sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Ano Novo (2022) - Poema de Isabel Furini

 



Ano Novo


Ano Novo é coração
batendo com esperança.

Tempo de guardar a dor
no armário das lembranças.

Vamos iniciar o ano
com alegria e confiança.

E preparar corpo e alma
para uma nova dança.

Ano Novo é renovação.
Época de semear amor.

Isabel Furini

 


 

sábado, 11 de dezembro de 2021

eu e EU (Poema de Isabel Furini)

 

 

eu e EU

a ponte
entre eu  e Eu
era um espelho
(de uma loja de antiguidades)
que foi minha
em sonhos

no eu descansa
o mundo quotidiano
repetitivo e medonho
enquanto no eterno Eu
descansam:
a  poderosa luz do céu
o verbo amar
e um profundo desejo de voar

 Isabel Furini



segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

A Paixão do Poeta (Poema de Isabel Furini)

 

 

A paixão do poeta

Isabel Furini

 
Sensível
navega em subtextos poéticos
e elabora metáforas subcutâneas

súbito
beija uma fotografia
e acaricia emoções
(submete-se
às antigas paixões)

às vezes, tenta mascarar
essa paixão clandestina
mas de maneira sub-reptícia
a paixão o domina
cada vez que ele olha aquela fotografia... 




quarta-feira, 10 de novembro de 2021

O açoite das palavras (Poema de Isabel Furini)

 



esta vida é açoitada
com o açoite das palavras

as palavras de ironia
as palavras desumanas
as cruéis, as violentas
as que ofendem e desprezam
e as palavras insidiosas
ou perversas que envenenam
como mordidas de cobras
ou picadas de escorpião

se as palavras de ódio
azedam o mel do coração
será preciso urgentemente
gritar a palavra AMOR!

 

Isabel Furini




quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Concurso de Campo Largo (2013)

 

Há alguns anos fui a Campo Largo, PR, para receber esse prêmio! Quanta água passou sob a ponte. O rio da vida trouxe alegrias e desilusões, medos e esperança. Às vezes penso que somos marinheiros navegando em barquinhos de papel pelo mar da eternidade. Platão disse que o mundo é o brinquedo dos deuses. Dyonisos, quando criança gostava de brincar com os corpos celestes, com as formas geométricas. Com nossos risos lágrimas fazemos parte da brincadeira. Sucesso e fracasso, sonhos, ideias fixas, dogmas, pensamentos... tudo fica neste universo de papel, e quando o destino realizar o chamado será preciso partir para novas realidades. 

Como afirma a filosofia indiana: o mundo é Maya, a grande ilusão...

 



quarta-feira, 20 de outubro de 2021

ConversArte: Devora Dante e Isabel Furini

 

Em 29 de outubro, 16 horas de Brasil (2:00 PM da Colômbia), a diretora do programa ConversArte, Devora Dante, entrevistará a poeta, escritora e professora Isabel Furini. 

No programa serão abordados assuntos importantes, entre eles: O caminho do escritor, Características da Poesia na atualidade,    Poesia em época de pandemia;
Poesía em sala de aula.

Estão todos convidados para esta Live.







domingo, 17 de outubro de 2021

A rosa e o vaga-lume (Poema de isabel Furini)


 

A rosa e o vaga-lume

...e de noite a rosa perguntou ao vaga-lume:
- Você viu o pássaro azul?
– Não –  respondeu o vaga-lume.
Eu não tenho tempo para olhar os pássaros
minha única paixão é produzir luz.

Isabel Furini

 


 

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Orbe Metafísico (Poema de Isabel Furini)

 

Orbe metafísico

guardo em mim
jasmins
intumescidos
pelo frio inverno

espero o Sol da primavera
e sonho com uma borboleta azul
projetando uma sombra viperina
para destravar a fechadura
dos portais do não-tempo
onde impera
a consciência do vazio.

Isabel Furini 



 




terça-feira, 12 de outubro de 2021

Guerra (Poema de Isabel Furini)

 

 

Guerra

a escuridão e a luz
jogam xadrez
do inicio dos tempos


quando a luz ganha a partida
surgem das trevas
serpentes devoradoras
de sonhos e envenenam
e devoram o tabuleiro
e os anjos sorriem

quando a escuridão
é declarada vencedora
a civilização declina
impera o caos
e os humanos sofrem e choram

e na caverna das horas
acontecem
guerras avassaladoras.

