quarta-feira, 1 de maio de 2019

Vaidade oceânica (Poema de Isabel Furini)







VAIDADE OCEÂNICA

Prisioneiro no abismo das sombras
Narciso afasta a humildade
e tece a miragem de sua grandiosidade

vaidoso, ele pensa que as águas
não são dignas de refletir a sua imagem

Narciso tenta projetar o seu reflexo no céu
nesse momento uma onda bate
sobre uma rocha e fala:

– Pobre Narciso!
ele opaca e fragmenta o seu ser
porque ignora que o céu
é a morada da alma
o céu não é espelho de ninguém!

Isabel Furini

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