ESPACIO Y TIEMPO
Espacio y tiempo, barrotes
de la jaula
en que el ánima, princesa
encantada,
está hilando, hilando cerca
de las ventanas
de los ojos (las únicas
aberturas por donde
suele asomarse, lánguida).
Espacio y tiempo, barrotes
de la jaula;
ya os romperéis, y acaso
muy pronto, porque cada
mes, hora, instante, os mellan,
¡y el pájaro de oro
acecha una rendija para tender las alas!
La princesa, ladina,
finge hilar; pero aguarda
que se rompa una reja...
En tanto, a las lejanas
estrellas dice: «Amigas
tendedme vuestra escala
de la luz sobre el abismo.»
Y las estrellas pálidas
le responden: «¡Espera,
espera, hermana,
y prevén tus esfuerzos:
ya tendemos la escala!»
Amado Nervo
Y EL BUDA DE BASALTO SONREÍA
Aquella tarde, en la alameda, loca
de amor, la dulce idolatrada mía
me ofreció la eglantina de su boca.
Y el Buda de basalto sonreía...
Otro vino después, y sus hechizos
me robó; dile cita, y en la umbría
nos trocamos epístolas y rizos.
Y el Buda de basalto sonreía...
Hoy hace un año del amor perdido.
Al sitio vuelvo y, como estoy rendido
tras largo caminar, trepo a lo alto
del zócalo en que el símbolo reposa.
Derrotado y sangriento muere el día,
y en los brazos del Buda de basalto
me sorprende la luna misteriosa.
Amado Nervo
sexta-feira, 31 de março de 2017
quinta-feira, 30 de março de 2017
Isabel Furini: A Visão do Jardim
A VISÃO DO JARDIM
Esse jardim representa
o espaço
o mundo
a vida
as alegrias da infância
os amores da juventude
a paciência da velhice
a magnitude da alma
porque o jardim
com seus espinhos e suas flores
é um reflexo do universo humano
construído com sonhos e ilusões.
Isabel Furini
Xamã sentado em sua cadeira barcelona
O xamã sitia espaços sibilinos
e descobre oníricas couraças.
Na textura das palavras
desvenda temores infantis.
No leque das frases,
libélulas de esperança.
Desafia lembranças
perdidas em olhares despedaçados,
vasculha terrores noturnos,
farpas de ódio
e amores perdidos.
O psicanalista indaga e silencia.
Invade os pesadelos
e encontra princesas esquecidas.
Por fim, descobre os subterfúgios
e assinala trilhas desconhecidas
nas curvas da espessa linha do tempo
(subjetiva).
Sementes de lembranças crescem
entre as cinzas do esquecimento,
o xama
(sentado em sua cadeira Barcelona)
espera calmamente pelo milagre do renascimento.
Isabel Furini
e descobre oníricas couraças.
Na textura das palavras
desvenda temores infantis.
No leque das frases,
libélulas de esperança.
Desafia lembranças
perdidas em olhares despedaçados,
vasculha terrores noturnos,
farpas de ódio
e amores perdidos.
O psicanalista indaga e silencia.
Invade os pesadelos
e encontra princesas esquecidas.
Por fim, descobre os subterfúgios
e assinala trilhas desconhecidas
nas curvas da espessa linha do tempo
(subjetiva).
Sementes de lembranças crescem
entre as cinzas do esquecimento,
o xama
(sentado em sua cadeira Barcelona)
espera calmamente pelo milagre do renascimento.
Isabel Furini
A Casa Paterna - Poema de Isabel Furini
Trituradas as mãos do silêncio
sobre o velho álbum fotográfico.
O pai (morto há anos) sobrevive
nos retratos desbotados.
Revelam-se fisionomia e emoções.
Quantos olhares,
quantos rostos deixei submersos
nos interstícios da memória,
quantos exílios na areia do passado
e exílios futuros projetados
no palco dos sonhos.
Genealogias, uivos e fumaça
despencam do álbum fotográfico
aberto sobre a mesa.
Observam-nos os mortos,
pousam nas fotografias como estacas de mutismo.
Amam-nos.
Esperam-nos (sedentos de carinho)
com os braços paralelos
abertos
entre galáxias de culpa e de mistério.
Imensamente abertos.
sobre o velho álbum fotográfico.
O pai (morto há anos) sobrevive
nos retratos desbotados.
Revelam-se fisionomia e emoções.
Quantos olhares,
quantos rostos deixei submersos
nos interstícios da memória,
quantos exílios na areia do passado
e exílios futuros projetados
no palco dos sonhos.
Genealogias, uivos e fumaça
despencam do álbum fotográfico
aberto sobre a mesa.
Observam-nos os mortos,
pousam nas fotografias como estacas de mutismo.