Isabel Furini

 

 

 

 

 

 

Fase&Face

cada fase
tem uma face
refletida
no espelho da vida

Isabel Furini

 


domingo, 10 de outubro de 2021

Antologia de Contos Infantis do Concurso da editora Philia

 

Já foi impresso o livro de Contos Infantis do Concurso "Eu conto um conto 2021", da Editora Philia.  A Antologia tem 168 páginas de emoções. O conto "Prego Nélio", de minha autoria, foi um dos selecionados para compor o livro.

Os contos selecionados podem ser de interesse para professores e contadores de histórias. A maioria das histórias são leves, engraçadas. Algumas têm uma mensagem psicológica ou filosófica.

O Conto Prego Nélio de Isabel Furini faz parte da Antologia


sexta-feira, 8 de outubro de 2021

A gadanha (Poema de Isabel Furini)

 


A gadanha

Os anjos caídos cuspiram sombras
sobre a árvore de magnólia
refletida em um espelho de metal antigo
um movimento nas luzes projetadas pelo espelho
e os fantasmagóricos  duendes do abismo abrem seus olhos
e riem
e eles atravessaram as paredes que separavam os séculos
e palavras antigas como "pandemia" e "fim do mundo"
renovaram-se com o poder das sombras
e  voltaram a habitar os lábios e estremeceram
gargantas e corações
alguns verbos como viajar tornaram-se proibidos
mas outros verbos como amar e acreditar
foram colocados aos pés do trono de Cronos
e Cronos (matreiro) ergueu a gadanha
e cortou cabeças e triturou pescoços
e ficou sozinho como aquele pedaço de pão velho
que permanece esquecido em um banco de madeira de uma praça
onde alguns mendigos (cansados ​​da vida) matam as horas
enquanto esperam serem mortos pela gadanha impiedosa de Cronos.

Isabel Furini

Esse poema foi publicado na revista Kametza, de Lima, Peru, em Setembro/2021.

"Anjo Caído" de Salvador Dalí


quinta-feira, 16 de setembro de 2021

O âmago da humildade - Poema de Isabel Furini

 

 

O âmago da humildade
  
     
não é um presente
nem é injetada nas veias
com dardos lançados por zarabatanas

a humildade
é desenvolvida com calma
e com sensibilidade
como os trabalhos de Ikebana.

Isabel Furini







quinta-feira, 29 de julho de 2021

Compulsão parisiense (Isabel Furini)

 

 


COMPULSÃO PARISIENSE

A cidade fantasma ecoa na memória
conhecemos Paris antes de nascer
(antes de nascer perambulamos por Paris)
 

éramos como mutantes no oceano da vida
habitantes marinhos habitados pela subjetividade
éramos um coração palpitante nas águas do amor
um quadro silencioso
quase emoções pintadas entre prédios e semáforos

as ruas de Paris estendendo-se além das palavras
sem palavras
- antes de nascer perambulamos por Paris.

Isabel Furini

(Publicado na revista Mallargens em 24/03/2014)

 


 




quinta-feira, 15 de julho de 2021

Rústico coração (Poema de Isabel Furini)

 








Rústico coração 

quase um acordeão que chora
tecido com canções de amor
e abandonado
no agitado rio das horas

o passado é um tecido abandonado
o futuro é um tecido em construção
só temos o eterno agora
para tecer nossa vida na vertigem das horas
antes que a penumbra
sombreie o âmago da paixão
e na solidão
a alma esqueça de solfejar o verbo amar.

Isabel Furini



quarta-feira, 7 de julho de 2021

Dualismo (Poema de Isabel Furini)


 

 

DUALISMO

a claridade do céu
opõe-se à  penumbra

pulam algumas gotas de chuva
em um belo dia de Sol

permanecem corpo e alma
como um grande paradoxo

nada escapa à oposição:
existem o ódio e o amor

e as sombras e a luz das estrelas
no âmago do coração.

