sexta-feira, 22 de junho de 2012

A ESPOSA E O MARIDO GAY (Crônica)

Nessa semana tive a oportunidade de ler um caso muito estranho que foi publicado no jornal alemão “Bild”. Depois de 17 anos de casada, Erika, de 53 anos, descobriu que o marido era gay. Os leitores podem dizer que isso não é tão estranho, mas Erika permitiu que Ewald levasse o namorado para morar na sua casa. Lá moram os quatro: Erika, o marido gay, o namorado do marido e o filho de Erika com Ewald.
Muitas pessoas se perguntam quem cozinha, quem lava e passa a roupa, enfim, quem realiza as pequenas tarefas domésticas, e também se não existe ciúme nesse trio composto pela esposa, o marido gay e o namorado do marido.
Neste mundo moderno é muito difícil dizer o que é certo e o que é errado. Afinal, o homem moderno sabe, depois dos estudos de Sigmund Freud, que o homem social é só uma máscara, que somos governados por impulsos, por instintos. O superego fala o que é bom ou ruim, mas algo muito mais profundo sacode a subjetividade humana. Ninguém é santo. Dormem desejos inconscientes em todos os seres humanos.
Esse caso estranho me fez lembrar do filme “Tudo pode dar certo”, dirigido por Woody Allen. A mãe religiosa e moralista chega à cidade grande, fica deslumbrada e decide morar com dois amantes, enquanto o marido dela deixa aflorar sua tendência gay. E no final do filme o velho rabugento chamado Boris Yellnikoff, ( protagonizado pelo ator Larry David) fala que se a vida é tão curta, não devemos julgar, simplesmente devemos tentar ser felizes.
Acho que isso é o que está tentando essa família de Hanover, Alemanha. Não sei se estão certos ou errados, só sei que o mundo mudou e que devemos observar com atenção antes de julgar. Afinal, viver é tão difícil! Como dizia o filósofo Sartre, o mais difícil é assumir a responsabilidade pela própria vida. Nessa luta pela felicidade, pela autenticidade, cada pessoa procura o caminho que acha melhor. Algumas escolhas podem parecer bizarras, estranhas, mas não podemos tirar o direito dos outros de escolherem caminhos diferentes.
Isabel Furini é escritora e poeta premiada, autora do livro de poemas “,,, E OUTROS SILÊNCIOS".

2 comentários:

  1. Extremamente interessante sua crônica.Realmente no tempo em que vivemos percebemos o quanto se torna difícil seguir de acordo com a sociedade.Por isso, penso ser de maior importância,sermos apenas, felizes.Um grande abraço!

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