Em 2016, visitei pela segunda vez Seattle (USA) e as cidades vizinhas. Estava caminhando perto do lago de Kirkland e tirando fotografias, quando vi esse corvo levantando as asas. Parecia uma imagem mágica. Nessa região essa ave é comum. Mas nunca havia visto um corvo nessa postura. O corvo levantou as asas e ficou alguns segundos imóvel, com corpo erguido e as asas abertas. Projetava uma sombra sobre o chão. Parecia uma pessoa tentando reerguer-se de seu passado.
Abri a bolsa, e procurei a caneta e a agenda. Surgiu esse poema:
ASAS
as gárgulas do medo
açoitavam minha vida
mas um poder dormido
acordou de repente
e me fez deixar o ninho
nunca mais
oxidarei minhas horas
com tristes pensamentos
minha alma é poderosa
levantarei a cabeça
abrirei minhas asas
e desafiarei o vento.
Isabel Furini
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