Isabel Furini


 

terça-feira, 6 de julho de 2021

Revista Caxangá

 

 

Três poemas de autoria de Isabel Furini (Horas de Neblina, Mundo Louco e Arlequim), foram escolhidos pela excelente Revista Caxangá - Poços de Caldas,  e publicada na 3º  edição, páginas 222, 223, 224 e 225.


Ana Luíza Drummond,  Jorge de Freitas Ranielle e Menezes de Figueiredo são os editores da revista Caxangá.  A publicação se destaca pelo belíssimo projeto gráfico realizado por Érica Cristina Pereira de Souza Ranielle Menezes de Figueiredo. 


 

O amantes da Poesia e os curiosos pode acessar a Revista Caxangá GRATUITAMENTE.

Link:

https://revistacaxanga.files.wordpress.com/2021/07/caxanga-v3-n1.pdf?fbclid=IwAR3y1KrPBJjtQiYiAEvmeulBVTM7jWm4vGr9B2VWWJzqtj-N3qTn2HW4LpY

sábado, 3 de julho de 2021

Olhar Poético (Poema de Isabel Furini)

 

 

OLHAR POÉTICO

O olhar do poeta (sem linearidades)
enlaça
o olhar do primeiro amor
e o olhar do morto
oculto no porão
- o amor e a morte entrelaçam emoções
e a poesia descarta caminhos
e mordaças
e como um condor eleva as asas
atravessa as sombras e as nuvens
e avança rumo ao Sol

Isabel Furini




terça-feira, 29 de junho de 2021

O Pirarucu e seu amigo Achigã (Poema infantil)

 

No fundo do rio Xingu
Morava um Pirarucu.

Um peixe Achigã
Era a seu único amigo.

Pirarucu gostava de cantoria,
E Achigã gostava de brigas.

Se Achigã uma salamandra vencia
Com seus pequenos dentes a comia.

Pirarucu dizia: Meu pequeno amigo
Achigã é bom de briga.

Pirarucu gostava de poetizar
O rio, os peixes, as plantas e as ondas.

Achigã gostava de cantar,
De comer rãs e sapos e de brigar.

Isabel Furini



Imagem gerada pela IA do Bing.



terça-feira, 22 de junho de 2021

Depressão (Poema de Isabel Furini)

 

 


Depressão

não é pieguice, não
depressão
é o vazio interior
flutuando
sobre as farpas da solidão.

Isabel Furini



sexta-feira, 18 de junho de 2021

Aventurarte - Concurso infantil de poesia e desenhos

 

 

Um concurso para crianças de 5 à 11 anos acontecerá em 26 de junho (sábado) das 14 às 17 horas no Facebook. Todos os participantes receberão Certificado. Os melhores trabalhos seráo publicados nesta revista. 

Organizam o evento virtual Sheina Leoni Handel (Presidente da Avipaf), Isabel Furini (Conselheira), e Maria Antonieta Gonzaga Teixeira (professora e acadêmica da Avipaf)

A inscrição é gratuita. E pode ser realizada enviando o nome do participante (para elaborar o certificado), e a idade.

As criança sozinhas ou orientadas pelos pais poderão publicar seus poemas e desenhos.

Inscrições até 23 de junho/2021.

Inscrições: isabelfurini@hotmail.com

davidlee@vera.com.uy




Com o olhar do corvo (Poema de Isabel Furini)

 

 

Com o olhar do corvo

Na penumbra
o grito do corvo nos acorda
para novas realidades

entre as sombras, o relâmpago
assusta as retinas
e o músculo cardíaco

é preciso esculpir a palavra amor
apelando à memória
e aos sentidos

guardamos esse sentimento afetuoso
nos campos floridos
do passado

agora, o mundo mudou
– esta é a época
do relâmpago e do terror

é preciso chamar o amor
e cultivar algum ideal
com intensidade

como um corvo em um dia outonal
podemos observar o mundo
com o olhar profundo fixo no futuro.

