segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Poema de Benilson Toniolo - quadro de Mabel Moratilla
Quadro da artista plástica Mabel Moratilla
VENEZA
Benilson Toniolo
Quando Veneza abriu-me os braços
-os braços verdes em fuga-
Eu morri.
Foi como voltar ao ventre,
Foi como encontrar um solo,
Foi como chegar à praia
Enquanto as casas espreitavam
Meus negros olhos de carne.
O gondoleiro falando inglês,
Sua camisa listrada,
Sua voz que não é nada,
Não são –nunca foram- Veneza.
O alemão endinheirado
E sua cara vermelha
Nunca levará Veneza
Em suas máquinas e filmes,
Pois Veneza não se move.
Eu é que sou a Cidade.
Seus canais, trago nas veias,
Seus meninos são meus filhos,
São minhas suas mulheres,
Meu sangue em seus labirintos.
As águas, levarei nos olhos,
Quando tiver que ir embora.
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Obrigado, Furini, amiga preciosa. A tela de Moratilla é belíssima!
ResponderExcluirObrigado, Furini, amiga preciosa. A tela de Moratilla é belíssima!
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