Amam-nos.
Esperam-nos (sedentos de carinho)
com os braços paralelos
abertos
entre galáxias de culpa e de mistério.
Imensamente abertos.
![]() |
Fotografia de Isabel Furini |
Um Pincel - Poema de Isabel Furini
UM PINCEL
Poema dedicado à artista plástica Katia Velo
A força telúrica
impulsiona o pincel.
Um carrossel de cores
invade a flora Amazônica.
Katia Velo é artista
e é ilusionista.
Seu pincel espalha cores brilhantes
e formas estilizadas.
A beleza das cores
impressiona a alma dos visitantes.
Poema dedicado à artista plástica Katia Velo
A força telúrica
impulsiona o pincel.
Um carrossel de cores
invade a flora Amazônica.
Katia Velo é artista
e é ilusionista.
Seu pincel espalha cores brilhantes
e formas estilizadas.
A beleza das cores
impressiona a alma dos visitantes.
quarta-feira, 29 de março de 2017
Além de Ponte - Poema de Isabel Furini
![]() |
Quadro de Neiva Passuello |
ALÉM DA PONTE
está suspensa a ponte do passado-presente
sob essa precária ponte de madeira
corre o rio das emoções
pescadores inexperientes (vitimas da cegueira)
mergulhamos
nas águas escuras das emoções
tentamos estabelecer a ordem no fluir caótico do passado
será possível resgatar antigos amores?
amores estraçalhados pela foice do tempo
mortos entre as ondas do ontem
é um momento triste
é o triste momento da desilusão.
Isabel Furini
Site de Relacionamento - Poema de Isabel Furini
SITE DE RELACIONAMENTO
insônia solitária
só resta navegar pelo mundo virtual entre sombras
e sonhos.
giram imagens de namoros ilusórios
na tela.
inábil navegante luta contra ondas de mutismo,
sitia os mares de silêncio da alma feminina com frases metálicas
e rochas vulcânicas.
ingênuo
brinca no arguto trapézio dos vocábulos
clandestino
naufraga em alfabetos amorosos
humilhado
procura símbolos arcaicos nos retratos
vencido
volta com o escudo roto e o coração abatido.
vítima da frustração digita decepções no teclado.
(Esse poema faz parte do livro ",,, E Outros Silêncios", publicado pela editora Virtual Books, em 2012).
Isabel Furini
![]() |
Quadro de Dina de Souza |
ESSÊNCIA Poema de Isabel Furini
uma chuva de sombras bate minha porta
algumas fantasias entram pela fechadura
trazendo farrapos da infância
e túneis de ideias
a cancão dessa chuva fala que o amor
(o Eros dos antigos gregos)
é fogo ardente
é vento instável que arrasta escuro auspício
o amor é profundo oceano
frágil semente
o amor é poderoso e mortal como um faraó egípcio
o amor é fugaz
e belo
o amor
é impermanente como todas as criaturas deste mundo.
Isabel Furini
![]() |
Quadro de Ivani Silva |
Impulso atávico - Poema de Isabel Furini
![]() |
Quadro de Davi Faustino |
IMPULSO ATÁVICO
assoma a noite estrelada no caldeirão das lembranças
e a chama da paixão avança - avança pela campina
rumo ao norte magnético
(leve como uma dançarina)
até ancorar constrangida
no horizonte de eventos
mas o amor (sempre renovado e aventureiro)
procura outro ser
e como exímio arqueiro
lança sua flecha ao vento - flecha com o forte veneno
da cobra dos sentimentos
porque o amor é toxina arrastada pelo vento.
Isabel Furini
domingo, 26 de março de 2017
Uma Rosa (Poema de Isabel Furini)
UMA ROSA
Cai a chuva sobre a rosa
a rosa não se incomoda
nem com palavras maldosas
porque essa rosa não tem
as fraquezas do narciso
essa rosa tem uma alma
poderosa
poderosa
poderosa
poderosa
poderosa!
Isabel Furini
Extravasar - Poema de Isabel Furini
EXTRAVASAR
Quando as flores
alegram as retinas
a alma estende
suas asas
destrói
as mordaças
e extravasa
seus sonhos
e paixões.
Isabel Furini
sexta-feira, 24 de março de 2017
O QUE É POESIA? (por Isabel Furini)
O
QUE É POESIA?
Não
é megalomania
mas
é fantasia
não
espia
mas
sitia a alma humana
Poesia
é euforia
inebria, comove
é
como o vinho
pode
ser mania
a
Poesia semeia utopias
e
faz crescer as asas.