Isabel Furini

(Este poema foi publicado na Revista Corvo Literário em 25 de agosto/2020)




quarta-feira, 16 de junho de 2021

A rosa vermelha (Poema de Isabel Furini)

 

 

A rosa vermelha

calco com pés descalços
sonhos antigos
perto de um barco de aquarela
e de uma rosa de seda

sobre um mar de ilusões
flutua um palco
um teatro é o mundo
trágico e fecundo

o amor coreografa
a terrível solidão
enquanto dança o "Quebra-nozes"
sobre as asas de um dragão

ter uma rosa vermelha como guia
obriga a fazer acrobacias

Isabel Furini


 


 

 


 

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Amiga de alma cinza (Poema de Isabel Furini)



Amiga de alma cinza


Neste mundo de visão polifônica
quem tem uma amiga raposa
de alma cinza  e  voz cínica
não pode reclamar
nem chorar
nem xingar
nem amaldiçoar
nem acusar essa raposa
de falar palavras enganosas
pois a amizade com uma  raposa
sempre tem sabor áspero e marginal
como a pimenta e o tabaco oriental.

Isabel Furini

 



 

 

domingo, 13 de junho de 2021

Natureza humana (Poema de Isabel Furini)



Natureza humana

prisioneiros do espaço-tempo
somos seres precários
impermanentes
cientes de estar condenados à lapide
(no contexto da galáxia somos insignificantes
menores que amebas)
mas nada desfaz a arrogância humana.

Isabel Furini




quinta-feira, 10 de junho de 2021

sexta-feira, 4 de junho de 2021

Caminhando sob a Lua (Poema de Isabel Furini)

 

 Caminhando sob a Lua

o bêbado ignora as sombras
olha seu relógio quebrado
vomita palavras promíscuas
e sob a luz prateada da Lua
caminha pelas ruas
como um santo
e mergulha no silêncio do perdão. 

Isabel Furini




 



O Manifesto da Noite





O manifesto da Noite

...E a Noite escreveu um manifesto nas estrelas para que os seres humanos
e os anjos pudessem lê-lo:

1. Eu declaro, em minha defesa, que não sou cruel, nem alienada.

2. Nunca coloquei um poeta no calabouço da tristeza. São os olhos dos poetas que insistem em se estender sobre a humanidade e observam a impiedade que outros olhos ignoram.

3. Não sou culpada ou responsável pela criação e existência das mordaças.
Nunca amordacei uma voz. Como boa ouvinte, sempre ouço atentamente
a voz do deserto, do mar e do vento.

4. Não sou a dona do tempo. Ele tem seu próprio ritmo. Não sou culpada
pelas noites de insônia, nem pelos gritos das crianças com fome.

5. Não sou a mãe do silêncio. Ele já existia quando eu abri os olhos entre
as constelações e vi as mais fulgurantes estrelas deste universo.

6. Não sou a criadora da paixão sem limites, tampouco do triângulo
amoroso. O amor acontece como a luz da Lua sobre o mar, sem premeditação.

7. Não tenho poder sobre a morte. Ela tem o seu próprio reino e uma barca,
conduzida por Caronte, o barqueiro do rio Aqueronte.

E assim, se prestarmos muita atenção, em noites de lua cheia ou de intensa escuridão, leremos nas estrelas estes manifestos.
É só iluminar asas e garras para impulsionar o voo da imaginação!

Isabel Furini

Imagem gerada pela IA do Bing



quinta-feira, 3 de junho de 2021

Aninha e os protozoários (Poema de Isabel Furini)

 

 

Aninha e os protozoários

 
Aninha pergunta ao bibliotecário:
- Onde estão os  livros que falam
Sobre os protozoários?

Aninha aprende que os protozoários
Não produzem o seu alimento
- E como eles conseguem suprimento?

Eles não compram nada na feira.
Pelo processo de fagocitose
Eles se alimentam de algas e de bactérias.

E são muito perigosos!
Os seres humanos ficam temerosos,
Pois os protozoários são assustadores.

Malária e Mal de Chagas, são doenças
Provocadas por protozoários.
E não adianta a indiferença.

É necessário ter consciência:
Beber água fervida ou filtrada
E lavar bem as mãos.

E como falam os eruditos:
- É preciso, ter muito cuidado
para não sermos picados pelos mosquitos.

Isabel Furini



quarta-feira, 2 de junho de 2021

Quimeras (Poema de Isabel Furini)

 

 

Quimeras

A Lua Cheia ilumina o céu
cria cenografias
e abruptamente ficamos cativos
imaginando mundos
criando quimeras

a Lua nos atrapa
desoxida sonhos
e cercados pelo mutismo
somos mapeados por sombras desconhecidas.

