CORVOS
traçam linhas
e círculos
e desenham versos
com letras arcaicas
e inspiram versos
aos poetas tristes
e aos poetas misantropos
corvos – estrelas da constelação da sede eterna
corvos
corvos – tristes
corvos
corvos – poetas do espaço vazio
corvos
corvos – misantropos
corvos
corvos – com almas de cavernas
corvos
corvos – desolados e enternecedores
corvos
corvos – divertem-se com bicicletas mágicas
corvos
corvos – poetas - artistas - profetas
corvos
corvos – mapas e ampulhetas das horas
corvos
corvos – arúspices do mundo.
Isabel Furini
CORVOS II - Poema de Isabel Furini
Sob o olhar dos corvos os nervos a flor de pele
sobressaltos
ohos de noite e de gatos
esse vento do destino roaçando os ombros
e a calma depois do naufrágio
o mundo volta a girar compassado
(canções de amor em um abraço
prolongado).
Isabel Furini
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