O xamã sitia espaços sibilinos
e descobre oníricas couraças.
Na textura das palavras
desvenda temores infantis.
No leque das frases,
libélulas de esperança.
Desafia lembranças
perdidas em olhares despedaçados,
vasculha terrores noturnos,
farpas de ódio
e amores perdidos.
O psicanalista indaga e silencia.
Invade os pesadelos
e encontra princesas esquecidas.
Por fim, descobre os subterfúgios
e assinala trilhas desconhecidas
nas curvas da espessa linha do tempo
(subjetiva).
Sementes de lembranças crescem
entre as cinzas do esquecimento,
o xama
(sentado em sua cadeira Barcelona)
espera calmamente pelo milagre do renascimento.
Isabel Furini
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