Isabel Furini 



segunda-feira, 31 de maio de 2021

O sábio, a borboleta e a caneta



 

 

 

O sábio, a borboleta e a caneta

usa o astrolábio a borboleta
quando sonha que é um sábio
e mede o seu eu e as estrelas
(sem alienação)

em outra dimensão
um sábio transformado
em borboleta
percebe sobre seus ombros
o rosto de um poeta

com um pincel e tinta azul
um anjo de asas brancas
pinta entre nuvens
a ressonância da alma do sábio
da alma do  poeta
e da alma da borboleta
seres amados e  benditos
desenhados na mente de Deus
com a caneta do infinito

Isabel Furini



sexta-feira, 28 de maio de 2021

Efeitos colaterais

 

 

 

Os efeitos colaterais

alguns poemas revivem traumas
e provocar longas noites de insônia
e de solidão

impõe-se
a linguagem estética

contaminadas pela insônia
as emoções acordam
e dominam o jardim interior

os símbolos desembarcam
da barca
e diante dos olhos fechados
desfilam
e mostram seus verdadeiros rostos

Isabel Furini

 


 


Medo primitivo (poema de Isabel Furini)



 




Medo primitivo

às vezes a luz da Lua
ilumina o cabelo da Medusa

às vezes o olho da Lua
sobre os túmulos

ora o coração acelera
seu passo noturno

ora os olhos ficam fixos
na linha do horizonte

sempre os ponteiros do relógio
e o renovado medo
de permanecer na margem
da página do ontem
para observar as letras de um poema
e perceber a barca de Caronte

 Isabel Furini



terça-feira, 25 de maio de 2021

Sitiados - Poema de Isabel Furini

 

 


Sitiados

imagens obsessivas
avançam
até os confins do medo

tememos que as cobras esculpam
nos espelhos
rostos macabros
e bocas que denunciem nossas culpas

vítimas da estagnação
permanecemos imóveis
sitiados  
pelos fantasmas do passado
e alfinetados pela solidão

Isabel Furini





segunda-feira, 24 de maio de 2021

A Madonna de Bellini (Poema de Isabel Furini)

 

A Madonna de Bellini

Um costurar de sonhos
(entre nuvens de isolamento)
 
a estrada da introspeção
conduz à solidão

a luz é contemplada no silêncio
o olhar ingênuo é perpetuado
com magistrais traços

a cor azul do manto da nossa Senhora
destaca-se
e assume a nobreza do quadro

Isabel Furini


                                                  Imagem da Wikipedia - Domínio Público

                                                                  Madonna de Bellini

 


                                     

sexta-feira, 21 de maio de 2021

Sem retorno (Poema de Isabel Furini)

 

 

 

Sem retorno

a vida é um deserto inóspito
murmurando silêncios!
o poeta arquiteta
universos paralelos
artifícios de palavras e texturas
surgem antigos alfabetos
na ampulheta
- o medo do futuro
(instinto primitivo)
extravasa  em cada verso.

estrada sem retorno
- o presente
é transformado em pretérito
pela alquimia do tempo

Isabel Furini



Os olhos e a boca (Poema de Isabel Furini)

 

Os olhos e a boca

ininterruptamente
falam os olhos
enquanto emudecem os lábios

murcha o musgo
separado da rocha

às vezes
o mutismo das bocas
contrasta
com a eloquência do olhar 

Isabel Furini



Áptero - Poema de Isabel Furini

 

 ÁPTERO

Sem asas
(o homem de Platão)
limitado no tempo-espaço
entrelaça
a arte e a paixão
entre as linhas paralelas
da obscura face funesta
da terrível solidão

Isabel Furini




Status (Poema de Isabel Furini)

 

Status

o ego espalha o sentimento
de importância pessoal
mas somos só uma pegada
na areia do espaço-tempo
uma mísera pincelada
no quadro deste universo

Isabel Furini


Concretude (Poema de Isabel Furini)

 

 

 Concretude

 

 

CONCRETUDE?

acordam emoções soterradas,
e ficamos cercados
por exércitos de arquétipos
é o mundo
dos espelhos de Maia
(a grande ilusão)
 ao alcance dos olhos e das mãos

os símbolos entrelaçam arquétipos
e expressam o inconsciente
ao compasso do tempo-espaço. 

