poema de Isabel Furini


BOSQUES

Dança minha alma
sobre pedras
samambaias
flores, fadas
e heliótropos

os bosques
alimentam os Sátiros e os Silenos
são médicos e filantropos
curam o corpo e a alma
e renovam a esperança

chuva, sol, ventania
o bosque permanece
provoca paz e alegria.


Isabel Furini




sexta-feira, 23 de junho de 2017

Afectos - Afectan (Poema en español de Isabel Furini)


Un nuevo amor permea los intersticios de los átomos
y orquesta el tiempo
en la dimensión de los afectos
(transitorios).

Danzan las gaviotas del amor más allá de las sombras,
danzan en los colores
de un cuadro expresionista
pintado por una artista loca
(lúdica recreación de amores).

Sobre el lienzo
ululam imagenes e ideas paradojales.
Ella expresó la geografía emocional
de los chacales adormecidos
em la mente.
Sobre el lienzo
ululam imagenes e ideas paradojales.

La artista ríe en la soledad,
sus emociones
hacen temblar las amebas del tiempo.
Tiembla el corazón
mientras las manos pintan
y expresan
opacos sentimientos.

Isabel Furini

Arte digital de Isabel Furini

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Tradução - Poema de Isabel Furini



TRADUÇÃO

Flores são emoções e poemas
traduzidos
em fragrâncias
em silêncios
e em cores.

Isabel Furini

quinta-feira, 8 de junho de 2017

NOSSA FACE NO FACEBOOK SERÁ REAL? - Crônica de Isabel Furini


Eu tenho uma dúvida e gostaria de opiniões sobre o assunto: alguém sabe por que no Facebook as pessoas colocam insistentemente frases maravilhosas que ninguém consegue vivenciar? Porque AMAR é maravilhoso, e meu coração se divide em duas partes, amor e mais amor, e sempre o amor. Tem dias em que você acorda bem, tudo está certo, os caminhos estão abertos... Mas todos temos nossas idas e voltas, nossas voltas e idas...

    Todos temos um dia de mau humor, sem sol, carranca de proa em nossas vidas que parecem sem destino. Penso às vezes que o Facebook foi uma iniciativa do mundo dos anjos. Sim, porque humanos têm alegrias e tristezas. Mas na internet todos são maravilhosos, todos estão sempre lindos, felizes, de bem com a vida, indo ou voltando da Europa, onde a viagem foi fascinante, com passeios incríveis, com festas glamourosas, olhares iluminados (desculpem, é o olhar do Photoshop).  Realmente, parece que todos são anjos de amor!


Será esta face verdadeira? Por fim, a humanidade conseguiu dar um passo rumo ao paraíso? O mundo melhorou ou estamos nos enganando? Será que aqueles "anjos" que escrevem no Facebook nunca acordam de manhã, vão até a garagem e descobrem que o carro não está mais? Ou que está com problemas e que não poderão usá-lo? O mundo “glamouroso” de um personagem, digamos, João, que  precisa falar com o chefe, acalmar-se, ser objetivo. Que precisa se controlar para não brigar com a secretária, que criticou sua roupa. (“Safada, o que ela sabe de moda?”) Ou então com aquele novato que está doente (ou fingindo) e soma o trabalho dele ao trabalho do João. João aproveita para falar com o gerente sobre esse pobre homem, sugerindo que seria melhor para o doente procurar outro emprego, pois não está preparado para enfrentar os desafios que a empresa exige.

Mas entendemos. João faz isso para ajudar esse pobre homem doente. Isso é amor universal – e justiça também, num mundo que tem tantas pessoas preparadas para desafios e que podem ocupar esse lugar. Por fim, horário de voltar para casa, suportar o cansaço do dia, os semáforos, as buzinas dos outros carros, o palavrão do cara de gravata que não suporta nem um minuto mais sem a sua cervejinha, mas a fila de carros está separando-o da felicidade. Buzinas e mais buzinas. “Os idiotas que abram passo! O meu carro é mais potente!” - João fala consigo mesmo. Depois pensa em alguma frase positiva, enquanto xinga baixinho. Olha-se no espelho e tenta manter a pose de grande homem.


Isabel Furini é escritora e poeta.
e-mail: isabelfurini@hotmail.com
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