Isabel Furini
quarta-feira, 22 de março de 2017
terça-feira, 21 de março de 2017
A HORA (Poema de Isabel Furini)
A
HORA
quando
a flor desabrocha
anuncia
a primavera
no
outono a flor espera
e
com profunda harmonia
abençoa
o universo
pois
tristezas e alegrias
fazem
parte desta vida
somos
escravos do tempo
existe
a hora de nascer
e
a hora da despedida.
Isabel Furini
sábado, 18 de março de 2017
A Escada (Poesia de Isabel Furini)
A ESCADA
A vida é uma escada
todos podemos triunfar
e nesse longo caminho
precisamos aprender
a defender nosso lugar
sem derrubar o vizinho.
Isabel Furini
sexta-feira, 17 de março de 2017
O PORTAL (Poema de Isabel Furini)
PORTAL
Açoita
o vento na noite de solidão
as
sombras estão apinhadas
nas
grades do portão
os
fantasmas sorrateiros
sabem
que não podem sair
e
em vão tentam abduzir
algum
humano ingênuo
para
fugir e remembrar
desse
mundo que deixaram
quando
rumo ao mundo astral
atravessaram
o portal.
Isabel Furini
ELOQUÊNCIA - Poema de Isabel Furini
ELOQUÊNCIA
o amor diminui
entre palavras
mas cresce
com o discurso silencioso
de uma flor vermelha.
Isabel Furini
terça-feira, 14 de março de 2017
SONHOS - Poema de Isabel Furini
SONHOS
Sonhos são caminhos
de ausência
selvagens Minotauros
(o eu despedaçado
em labirintos de espelhos)
sonhos são
universos paralelos
flores
que o tempo rasga
es espalha.
Isabel Furini
segunda-feira, 13 de março de 2017
O Gato Renato - Poema infantil de Isabel Furini
O GATO RENATO
Esse é o gato Renato,
ele não gosta de rato,
mas é um gato pacato,
e nunca morde o rato.
Renato é amigo de um pato.
O pato joga baralho
enquanto come contente
pão com azeite e alho.
Renato se fez amigo
de um enorme papagaio.
O papagaio odeia a chuva
e tem medo de raio.
Renato acha no jardim
um pequeno curió.
O pássaro assustado grita:
Não se aproxime gato!
Renato ri e fala:
- Eu não sou um gato agressivo.
Eu um gato mansinho
que gosta de fazer amigos.
Viva o gato Renato!!!
Isabel Furini
Esse é o gato Renato,
ele não gosta de rato,
mas é um gato pacato,
e nunca morde o rato.
Renato é amigo de um pato.
O pato joga baralho
enquanto come contente
pão com azeite e alho.
Renato se fez amigo
de um enorme papagaio.
O papagaio odeia a chuva
e tem medo de raio.
Renato acha no jardim
um pequeno curió.
O pássaro assustado grita:
Não se aproxime gato!
Renato ri e fala:
- Eu não sou um gato agressivo.
Eu um gato mansinho
que gosta de fazer amigos.
Viva o gato Renato!!!
Isabel Furini
domingo, 12 de março de 2017
Será um avião? Será um condor?
A lei da gravidade,
com muita tranquilidade
ele sempre desafia.
Ele voa longe do chão.
Será um condor?
Será um avião?
Pense, querido amiguinho:
ele trabalha no circo,
ele é um grande artista.
Será ele um palhaço?
Será um malabarista?
Lá, no alto do circo
ele brinca, ele gira,
ele faz muitas piruetas,
ele faz acrobacia
e com um salto triplo
ele se joga na rede,
com maestria.
Segundo falou minha mãe
esse tipo de artista
é tão ágil quanto um leopardo,
tão rápido quanto uma flecha,
tão certeiro quanto um dardo,
ele tem muita ousadia
e não sofre de acrofobia*.
Quem será???
Será um malabarista? Um palhaço?
Um desenhista? Um futebolista?
Um para-quedista? Um violinista?
Ou será um trapezista?
* acrofobia: medo de lugares altos
Poema de Isabel Furini - Contato: e-mail: isabelfurini@hotmail.com
com muita tranquilidade
ele sempre desafia.
Ele voa longe do chão.
Será um condor?
Será um avião?
Pense, querido amiguinho:
ele trabalha no circo,
ele é um grande artista.
Será ele um palhaço?
Será um malabarista?
Lá, no alto do circo
ele brinca, ele gira,
ele faz muitas piruetas,
ele faz acrobacia
e com um salto triplo
ele se joga na rede,
com maestria.
Segundo falou minha mãe
esse tipo de artista
é tão ágil quanto um leopardo,
tão rápido quanto uma flecha,
tão certeiro quanto um dardo,
ele tem muita ousadia
e não sofre de acrofobia*.
Quem será???
Será um malabarista? Um palhaço?
Um desenhista? Um futebolista?
Um para-quedista? Um violinista?