Isabel Furini

 


 

 

 

 

terça-feira, 18 de maio de 2021

Bigorna (Poema de Isabel Furini)

 

Bigorna

quando o passado retorna
torna a vida um inferno

mais pesado que a bigorna
é o sentimento de culpa
(a culpa exige o perdão)

às vezes, é preciso ser fraterno
com o próprio coração.

Isabel Furini








quinta-feira, 13 de maio de 2021

Essências (Poema de Isabel Furini)

 

 

ESSÊNCIAS

o que é o ser humano?
é uma  pedra roseta
e o seu cérebro
(sempre em conflito)
ainda está sendo descifrado
pela vida
o que é a alma?
uma luz ou é uma pedra
arremessada ao infinito?

Isabel Furini

 


 

quarta-feira, 12 de maio de 2021

O Mestre zen (Isabel Furini)



 


O MESTRE ZEN

medita o mestre
e a borboleta de sua mente
descansa na borda da Lua

ao finalizar o dia (sorrateiramente)
o universo emoldura o silêncio
e o mestre percebe
a borboleta em calma
e a harmonia do vazio mental
faz sorrir a sua alma.

Isabel Furini

terça-feira, 11 de maio de 2021

Poetizar (Poema de Isabel Furini)


 

Poetizar

é tecer emoções
é procurar o reflexo
do desdobramento
do espaço
e do tempo
em espelhos quebrados
em imagens oníricas
e em alfabetos. 

Isabel Furini


Revista Escriba


 

O poema "Oscilante",  de minha autoria, foi publicado na Revista Escriba - Novos Horizontes, da editora Tiro de letras.

Acessar a revista pelo ISSUU:  

https://issuu.com/tirodeletrased/docs/revistaescriba_ed.10_novos_horizontes

domingo, 9 de maio de 2021

Pandemia: Efeito Borboleta (Poema de Isabel Furini)

 

 



Pandemia: Efeito Borboleta

morrem os vaga-lumes
- sem perspectivas
monges de túnica laranja
entoam cantos
com o coração
coberto de névoa

os dias se arrastam
(vagarosamente)
em mares de lembranças

a morte assoma
nos silênciosos olhares dos idosos
e nas borboletas sem asas


Isabel Furini





 




Minha culpa, minha culpa - Poema de Isabel Furini

 

 

Imagem gerada pela IA do Bing


Minha culpa, minha culpa

às vezes, ouço o canto dos pardais
sobre as lágrimas dos alienados

às vezes, o sentimento de culpa
cava túmulos, quebra escudos
crava espadas em corações imaginários
reúne sombras, provoca naufrágios
quebra rochas estremecidas pelas ondas

o sentimento de culpa
permanece incólume entre as águas do mar 

quando o homem perdeu o paraíso
começou a habitar o mundo da culpa
começou a  pensar:  é minha culpa
sou culpado, culpável
culpabilização do eu – projeção no outro

Mea-culpa, mea-culpa, mea maxima culpa

Isabel Furini

quinta-feira, 6 de maio de 2021

No muro (Poema de Isabel Furini)

 


NO MURO

amordaço lembranças
no muro do passado

visando o futuro
costuro palavras
nos muros das horas

observo nos muros
(despedaçadas)
as asas das borboletas
enquanto a areia cai
na parte inferior da ampulheta
renovando esperanças

Isabel Furini


 


A gaivota e o lagostim - Poema infantil de Isabel Furini

 




Imagem gerada pela IA do Bing


A gaivota e o lagostim


Eu gosto muito de brincar
Com meu amigo Lagostim.
E enquanto nado no mar
meus pais cuidam de mim.

Meu amigo Lagostim
adora nadar nas profundezas.
E eu adoro mesmo voar
sobre as montanhas e sobre o mar.

Quando eu venho a  nadar
gosto de narrar minhas aventuras no ar,
E ele me conta como são as profundezas.

Nós respeitamos as diferenças,
Porque somos amigos e entendemos
Que cada bicho tem a sua natureza.

Isabel Furini 

 


 

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