eram como corvos:
paradoxais e taciturnos.
Eram como caminhos escuros e misteriosos,
constelações com estranhos augúrios.
Antigamente os poetas eram silenciosos
como Gárgulas de pedra,
eram orgulhosos como os leões
e como os oceanos
- misteriosos e profundos.
Esses poetas antigos eram loucos e misteriosos e apaixonados
e rebeldes e misantropos e magníficos!
Loucos - loucos de amor pela poesia
construíam com sonhos e emoções
suas rimas loucas e intempestivas.
Alguns (como Estácio de Sá, Alfonsina Storni e Flor Espanca)
desafiaram com suas impressionantes versos o tétrico rio Estígia
e a barca de Caronte.
Doentes de solidão
tatuaram nas areias do deserto
a própria vida e a própria morte
com a serpente letal da poesia.
Poema de Isabel Furini
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