Ou será um trapezista?
* acrofobia: medo de lugares altos
Poema de Isabel Furini - Contato: e-mail: isabelfurini@hotmail.com
sábado, 11 de março de 2017
Pétalas
PÉTALAS
Pétalas de flores
são sorrisos da alma
e acalmam
as profundas feridas
da batalha da vida.
Isabel Furini
Pétalas de flores
são sorrisos da alma
e acalmam
as profundas feridas
da batalha da vida.
Isabel Furini
Expressividade - Poema de Isabel Furini
EXPRESSIVIDADE
Flores nas mãos
na alma
no músculo cardíaco
flores na superfície
do espelho da vida
flores sob o Sol
do meio-dia
e nas horas
de escuridão
flores para dizer:
"eu te amo"
e flores para pedir perdão.
Isabel Furini
sexta-feira, 10 de março de 2017
O Amor - (poema de Isabel Furini)
O AMOR
é encontrar a canção esquecida
e o minotauro rústico que foge
do labirinto
o amor é a rosa do arco-íris
e é o sabor de absinto
e o doce mel
e as abelhas
zumbindo nos ouvidos.
Isabel Furini
segunda-feira, 6 de março de 2017
Criatividade (Poema de Isabel Furini)
CRIATIVIDADE
As palavras avançam e recuam.
Conotativas e denotativas chegam à mente do aluno,
só algumas ocupam a folha em branco,
mas são atacadas pela caneta vermelha do professor.
A noite, sozinho, o rapaz apoia a cabeça no travesseiro
e percebe (nos interstícios de seus pensamentos)
o silêncio geometrizando um texto.
Um texto.
Um texto perfeito!
ISABEL FURINI
As palavras avançam e recuam.
Conotativas e denotativas chegam à mente do aluno,
só algumas ocupam a folha em branco,
mas são atacadas pela caneta vermelha do professor.
A noite, sozinho, o rapaz apoia a cabeça no travesseiro
e percebe (nos interstícios de seus pensamentos)
o silêncio geometrizando um texto.
Um texto.
Um texto perfeito!
ISABEL FURINI
Leitura e Saudade (Poema de Isabel Furini)
histórias escritas nos anais das lembranças.
Emoções perambulam pelas páginas
(Pinóquio mente novamente e seu nariz cresce,
a fada madrinha ajuda a linda Cinderela
e o beijo de amor acorda a Bela Adormecida).
Ao abrir o livro do passado
a saudade bate à porta,
e nosso eu criança se alimenta
com a leitura emocionada
de cada página e de cada trama.
Isabel Furini
sábado, 4 de março de 2017
Espelhar (Poesia de Isabel Furini)
ESPELHAR
Vestimos preconceitos sexuais e medos
- nunca olhamos nossos desejos verdadeiros
no espelho do eu
deciframos tendências instintivas
lambuzamos a boca com prazeres proibidos
(uva e mel dionisíacos)
Isabel Furini
Versos (Poesia de Isabel Furini)
VERSOS
Pólen de imagens e palavras
serpenteiam na alma
cada verso carrega
flores coloridas de emoções
e surgem os poemas
ousados e matreiros.
Isabel Furini
Essas águas (poema filosófico)
ESSAS ÁGUAS
a vida é impermanência não pede licença
para mudar o rumo
sentimos a ausência dos seres amados
amigos perdidos nas rápidas águas
ou nas curvas do rio.
para Heráclito essas águas
são luz e são fráguas para temperar a alma
- somos e não somos.
Isabel Furini
Turistas (poesia de Isabel Furini)
TURISTAS
somos turistas nesta Terra
turistas do tempo
em nossas cabeças se unem
os opostos - somos universos
de infinitas possibilidades
somos Quetzalcoatl
(ave e serpente)
somos peregrinos da subjetividade.
Isabel Furini
Na escuridão - poema de Isabel Furini
NA ESCURIDÃO
As sombras sobre as areias
revelam as flores do deserto
(a teia do destino
liberta ou bloqueia)
na escuridão
a rainha-da-noite
abre sua branca flor.
As sombras sobre as areias
revelam as flores do deserto
(a teia do destino
liberta ou bloqueia)
na escuridão
a rainha-da-noite
abre sua branca flor.
Palavras - Poesia de Isabel Furini
PALAVRAS
O beija-for
(galanteador)
fala:
- o perfume
é a música das flores
e suas cores
são poesia
e fazem ressurgir
(sobre o barro do mundo)
sentimentos de alegria.
Isabel Furini
O beija-for
(galanteador)
fala:
- o perfume
é a música das flores
e suas cores
são poesia
e fazem ressurgir
(sobre o barro do mundo)
sentimentos de alegria.
Isabel Furini
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